Fundado a 17 de maio de 1939, o
então Grupo
Desportivo Estoril Plage nasceu da Sociedade Estoril-Plage,
proprietária do caminho de ferro da Linha
de Cascais, de importantes hotéis na zona de Cascais
e do Casino Estoril,
tendo adotado desde o início no emblema e nas cores o amarelo do sol e o azul
do mar, os baluartes da região. Porém, as cores motivaram a alcunha de “canarinhos”,
em alusão à seleção brasileira.
Com apenas cinco anos de
existência, os estorilistas
viveram um dos maiores momentos da sua história ao participar na final da Taça
de Portugal, de onde saíram derrotados pelo Benfica. Porém, 70 anos depois os
canarinhos voltaram a evidenciar-se ao assegurarem duas qualificações
consecutivas para a Liga Europa, em 2013 e 2014, com Marco Silva no comando
técnico. Dois quartos lugares, em 1947-48 e em 2013-14, foram as melhores
classificações de sempre do Estoril
em 26 presenças na I Divisão.
No entanto, o clube do concelho
de Cascais
conta ainda com um histórico bastante abonatório nas divisões secundárias,
nomeadamente dois títulos de campeão da II Liga, em 2003-04 e 2011-12.
Era precisamente no segundo
escalão que os canarinhos competem em 2019-20, ocupando o 4.º lugar à data da
interrupção das competições devido à pandemia de covid-19.
Em 16 presenças, 305 futebolistas
representaram o clube na II Liga. Vale por isso a pena recordar os dez que o fizeram por mais vezes.
10. Quim (78 jogos)
Quim |
Natural do Cacém, não muito longe
da Amoreira,
o central Quim já tinha experiência de II Liga ao serviço de Amora e Felgueiras
quando reforçou o Estoril,
no verão de 1996.
Em três temporadas participou em
78 encontros, 77 dos quais na condição de titular, tendo apontado cinco golos.
Em 1996-97 e 1997-98 ajudou os canarinhos a obter o sétimo lugar, mas na última
época os seus três golos não conseguiram evitar a despromoção à II Divisão B.
Depois prosseguiu a carreira na
Madeira, no Machico e no Camacha. Após penduras as botas tornou-se treinador,
tendo trabalhado em vários clubes do distrito
de Setúbal na última década.
9. Borreicho (83 jogos)
Borreicho |
O médio defensivo Borreicho
chegou ao Estoril
aos 19 anos, no verão de 1987-88, depois de ter feito grande parte da formação
no Sporting e de se ter estreado no futebol sénior ao serviço do Trofense.
Nas três primeiras épocas
competiu na antiga II Divisão – Zona Sul, tendo jogador de amarelo e azul na
edição inaugural da II Liga, em 1990-91, que os estorilistas
concluíram na 2.ª posição, em zona de promoção à I Liga. Nessa temporada
participou em 33 jogos (32 a titular) e apontou dois golos.
Seguiram-se três anos no primeiro
escalão, em que disputou 66 partidas e marcou dois golos, antes do regresso à
II Liga em 1994-95. Em mais dois anos na Amoreira
esteve em 50 encontros, tendo sido companheiro de equipa de Pauleta em 1995-96.
Depois prosseguiu a carreira no
Sp. Covilhã, continuando na I Liga. Entretanto tornou-se treinador e em 2014-15
regressou ao Estoril
para orientar a equipa feminina. Atualmente dirige os seniores da Associação da
Torre, nos distritais
da AF Lisboa.
8. Toni Vidigal (87 jogos)
Toni Vidigal |
Extremo de baixa estatura e um
dos elementos da famosa futebolística angolana radicada em Elvas, chegou ao Estoril
com 19 anos, no verão de 1994, precisamente proveniente de O Elvas, juntamente
com o seu familiar mais mediático, o irmão Luís.
Depois de 22 jogos (16 a titular)
transferiu-se para o Vitória
de Setúbal, ajudando os sadinos a subirem à I Liga. Porém, Toni Vidigal
voltou ao António
Coimbra da Mota após essa época para mais três anos na Amoreira,
tendo participado mais 65 jogos (49 a titular) e marcado 11 golos de amarelo e
azul. Porém, não conseguiu evitar a despromoção à II Divisão B em 1998-99.
Depois rumou ao Penafiel
e posteriormente ao Varzim, clube pelo qual chegou a jogar na I Liga entre 2001
e 2003.
7. José Carlos (98 jogos)
José Carlos |
Lateral direito natural de
Sintra, concluiu a formação no Estoril
e chegou a jogar pela equipa principal durante o primeiro ano de sénior na
antiga II Divisão – Zona Sul em 1989-90, mas depois andou por Portosantense,
Fanhões, Fátima, Portimonense e Sp. Covilhã até que no verão de 1996-97 voltou
à Amoreira.
Em três épocas ao serviço dos estorilistas,
efetuou 98 partidas, todas na condição de titular, tendo chegado a formar dupla
na ala direita com Paulo Ferreira, quando este ainda era extremo, em 1998-99,
numa temporada que culminou com a descida à II Divisão B.
Nos anos seguintes, continuou na
II Liga ao serviço de Imortal e Nacional.
6. Paulo Jorge (105 jogos)
Paulo Jorge |
Extremo direito natural de
Carnaxide, no concelho vizinho de Oeiras, Paulo Jorge chegou ao Estoril
no verão de 1994, já depois de se ter estreado na I Liga com a camisola do Estrela
da Amadora e de ter representado Amora e Leça na II Liga.
Em quatro épocas na Amoreira
foi quase sempre titular. Nas duas primeiras, nas quais somou um total de 66
encontros e quatro golos, não chegou a ir ao banco. Em 1996-97 começou a perder
espaço, tendo disputado 25 jogos (17 a titular) e marcado dois golos. Na época
seguinte, a última no emblema da Linha
de Cascais, esteve em 14 partidas (13 a titular) até março, quando se
transferiu para o Portimonense.
5. Carlos Pereira (114 jogos)
Carlos Pereira |
Os caminhos de Carlos Pereira e
do Estoril
cruzaram-se pela primeira vez na I Liga, em 1992-93. Na altura, os canarinhos
eram orientados por Fernando Santos e o guarda-redes preparava-se para competir
com Du depois de duas temporadas como dono da baliza do Louletano na II Liga.
Após duas épocas em que foi
maioritariamente titular dos estorilistas
no primeiro escalão, tendo disputado 38 encontros, continuou no clube depois da
despromoção. Em 1994-95 e 1995-96 viveu na sombra de Paulo Morais, realizando
apenas 17 partidas durante as duas temporadas, mas nos três anos seguintes
recuperou o posto, amealhando mais 97 jogos para o campeonato na Amoreira.
Depois da despromoção à II
Divisão B, em 1999, rumou ao Atlético, então na III Divisão, onde em 2003
encerrou a carreira de jogador e iniciou a de treinador de guarda-redes.
4. Baroti (116 jogos)
Baroti |
A carreira de Baroti começou
praticamente com a conquista da Taça de Portugal ao serviço do Estrela
da Amadora em 1989-90, mas nunca se afirmou na I Liga e cinco anos depois foi
contratado pelo Estoril,
depois de passagens por Académica e Felgueiras.
No António
Coimbra da Mota este médio centro/extremo esquerdo viveu a fase de maior
fulgor na carreira, tendo amealhado 116 jogos (88 a titular) e oito golos em
quatro temporadas na II Liga, entre 1995-96 e 1998-99.
Após a despromoção à II Divisão B
continuou no clube por mais dois anos, tendo disputado mais 56 encontros (52 a
titular) e apontado quatro golos. Depois
transferiu-se para o Amora.
3. Marco Silva (121 jogos)
Marco Silva |
Marco
Silva ficou na história do Estoril
enquanto treinador, devido à conquista do título da II Liga e consequente
subida de divisão em 2011-12 e os apuramentos para a Liga
Europa nas duas épocas seguintes. Porém, também serviu briosamente o clube
na pele de jogador durante seis temporadas, todas na II Liga.
Quando foi contratado, no verão
de 2005, já tinha 27 anos e vinha do Odivelas, mas conquistou o seu espaço no
lado direito da defesa e manteve-se no clube ao longo de meia dúzia de anos
difíceis, marcados por vários episódios de salários em atraso.
Em 2011-12 começou a temporada
como diretor desportivo, mas dois meses depois saltou para o banco, de onde
escreveu alguns dos capítulos mais bonitos da história estorilista.
2. Marco Paulo (166 jogos)
Marco Paulo |
Se este Marco Paulo também tem
dois amores, o Estoril
será certamente um deles. Foi na Amoreira
que concluiu a formação e se estreou na I Liga, em 1992-93, depois de ter
representado O Elvas no primeiro ano de sénior.
Após 53 jogos (42 a titular) e um
golo no primeiro escalão e já com o estatuto de internacional sub-21 por
Portugal, acompanhou o clube na II Liga durante cinco temporadas, tendo participado
em 133 encontros (115 a titular) e apontado 10 golos.
Depois da descida à II Divisão B continuou
na II Liga com a camisola do Paços de Ferreira, clube que lhe permitiu
sagrar-se campeão da II Liga e regressar ao patamar maior do futebol português.
Em 2001 mudou-se para o Belenenses
e de lá saiu no verão de 2005 para regressar ao Estoril,
então na II Liga, numa época marcada por salários em atraso e dificuldades
estruturais. Porém, foi a jogo (e sempre a titular) em 33 das 34 jornadas e
ainda assumiu o comando técnico da equipa durante cinco jornadas entre janeiro
e fevereiro de 2006, não tendo ido além de um empate e quatro derrotas nessa
missão de jogador-treinador.
Depois, o médio voltou à I Liga
pela porta do Estrela
da Amadora e pendurou as botas no Mafra, em 2009-10.
1. Martins (196 jogos)
Martins |
Chama-se José Martins, mas poderia
chamar-se sr. Estoril
Praia. Afinal, foi formado no clube e cumpriu praticamente toda a carreira na
Amoreira
– a exceção foi em 1989-90, quando se estreou na II Liga ao serviço do Penafiel.
No total, soma mais de 400 jogos pelos estorilistas,
o que faz dele o jogador com mais encontros com o equipamento amarelo e azul,
tendo representado o clube em três divisões.
As primeiras partidas pela equipa
da Linha
de Cascais foram disputadas ainda em idade de júnior, em 1985-86, tendo
formado dupla com o atual selecionador nacional Fernando Santos, 13 anos mais
velho, no eixo da defesa.
Na edição inaugural da II Liga,
em 1990-91, já com Fernando Santos no comando técnico, formou uma dupla sólida
com Hélder que ajudou os estorilistas
a alcançar o estatuto de defesa menos batida da competição (28 golos sofridos)
e a subir de divisão após sete anos de ausência. Nessa época, Martins foi
titular nos 38 encontros do campeonato e marcou um golo.
Seguiram-se três anos e I Liga,
nos quais foi utilizado em 78 partidas (72 a titular), não conseguindo evitar a
despromoção em 1993-94.
Após a despromoção acompanhou os
canarinhos em mais cinco épocas na II Liga, tendo participado em 158 jogos no
segundo escalão entre 1994-95 e 1998-99, tendo formado dupla com o já referido
Quim nas três últimas temporadas.
Porém, nem a descida à II Divisão
B o fez sair do clube, tendo continuado a servir o Estoril
no terceiro escalão do futebol português até pendurar as botas em junho de
2002.
Após retirar-se do relvado
abraçou a carreira de treinador, tendo orientado a equipa de juniores dos
canarinhos entre 2005-06 e 2011-12. Atualmente dirige os juniores do Trajouce.
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