Dez jogadores importantes da história da União de Leiria |
Logo na primeira participação no
primeiro escalão, em 1979-80, o clube
da cidade do Lis utilizou cinco futebolistas brasileiros: Cícero, Clésio,
Jorge Bonga, Chico Explosão e Édson.
Daí para cá, foram-se sucedendo.
No total, foram 75 a jogar pela União
de Leiria na I Divisão. Em termos relativos, 27 por cento dos futebolistas
que representaram a formação da Beira Litoral no patamar maior do futebol
português eram brasileiros.
Essa tradição foi visível nos
momentos mais altos da história do clube. Quando os leirienses
chegaram à final da Taça
de Portugal, em 2003, marcaram presença no Jamor com futebolistas
canarinhos no onze (Helton, Gabriel, Edson e Maciel)
e um outro no banco (Márcio Santos).
Vale por isso a pena recordar os
10 futebolistas brasileiros com mais jogos pela União
de Leiria na I Divisão.
10. Helton (67 jogos)
Helton |
Na altura, ia fazer concorrência
a Costinha, que era o dono da baliza leiriense
há dois anos e meio, mas rapidamente o destronou. Ainda foi para o banco nos
três primeiros jogos para o campeonato, mas depois assumiu a titularidade e
ainda foi a tempo de disputar nove partidas (e sofrer 10 golos) na I Liga, as
meias-finais da Taça
diante do Paços
de Ferreira e a final do Jamor, perdida para o FC
Porto.
Na temporada seguinte voltou a
ganhar a luta a Costinha, disputando 28 partidas no campeonato (e sofrendo 33
golos) e mais quatro na primeira participação de sempre da União
nas competições europeias – excluindo a Taça Intertoto.
Se haviam dúvidas quanto à valia
de Helton, estas foram dissipadas em 2004-05. Apesar do pouco positivo 15.º
lugar, disputou 30 jogos (e sofreu 30 golos) e brilhou na baliza leiriense
ao ponto de ter dado o salto para o FC
Porto no final dessa época.
9. Fernando (67 jogos)
Fernando Prass |
Contratado ao Coritiba no verão
de 2005, viveu a primeira época na sombra de Costinha, tendo apenas participado
em nove jogos no campeonato, nos quais sofreu 11 golos.
Porém, o guarda-redes português
transferiu-se para o Belenenses
no final da temporada e aí o gigante brasileiro (1,91 m) agarrou o lugar,
embora tenha começado como suplente de Bruno Vale em 2006-07. Fernando fixou-se
na baliza leiriense
à 3.ª jornada e manteve a condição de titular até ao final do campeonato, tendo
sofrido 23 golos em 28 jogos – só os três grandes sofreram menos golos do que a
União
de Leiria nessa época.
Em 2007-08 o goleiro natural de
Porto Alegre foi totalista na I Liga, mas sofreu 53 golos em 30 partidas e foi
impotente para impedir a descida de divisão.
Ainda começou a época seguinte na
II Liga, tendo atuado nas 14 primeiras jornadas, mas depois voltou ao Brasil
para representar o Vasco da Gama. Embora já tivesse 30 anos, viveu a melhor
fase da carreira depois de sair de Portugal.
8. Gabriel (69 jogos)
Gabriel |
Em 2002-03 não foi além de 10
jogos (nove a titular) no campeonato, tendo apontado um golo, ao Sp.
Braga. Na época seguinte foi um
pouco mais feliz, tendo disputado 22 encontros (17 a titular) e marcado dois
golos, frente a Alverca
e Académica, este último de calcanhar [ver abaixo]. Em 2004-05 ficou novamente
remetido a um papel secundário, participando em apenas nove partidas.
Porém, em 2005-06 afirmou
definitivamente no eixo defensivo leiriense
ao lado de Renato, uma vez que Jorge
Jesus adiantou João Paulo para o meio-campo, disputando 29 encontros na I
Liga, todos a titular.
Valorizado, saiu para os russos
do Rubin Kazan no final dessa temporada. Entretanto passou por Espanha e
Bulgária, voltou ao Brasil, mas em 2017 regressou a Portugal para encerrar a
carreira de jogador e iniciar a de treinador no Estarreja.
7. Edson (76 jogos)
Edson |
Sempre titular indiscutível,
contribuiu com três golos – entre os quais um ao FC
Porto e outro ao Sporting
- em 26 jogos para o quinto lugar obtido no campeonato em 2002-03, época em que
ajudou a União
a chegar à final da Taça
de Portugal.
O estatuto foi mantido na época
seguinte, em que apontou quatro golos em 28 jogos (25 a titular), e em 2004-05,
quando faturou por cinco vezes em 24 partidas (20 a titular).
Com naturalidade, foi transferido
por 500 mil euros para o Sporting.
No entanto, Edson não se impôs em Alvalade, muito por culpa de problemas
musculares, saindo ao fim de meio ano para os polacos do Legia Varsóvia.
6. Éder (76 jogos)
Éder Bonfim |
Com relativa naturalidade
impôs-se como titular no lado direito da defesa leiriense
ao longo de três anos, tendo disputado 27 jogos no campeonato (sempre a
titular) na época de estreia. Em 2006-07 participou em 20 partidas (todas a
partir do onze inicial) e marcou três golos. Na terceira temporada esteve em 28
encontros (27 a titular) e faturou por uma vez, mas foi impotente para evitar a
despromoção.
Após a descida rumou ao futebol
romeno, onde representou Politecnica Timisoara, Gloria Buzau e Steaua
Bucareste.
5. Éder Gaúcho (81 jogos)
Éder Gaúcho |
Defesa duro e forte no jogo
aéreo, na primeira época disputou 28 jogos (23 a titular) e apontou dois golos,
ambos frente ao Benfica,
ajudando os leirienses
a ficar à frente das águias
no campeonato e a obter aquela que seria na altura a melhor classificação do
clube na I Divisão, o 5.º lugar.
Na temporada seguinte foi ainda
mais importante, sob a orientação de José
Mourinho, Mário Reis e Vítor Pontes. Disputou 32 encontros (todos como
titular) e marcou um golo, ao Vitória
de Guimarães. “Quando cheguei, o treinador era Manuel José. Grande técnico
e grande pessoa. No ano seguinte trabalhámos com José
Mourinho, e nem é preciso fazer comentários sobre ele, porque as provas
estão aí”, afirmou ao Record em março de 2009.
Entretanto mudou-se para o
Boavista, ajudando os axadrezados a chegarem às meias-finais da Taça UEFA em
2002-03, e depois passou pelo futebol russo e voltou ao Brasil antes de
regressar a Leiria
em 2007-08. Embora tivesse sido maioritariamente titular, tendo participado em
21 encontros e marcado um golo, ao Paços
de Ferreira, foi imponente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão experimentou
o futebol do Médio Oriente antes de encerrar a carreira em 2012 ao serviço dos
gaúchos do Ypiranga.
Atualmente é empresário de
futebolistas.
4. Paulo César (86 jogos)
Paulo César |
Nem sempre titular, mas quase
sempre utilizado, participou em 30 jogos (23 a titular) na temporada de estreia
e marcou sete golos. Em 2006-07 foi utilizado em 28 encontros (19 a titular) e
apontou três golos. E na terceira e última temporada nos leirienses
jogou 29 partidas (25 a titular) e somou cinco remates certeiros, entre os
quais um ao Benfica
e dois ao Sporting,
mas não evitou a descida de divisão.
Após a despromoção rumou ao Sp.
Braga, onde reencontrou Jorge
Jesus e Domingos
Paciência, treinadores com os quais já havia trabalhado em Leiria.
Pelos bracarenses
foi vice-campeão nacional, finalista
vencido da Liga Europa e vencedor da Taça
da Liga.
3. Dinda (87 jogos)
Dinda |
Em 1994-95 começou a época no Lusitânia
Lourosa, mas terminou-a na cidade
do Lis, tendo participado em dois jogos (um a titular) e marcado um golo,
ao Beira-Mar.
Nas temporadas seguintes jogou
com as camisolas de Paços
de Ferreira e Académica, mas voltou ao União
no verão de 1997 para contribuir com 11 golos para nova promoção, desta vez com
Vítor Oliveira como homem do leme.
Seguiram-se três anos ao serviço
dos leirienses
entre a elite do futebol português. Em 1998-99 disputou 32 jogos (29 a titular)
e faturou por três vezes. Na época que se seguiu participou 30 encontros (20 a
titular) e marcou quatro golos, entre os quais um na vitória caseira sobre o Benfica,
após grande cavalgada desde o meio-campo defensivo. Em 2000-01, na última
temporada em Leiria,
não foi além de 22 partidas (sete a titular), tendo apontado quatro golos.
Depois rumou ao Marítimo, clube
que representou durante três anos, antes de regressar ao Brasil.
E quando voltou a Leiria
num jogo do campeonato… foi aplaudido. “Senti-me muito bem no regresso a Leiria.
Fui muito aplaudido pelo público, o que prova que fiz coisas boas aqui”,
afirmou ao Record.
2. Derlei (91 jogos)
Derlei |
Proveniente do modesto Madureira,
da Série C brasileira, chegou à cidade
do Lis no verão de 1999 e aproveitou a primeira época para se ambientar,
tendo apontado oito golos em 26 jogos (16 a titular), ainda que pelo meio
tivesse ficado afastado dos relvados durante dois meses devido a uma pubalgia.
Na temporada seguinte, ainda com Manuel José, subiu a fasquia, participando em
32 encontros (todos a titular), nos quais apontou 13 golos, entre os quais um
ao FC
Porto.
Se existiam dúvidas quanto à
qualidade do Ninja, estas foram
dissipadas em 2001-02, quando se deu a explosão: 21 golos em 33 jogos. Em
dezembro de 2001 apontou um póquer na goleada caseira sobre o Salgueiros (7-0)
e iniciou uma série de sete jornadas consecutivas sempre a marcar, algo pouco
comum no futebol português e raríssimo para um jogador que não pertence aos
três grandes.
Com absoluta naturalidade, no
final dessa temporada deu o salto – por 450 mil euros - para o FC
Porto, clube pelo qual venceria dois campeonatos, uma Taça
de Portugal, uma Supertaça e sobretudo uma Taça UEFA, uma Liga dos Campeões
e um Mundial de Clubes.
1. Maciel (111 jogos)
Maciel |
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