Lucas Marques assinou por dois anos pelo Vitória FC |
Com
selo da formação do Internacional
de Porto Alegre, chegou a jogar na equipa principal do colorado
ao lado dos antigos internacionais brasileiros Nilmar, Anderson, Alex
e Réver e a partilhar o balneário com o guarda-redes Dida, tendo no currículo 20 jogos no Brasileirão e dez na I
Liga portuguesa, o último dos quais em maio do ano passado.
Agora, o médio Lucas Marques é um dos reforços com os quais o
Vitória
de Setúbal vai atacar a Liga 3 com os olhos postos na subida à
II
Liga.
Embora
tenha sido suplente utilizado na maior parte dos encontros de pré-época e não tenha ido além de um total de 40 jogos distribuídos
pelas últimas quatro temporadas, quem o conhece diz que o
centrocampista brasileiro apenas precisa de ser utilizado
regularmente e não ter lesões para explodir.
“É
mais um dos muitos jogadores em Portugal que não precisam de muita
coisa, apenas de uma oportunidade. Já esteve num nível mais alto,
no Santa
Clara e no Estoril,
e precisa de uma oportunidade e de uma época regular para ter os
minutos de jogo que não tem tido, também devido a uma lesão”,
crê o internacional
angolano Inácio Miguel, que partilhou o balneário com Lucas
Marques no Mafra
durante a época passada.
“O
Lucas é um amigo chegado, estávamos muito tempo juntos. O que o
prejudicou nestes quatro anos foram as lesões, que não lhe
permitiram fazer uma época regular. Dependendo de como a época
correr ao clube, pode fazer uma época fantástica e ajudar o Vitória
de Setúbal a voltar aos patamares em que já esteve. Acredito
que fez a opção certa e que o clube lhe vai oferecer todas as
condições e ele vai dar uma resposta muito positiva”, acrescentou
o atual jogador do FK Liepaja, da Letónia.
No
entender do seu ex-companheiro de equipa, o reforço sadino
é um médio que pode desempenhar qualquer função no miolo.
“Considero-o um jogador que consegue jogar nas três posições [6,
8 e 10], porque com a qualidade de passe dele consegue ser um 10, com
passes para isolar, curtos e entre linhas, da mesma maneira que pode
ser um 6 para desbloquear o jogo, com as mesmas características. Tem
intensidade para jogar tanto a 6 como a 8. Eu, particularmente,
jogava a 6 e gostava muito de o ter a jogar a 8 ou a 10. Depende do
treinador, mas gosto mais dele como 8, dada a qualidade de passe
dele. Tem um passe longo muito bom e um passe entre linhas muito bom
também, e consegue igualmente dar muito ao jogo em termos de
intensidade”, analisa Inácio Miguel.
“Azia positiva” quando não joga
Mesmo
que não venha a jogar tanto como gostaria, Lucas Marques não vai
criar problemas no balneário, garante Inácio Miguel, que tinha no
médio brasileiro um dos melhores amigos no Mafra
apesar de serem concorrentes diretos por uma vaga no meio-campo de
Ricardo Sousa.
“Não tenho nada a
apontar. Embora tenha estado com ele numa época em que não jogou
muito, nunca teve casos de azia. Tinha azia, mas azia positiva. Sabia
diferenciar as coisas e reconhecer que a equipa estava bem e que as
coisas estavam a sair bem a quem estava a jogar. As oportunidades que
ele teve eram sobretudo como suplente utilizado e algumas vezes a
titular e ele respondeu sempre bem, foi sempre profissional. Gosto
muito dele como pessoa. Quando chegou ao Mafra
criámos uma relação muito engraçada. Jogávamos na mesma posição
e não havia azia entre nós. De um modo geral, sempre foi um jogador
de grupo e de balneário”, recordou o internacional
angolano.
Nascido há 27 anos em
Osasco, no estado brasileiro de São Paulo, Lucas Marques concluiu a
formação no Internacional
de Porto Alegre, clube que o emprestou ao Lajeadense. Em 2017
assinou pelo Chapecoense após grande parte do plantel dos
catarinenses ter morrido num trágico acidente de avião e chegou a
jogar na Copa Sul-Americana, mas no segundo ano no clube foi cedido a
Vitória da Bahia e Figueirense.
Em janeiro de 2019
assinou pelo Santa
Clara, emblema pelo qual participou em dez jogos na I
Liga, tendo sido emprestado ao Estoril
no início de 2020. Quando conquistou a titularidade nos canarinhos,
eclodiu a pandemia de covid-19 e o campeonato da II
Liga não teve continuidade.
Após não ter ido além
de dois jogos pelos açorianos em 2020-21, representou o Mafra
na temporada transata. Conseguiu disputar 28 encontros, é verdade,
mas apenas onze na condição de titular.
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