sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

A minha primeira memória de... um jogo entre FC Porto e Moreirense

João Ricardo e Ricardo Fernandes protegem a bola de McCarthy
FC Porto e Moreirense enfrentaram-se oficialmente pela primeira vez na época 2002-03, mas não me lembro de nenhum dos jogos do campeonato entre as duas equipas. Tenho uma vaga ideia do golo de chapéu de Capucho a João Ricardo em abril de 2003, mas não estou certo disso.


O primeiro jogo de que me lembro verdadeiramente entre as duas equipas é de um ano depois, num confronto no Dragão a 28 de março de 2004. Na altura, os azuis e brancos estavam invictos e lideravam o campeonato de forma invicta, mas já começavam a acusar o desgaste provocado pela campanha vitoriosa na Liga dos Campeões e pelo percurso até aí imaculado na Taça de Portugal.

Os portistas vinham de um triunfo em casa sobre o Lyon para os quartos de final da Champions (2-0), mas na I Liga estavam a iniciar uma série de vitórias magras mescladas com jogos sem ganhar. Embora o Moreirense estivesse tranquilo na tabela classificativa e viesse de cinco encontros sem perder, os adeptos da casa esperavam um triunfo folgado, mas não foi nada disso que aconteceu.

Talvez como nunca nessa época, o FC Porto esteve muito perto de não vencer um jogo em casa no campeonato. Os minutos passavam, mas o 0-0 persistia. José Mourinho até já tinha prescindindo de um central, Pedro Emanuel, para colocar em campo um ponta de lança puro, Edgaras Jankauskas, mas nem assim o golo aparecia.


Foi preciso esperar até ao minuto 89 para ver o atacante brasileiro Carlos Alberto marcar o golo da vitória através de um livre direto executado de forma magistral, pontapeando a bola de forma tensa mas simultaneamente colocada, fora do alcance para o guarda-redes internacional angolano João Ricardo, que ficou pregado ao relvado. Foi a explosão de alegria no Dragão, quando muitos já duvidavam.

Lembro-me de estar a assistir ao jogo pela televisão através da Sport TV enquanto ouvia o relato na rádio, cuja transmissão estava alguns segundos adiantada. Ou seja, primeiro ouvi o golo e só depois vi a bola beijar as longas redes que as balizas do reduto portista tinham na altura.


O golo solitário de Carlos Alberto deu a 14.ª vitória caseira ao FC Porto em outros tantos jogos no Dragão para a I Liga e deixou os azuis e brancos um pouco mais perto do bicampeonato, que haveria de ficar garantido menos um mês depois.

“Respirar a pontapé. O FC Porto esbarrou vezes sem conta na muralha defensiva do Moreirense, que esteve a escassos minutos de sair do Dragão com um ponto. Valeu aos portistas um pontapé mágico de Carlos Alberto, que devolveu a respiração normal à equipa e aos adeptos. Antes disso, no princípio de tudo, McCarthy falhara um penálti”, resumiu o jornal O Jogo.

Por outro lado, o Moreirense não desanimou com a derrota e venceu quatro dos últimos seis jogos dessa época, concluindo o campeonato em 9.º lugar.




















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