João Ricardo e Ricardo Fernandes protegem a bola de McCarthy |
O primeiro jogo de que me
lembro verdadeiramente entre as duas equipas é de um ano depois, num
confronto no Dragão
a 28 de março de 2004. Na altura, os azuis e brancos estavam
invictos e lideravam o campeonato de forma invicta, mas já começavam
a acusar o desgaste provocado pela campanha vitoriosa na Liga dos
Campeões e pelo percurso até aí imaculado na Taça de Portugal.
Os
portistas vinham de um triunfo em casa sobre o Lyon para os quartos
de final da Champions (2-0), mas na I Liga estavam a iniciar uma
série de vitórias magras mescladas com jogos sem ganhar. Embora o
Moreirense estivesse tranquilo na tabela classificativa e viesse de
cinco encontros sem perder, os adeptos da casa esperavam um triunfo
folgado, mas não foi nada disso que aconteceu.
Talvez como nunca nessa
época, o FC Porto esteve muito perto de não vencer um jogo em casa
no campeonato. Os minutos passavam, mas o 0-0 persistia. José
Mourinho até já tinha prescindindo de um central, Pedro
Emanuel, para colocar em campo um ponta de lança puro, Edgaras
Jankauskas, mas nem assim o golo aparecia.
Foi preciso esperar até
ao minuto 89 para ver o atacante brasileiro Carlos Alberto marcar o
golo da vitória através de um livre direto executado de forma
magistral, pontapeando a bola de forma tensa mas simultaneamente
colocada, fora do alcance para o guarda-redes internacional angolano
João Ricardo, que ficou pregado ao relvado. Foi a explosão de
alegria no Dragão,
quando muitos já duvidavam.
Lembro-me de estar a
assistir ao jogo pela televisão através da Sport TV enquanto ouvia
o relato na rádio, cuja transmissão estava alguns segundos
adiantada. Ou seja, primeiro ouvi o golo e só depois vi a bola
beijar as longas redes que as balizas do reduto portista tinham na
altura.
O golo solitário de
Carlos Alberto deu a 14.ª vitória caseira ao FC Porto em outros
tantos jogos no Dragão
para a I Liga e deixou os azuis e brancos um pouco mais perto do
bicampeonato, que haveria de ficar garantido menos um mês depois.
“Respirar a pontapé. O
FC Porto esbarrou vezes sem conta na muralha defensiva do Moreirense,
que esteve a escassos minutos de sair do Dragão
com um ponto. Valeu aos portistas um pontapé mágico de Carlos
Alberto, que devolveu a respiração normal à equipa e aos adeptos.
Antes disso, no princípio de tudo, McCarthy falhara um penálti”,
resumiu o jornal O Jogo.
Por outro lado, o
Moreirense não desanimou com a derrota e venceu quatro dos últimos
seis jogos dessa época, concluindo o campeonato em 9.º lugar.
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