A festa da primeira subida do Santa Clara à I Liga, em 1999 |
À atenção dos 56 clubes que na próxima época vão competir
no Campeonato
de Portugal: a história diz que é possível subir do quarto ao primeiro
escalão do futebol português no espaço de quatro anos. Já aconteceu por
duas vezes.
Em 1991-92, o Leça
competiu na III Divisão Nacional – na altura o quarto escalão, abaixo de II
Divisão B, II
Liga e I
Liga – e conseguiu a promoção à II Divisão B, fruto de um 2.º lugar na sua
série. Na temporada que se seguiu sagrou-se campeão nacional da II B e alcançou
a consequente subida à II
Liga. Em 1993-94 não foi além do 8.º lugar no segundo
escalão, mas na época seguinte conquistou o título da II
Liga, o que lhe valeu o regresso à I
Liga em 1995-96.
Cenário semelhante viveu o Santa
Clara anos depois. Em 1995-96 os açorianos
competiram na Série Açores da III Divisão e concluíram a prova num lugar de
acesso à II Divisão B. Na época seguinte falharam a promoção à II
Liga, mas haveriam de a conseguir em 1997-98. Na temporada que se seguiu,
asseguraram a subida à I
Liga, patamar no qual se haveriam de estrear em 1999-00.
Arouca e Trofense levaram seis anos, Tondela sete
Se Leça
e Santa
Clara foram do quarto ao primeiro
escalão de TGV, Arouca
e Trofense
apanharam um comboio expresso, ainda que não tão rápido. Ambos demoraram seis
anos.
No caso dos arouquenses
há a particularidade de ter subido do quinto escalão (I Divisão da AF Aveiro) à
I
Liga no espaço de sete anos. Depois do título aveirense em 2006-07, venceu
a sua série da III Divisão Nacional em 2007-08, sagrou-se campeão da II Divisão
B em 2009-10 e alcançou o 2.º lugar na II
Liga em 2012-13, o que lhe permitiu fazer a estreia na I
Liga na época seguinte.
Em relação ao conjunto
da Trofa, alcançou o segundo lugar na sua série da III Divisão Nacional em
2002-03 que lhe permitiu a subida à II Divisão B, assegurou a promoção à II
Liga em 2005-06 e sagrou-se campeão do segundo
escalão em 2007-08, tendo feito a estreia na I
Liga na temporada que se seguiu.
Um pouco menos célere foi o Tondela.
O emblema
do distrito de Viseu tem a particularidade de ter saltado dos distritais/quinto
escalão (2004-05) para a I
Liga (2015-16) no espaço de onze anos. Os beirões
competiram pela última vez na III Divisão Nacional em 2008-09, alcançaram a subida
da II Divisão B à II
Liga em 2011-12 e concluíram o campeonato do segundo
escalão em posição de subida em 2014-15, estreando-se na I
Liga na época seguinte.
União da Madeira, Famalicão e Farense demoraram nove anos
Um pouco menos rápidos, mas ainda
assim protagonistas de ascensões céleres do quarto ao primeiro
escalão foram União da Madeira, Famalicão
e Farense.
Numa altura em que ainda não
havia II Divisão B, os insulares sagraram-se campeões regionais em 1979-80, concluíram
a sua série da III Divisão Nacional em posição de subida na época seguinte e,
depois de várias épocas na II Divisão, sagraram-se campeões nacional do segundo
escalão em 1988-89, tendo feito a estreia na I
Divisão na temporada que se seguiu.
Mais recentemente, os famalicenses
não só saltaram do quarto para o primeiro
escalão em nove anos como ascenderam desde o quinto patamar/distritais da AF
Braga (2008-09) à I
Liga (2019-20) no espaço de onze épocas. Em 2010-11 os minhotos
concluíram a sua série da III Divisão Nacional em posição de subida à II
Divisão B, em 2014-15 asseguraram a promoção do Campeonato
de Portugal à II
Liga e em 2018-19 alcançaram o 2.º lugar no segundo
escalão que lhes valeu o regresso ao patamar
maior do futebol português na época seguinte.
Quase em simultâneo, os algarvios
subiram desde o quinto escalão/distritais da AF
Algarve (2007-08) à I
Liga (2020-21) em 13 anos e da III Divisão Nacional ao patamar maior do
futebol português em nove. Em 2011-12 os leões
de Faro
venceu a sua série da III Divisão e na época seguinte conseguiram subir da II
Divisão B à II
Liga. Em 2015-16 tiveram o percalço de descer ao reformulado
terceiro escalão, que passou a denominar-se Campeonato
de Portugal, mas em 2017-18 almejaram nova subida à II
Liga. Em 2019-20 estavam em 2.º lugar no campeonato do segundo
escalão aquando da eclosão da pandemia de covid-19 e, por isso, foram
promovidos administrativamente à I
Liga, patamar ao qual regressaram em 2020-21.
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