terça-feira, 14 de janeiro de 2020

A minha primeira memória de… um jogo entre FC Porto e Varzim

Deco procura passar entre os defesas Alexandre e Quim Berto
As minhas principais memórias de jogos do Varzim remontam às épocas 2001-02 e 2002-03, em que os poveiros marcaram presença na I Liga pela última vez. Desses tempos, recordo uma equipa em constante aflição na tabela classificativa mas que vendia sempre cara a derrota.


Eram figuras da equipa o guarda-redes Hilário (ou Miguel ou Litos), o eterno capitão Alexandre; os defesas Mariano e Quim Berto, o avançado russo Prokopenko, os médios Toni Vidigal, Gilmar e Rodolfo, o extremo madeirense Marco Freitas e o atacante internacional angolano Mendonça. Deu para fugir à despromoção em 2001-02 com 32 pontos, mas não deu em 2002-03 com 35.

Curiosamente, não me recordo dos primeiros três encontros entre portistas e varzinistas nesse período. Apenas do quarto (e do quinto), pelo resultado expressivo que foi: 7-0. Não vi o jogo, mas lembro-me de ter assistido ao resumo no dia seguinte em pleno Centro Comercial Colombo, em Lisboa, depois de ter visitado pela primeira vez o velhinho Estádio da Luz, já em fase de demolição, e antes de ir para o velhinho Estádio José Alvalade assistir ao Sporting-Naval, que tal como o duelo entre nortenhos era válido para os quartos-de-final da Taça de Portugal.

Dos autores dos golos, só me recordo de um: Nuno, hoje mais conhecido por Nuno Espírito Santo e então guarda-redes do FC Porto, que foi chamado para converter uma grande penalidade quando o resultado já era de 6-0 e os varzinistas orientados por José Alberto Costa estavam reduzidos a dez, devido à expulsão do guardião Miguel.


Felizmente, existe a Internet para nos avivar a memória: 1-0 por Marco Ferreira a desviar com o pé um livre cobrado do lado direito por César Peixoto (20 minutos); 2-0 por Edgaras Jankauskas após cruzamento de Deco (23’); 3-0 por Marco Ferreira a passe de Alenitchev (30’); 4-0 por César Peixoto de grande penalidade; 5-0 mais uma vez por Marco Ferreira, de cabeça, na resposta a um cruzamento de Mário Silva; 6-0 por Clayton após bom trabalho individual; 7-0 por Nuno, de penálti. Pelo meio, ainda deu para Jankauskas desperdiçar uma grande penalidade (34’).

“Um FC Porto avassalador deu espetáculo e garantiu em grande estilo a passagem às meias-finais da Taça de Portugal. Muitos espectadores nem terão dado conta de que Mourinho apenas manteve quatro dos titulares que venceram na Luz [1-0 para o campeonato]. Sete jogadores diferentes, mas uma fidelidade intocável em relação à filosofia de sucesso. A maior goleada da época abre grandes perspetivas para o embate de quinta-feira, na frente europeia, contra o Panathinaikos [quartos-de-final da Taça UEFA]”, escreveu o Record sobre esse jogo de 8 de março de 2003.


Dois meses depois, as duas equipas voltaram a defrontar-se, novamente nas Antas mas desta vez para o campeonato. O FC Porto de José Mourinho, já campeão, fez atuar jogadores como Hugo Luz, Ákos Buzsáky e Elias, de quem alguns portistas de boa memória talvez até já nem se lembrem. Lembro-me desse encontro sobretudo devido a um grande golo de Paulinho Santos, naquele que foi um dos últimos jogos da carreira do histórico médio defensivo portista.

Os dragões venceram por 3-2, mas foram para intervalo a vencer por 3-0, numa fase em que a final da Taça UEFA, diante do Celtic, já estava na cabeça dos jogadores dos azuis e brancos. Jankauskas (12’), Capucho (16’) e Paulinho Santos (42’) deram vantagem aos da casa, o central Zé António reduziu para os forasteiros (63’ e 74’).

“A equipa respondeu a todas as solicitações: camuflou com motivação a ansiedade que já faz parte do dia-a-dia e cresce a cada minuto que passa; temperou a euforia com vontade de ganhar; interpretou bem a necessidade de gerir o momento quando quase tudo está decidido para a grande final. Em suma, cumpriu o ritual de circunstâncias semelhantes; sem poder fugir às exigências do calendário, aproveitou para saudar os adeptos; cumprimentou-os, marcou dois golos em 16 minutos e despediu-se”, resumiu o Record.


O FC Porto só haveria de voltar a defrontar a sua filial nº 1 em outubro de 2015, em jogo da Taça de Portugal que culminou com uma vitória por 2-0 na Póvoa do Varzim.






















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