Chimbonda e Wender em disputa de bola em Braga |
A
minha primeira memória de um jogo entre o Tottenham
e
uma equipa portuguesa remonta a 2007, quando defrontaram o Sp.
Braga,
numa época em que os bracarenses conseguiram
chegar pela segunda vez aos oitavos de final da Taça
UEFA – já
o tinham feito em 1997-98, mas desta vez tinham ultrapassado não dois
adversários, mas um percurso que contemplou uma ronda de qualificação, uma fase
de grupos e eliminado os italianos do Parma nos
16 avos de final.
Os minhotos,
que
nas duas épocas anteriores tinham caído logo na ronda de qualificação, apanharam
o Tottenham nos
oitavos de final. Na
altura os spurs já
não participavam nas competições europeias desde 1999-00, mas começavam cada
vez a consolidar-se na primeira metade e até no primeiro terço da tabela
classificativa da Premier
League, apresentando
um plantel invejável, recheado de jogadores internacionais como o guarda-redes
inglês Paul Robinson (dono da baliza de Inglaterra no Mundial 2006), o central
inglês Michael Dawson, o lateral direito francês Pascal Chimbonda, o lateral
sul-coreano Lee Young-pyo, o médio defensivo costa-marfinense Didier Zokora, o
médio finlandês Teemu Tainio, o extremo inglês Aaron Lennon, o avançado búlgaro
Dimitar Berbatov, o avançado irlandês Robbie Keane, o avançado inglês Jermain
Defoe e o avançado egípcio Mido. E havia ainda um jovem e talentoso médio
marroquino chamado Adel Taarabt.
Já
o Sp.
Braga, como
tem vindo quase sempre a fazer desde que António Salvador assumiu a presidência
do clube, apresentava um misto de jogadores que já não tinham espaço nos
grandes e outros que vinham a destacar-se em clubes de menor dimensão, além do
recurso à prata da casa e ao mercado internacional.
No
encontro da primeira-mão, na Pedreira, registou-se um empate a zero na primeira
parte e uma chuva de golos na segunda. Aos 57 minutos, Robbie Keane disparou
para o fundo das redes após passe de Lennon a partir do lado esquerdo. Um
quarto de hora depois, o guardião bracarense defende
uma bola remata de Lennon para a frente e permite a recarga vitoriosa de
Malbranque.
Porém,
a formação então orientada por Jorge Costa reagiu. Paulo Jorge empatou aos 76’
na recarga a um penálti do próprio que Robinson defendeu. Cinco minutos depois,
Zé Carlos empatou, de cabeça, na sequência de um livre lateral apontado por
Castanheira. No entanto, os ingleses ainda
tinham uma palavra a dizer e, ao cair do pano, Keane fez o 2-3, após ser
desmarcado por Zokora.
“Keane
arruma coma reação do Braga.
O Tottenham só
é tipicamente inglês porque está baseado em Londres. No futebol, é o oposto do
que anteviu Jorge Costa: uma equipa de bola no chão, inteligente e refinada
pela classe de Dimitar Berbatov, o artista. Paulo Santos resistiu-lhe a tudo,
mas já não pôde com a astúcia de Robbie Keane e Malbranque. O que quase dava
para a ressurreição arsenalista (de
0-2 para 2-2). Só que no fim Keane fez justiça (3-2)”, escreveu o Diário
de Notícias.
No
jogo de White Hart Lane, o resultado foi o mesmo, mas os bracarenses chegaram
a estar em vantagem. Aos 24 minutos, Tom Huddlestone marcou na própria baliza,
de cabeça, na sequência de um livre lateral apontado pelo brasileiro Andrade.
Mas praticamente na resposta Berbatov encarregou-se de empatar o encontro, após
grande trabalho individual e assistência de Robbie Keane. Ainda na primeira
parte, Berbatov voltou a marcar, na sequência de um passe longo de Huddlestone,
num lance em que a defesa minhota ficou a dormir.
No
segundo tempo, Andrade reacendeu a esperança dos arsenalistas na
transformação de um potente livre direto. Porém, Berbatov voltou a estar em
evidência, assistindo Malbranque para o 3-2 a um quarto de hora do fim.
“Chegou
a parecer possível. O Braga terminou
a aventura europeia desta época em White Hart Lane, ao perder com o Tottenham,
novamente
por 3-2. A equipa portuguesa ficou-se pelos oitavos-de-final da Taça
UEFA, mas
não tem razões para se envergonhar da campanha realizada, nem do jogo de ontem,
porque foi derrotada por um adversário que lhe é superior e tem condições para
ir longe nesta prova. A classe de Berbatov destruiu as pretensões bracarenses,
com
dois golos de enorme qualidade técnica e uma assistência perfeita para
Malbranque, depois de os portugueses terem estado em vantagem na primeira
parte”, podia ler-se no Jornal de Notícias.
Essencialmente,
o que mais recordo desta eliminatória é o duplo 3-2 a favor dos spurs.
Uma
boa réplica de um Sp.
Braga a
mostrar-se capaz de acompanhar os chamados três grandes nas competições
europeias para lá do Natal.
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