domingo, 15 de novembro de 2020

Três fortes motivos para que o Barreiro venha a ter estádio municipal com pista de atletismo

Apenas há três pistas de atletismo na Península de Setúbal
Longe vão os tempos em que o desporto no Barreiro vivia momentos áureos. É verdade que há dois clubes na principal liga de basquetebol, mas no futebol há uma constante frustração quando se compara passado e presente, enquanto as modalidades ao ar livre têm de dar asas à criatividade para conseguir treinar com o mínimo de condições.
 
Porém, a construção de um estádio municipal com pista de atletismo poderia de alguma forma reforçar as condições infraestruturais para a prática de algumas modalidades no concelho. E há três motivos bastante fortes para que este possível projeto venha a ser equacionado.
 

1)      Clubes de futebol sem espaços próprios

Ainda não assim há tantos anos, o Barreirense tinha o Campo Dom Manuel de Mello para os seniores e dois campos pelados na Verderena, hoje tem um relvado sintético na Verderena que serve todo o futebol 11, que conta em média com duas equipas por escalão e futebol feminino, e dois campos de futebol 7 em Santo André para servir cerca de uma dezena de equipas. É, por isso, um clube estrangulado em termos de espaço e tempo, que vai fazendo milagres tendo em conta aquilo que dispõe.
Também não assim há tantos anos, o Luso tinha algumas equipas de futebol jovem, nomeadamente na vertente de futebol 11, e seniores. Hoje, não tem nada, porque sem o campo da Quinta Pequena ficou sem espaço para prosseguir a atividade.
Felizmente Galitos e Santoantoniense ganharam relvados sintéticos nos últimos anos, mas no caso da formação de Santo André até já começa a ser pouco apenas um campo de futebol 11 – o pelado de futebol 7 está a transformar-se numa infraestrutura desportiva indoor.
Falta ainda falar de outro clube com tradição no futebol jovem, o Silveirense, que sempre conheci a jogar em casa emprestada. E porque não falar de outros clubes e coletividades que podiam sonhar em ter futebol e até râguebi?
Por outro lado, há o Fabril, que tem à sua disposição um complexo com todas as condições e mais algumas. Porém, convém desde já deixar uma coisa bem clara para quem não tem essa noção: o Fabril não é proprietário do Complexo Alfredo da Silva! Tem apenas um direito de superfície que se vai esgotar em cerca de 30 anos. Mas, quem sabe, até poderá correr o risco de ser despejado antes mediante o pagamento de uma indemnização.
Perante o cenário atual, já faz bastante falta pelo menos mais um relvado municipal. Perante a possibilidade de o Fabril deixar de ter o direito de superfície do Complexo Alfredo da Silva, é da máxima urgência.
 
 
 

2)      Atletismo sem pista no Barreiro… nem na Moita

Na última edição do Circuito de Atletismo do Barreiro participaram oito equipas barreirenses: “O Independente”, Recreativo da Quinta da Lomba, Estrela Negra, Verderena, Academia do Korpo, Quinta Marques da Costa, Fidalguinhos e Luso.
Ao dispor destas coletividades, além das ruas e escolas do concelho, está o Módulo de Atletismo no Barreiro, localizado na Escola Básica Quinta Nova da Telha, que na prática é apenas uma pista simplificada, ou seja, uma reta.
Olhando para o concelho vizinho com o qual existe maior proximidade em termos de núcleo urbano, a Moita, houve seis equipas que participaram no AtletisMoita em 2018-19: Ribeirinho, Chão Duro, Fonte da Prata, CABB, Amigos do Atletismo da Moita e Penteado.
Ambos os concelhos têm tradição, dinâmicas e elevado número de praticantes de corrida em particular e de atletismo em geral, mas nenhum tem pista de atletismo. Por isso, o primeiro concelho a dispor de uma pista poderia conseguir agregar os praticantes do outro. Nesta que também é uma corrida, faz todo o sentido o Barreiro querer ser mais rápido do que a Moita.
 
 

3)      Desvantagem gritante em relação aos concelhos vizinhos

Apenas três dos nove concelhos da Península de Setúbal têm pistas de atletismo: Seixal (em Corroios), Almada (Sobreda) e Setúbal (Vale da Rosa). Todas são municipais.
Em relação a campos de jogos municipais, Setúbal tem seis,  Moita tem cinco, Montijo tem cinco, Alcochete tem dois, Almada tem um, Seixal tem um e prepara-se para ter um segundo (Medideira) e Palmela tem um. Barreiro? Zero. É o único concelho sem qualquer campo municipal não só na Península de Setúbal como em todo o distrito.
Olhando para a vizinhança, é urgente não ficar atrás de todos e reduzir a desvantagem para alguns.


















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