quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Lucas Marques, um médio com “qualidade de passe” que pode jogar a 6, 8 e 10

Lucas Marques assinou por dois anos pelo Vitória FC
Com selo da formação do Internacional de Porto Alegre, chegou a jogar na equipa principal do colorado ao lado dos antigos internacionais brasileiros Nilmar, Anderson, Alex e Réver e a partilhar o balneário com o guarda-redes Dida, tendo no currículo 20 jogos no Brasileirão e dez na I Liga portuguesa, o último dos quais em maio do ano passado. Agora, o médio Lucas Marques é um dos reforços com os quais o Vitória de Setúbal vai atacar a Liga 3 com os olhos postos na subida à II Liga.

Embora tenha sido suplente utilizado na maior parte dos encontros de pré-época e não tenha ido além de um total de 40 jogos distribuídos pelas últimas quatro temporadas, quem o conhece diz que o centrocampista brasileiro apenas precisa de ser utilizado regularmente e não ter lesões para explodir.

“É mais um dos muitos jogadores em Portugal que não precisam de muita coisa, apenas de uma oportunidade. Já esteve num nível mais alto, no Santa Clara e no Estoril, e precisa de uma oportunidade e de uma época regular para ter os minutos de jogo que não tem tido, também devido a uma lesão”, crê o internacional angolano Inácio Miguel, que partilhou o balneário com Lucas Marques no Mafra durante a época passada.

“O Lucas é um amigo chegado, estávamos muito tempo juntos. O que o prejudicou nestes quatro anos foram as lesões, que não lhe permitiram fazer uma época regular. Dependendo de como a época correr ao clube, pode fazer uma época fantástica e ajudar o Vitória de Setúbal a voltar aos patamares em que já esteve. Acredito que fez a opção certa e que o clube lhe vai oferecer todas as condições e ele vai dar uma resposta muito positiva”, acrescentou o atual jogador do FK Liepaja, da Letónia.

No entender do seu ex-companheiro de equipa, o reforço sadino é um médio que pode desempenhar qualquer função no miolo. “Considero-o um jogador que consegue jogar nas três posições [6, 8 e 10], porque com a qualidade de passe dele consegue ser um 10, com passes para isolar, curtos e entre linhas, da mesma maneira que pode ser um 6 para desbloquear o jogo, com as mesmas características. Tem intensidade para jogar tanto a 6 como a 8. Eu, particularmente, jogava a 6 e gostava muito de o ter a jogar a 8 ou a 10. Depende do treinador, mas gosto mais dele como 8, dada a qualidade de passe dele. Tem um passe longo muito bom e um passe entre linhas muito bom também, e consegue igualmente dar muito ao jogo em termos de intensidade”, analisa Inácio Miguel.


Azia positiva” quando não joga

Mesmo que não venha a jogar tanto como gostaria, Lucas Marques não vai criar problemas no balneário, garante Inácio Miguel, que tinha no médio brasileiro um dos melhores amigos no Mafra apesar de serem concorrentes diretos por uma vaga no meio-campo de Ricardo Sousa.

“Não tenho nada a apontar. Embora tenha estado com ele numa época em que não jogou muito, nunca teve casos de azia. Tinha azia, mas azia positiva. Sabia diferenciar as coisas e reconhecer que a equipa estava bem e que as coisas estavam a sair bem a quem estava a jogar. As oportunidades que ele teve eram sobretudo como suplente utilizado e algumas vezes a titular e ele respondeu sempre bem, foi sempre profissional. Gosto muito dele como pessoa. Quando chegou ao Mafra criámos uma relação muito engraçada. Jogávamos na mesma posição e não havia azia entre nós. De um modo geral, sempre foi um jogador de grupo e de balneário”, recordou o internacional angolano.

Nascido há 27 anos em Osasco, no estado brasileiro de São Paulo, Lucas Marques concluiu a formação no Internacional de Porto Alegre, clube que o emprestou ao Lajeadense. Em 2017 assinou pelo Chapecoense após grande parte do plantel dos catarinenses ter morrido num trágico acidente de avião e chegou a jogar na Copa Sul-Americana, mas no segundo ano no clube foi cedido a Vitória da Bahia e Figueirense.

Em janeiro de 2019 assinou pelo Santa Clara, emblema pelo qual participou em dez jogos na I Liga, tendo sido emprestado ao Estoril no início de 2020. Quando conquistou a titularidade nos canarinhos, eclodiu a pandemia de covid-19 e o campeonato da II Liga não teve continuidade.

Após não ter ido além de dois jogos pelos açorianos em 2020-21, representou o Mafra na temporada transata. Conseguiu disputar 28 encontros, é verdade, mas apenas onze na condição de titular.













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