Phil Babb com dificuldades para travar o ataque do Famalicão |
Ainda não era nascido
aquando das passagens do Famalicão pela I Divisão nas décadas de
1940 e 1970 e no início da de 1990. Curiosamente, no dia em que eu
nasci, a 26 de janeiro de 1992, os famalicenses defrontaram o
Sporting em casa e empataram a zero. E como podem imaginar, ainda era
um bebé quando as duas equipas se defrontaram nos campeonatos de
1992-93 e 1993-94.
Assim sendo, o primeiro
jogo de que tenho memória entre os dois emblemas remonta a 2000-01,
quando ambos se defrontaram nos quartos de final da Taça de Portugal. Recordo-me de ter assistido ao jogo através da SIC,
que nessa altura tinha os direitos televisivos da competição.
Os minhotos, orientados
por José Alberto Costa, eram uma das três equipas da II Divisão B
que resistiam na prova rainha naquela fase, a par de Bragança e
Moreirense. Antes de receber os leões, o Famalicão tinha afastado
em casa os primodivisionários Belenenses e Gil Vicente. Uma campanha
notável, da qual fizeram parte alguns jogadores que já tinham
estado na I Liga, como o guarda-redes Candeias (Farense), e outros
que haveriam de lá chegar, como Pinheiro (Paços de Ferreira), Joca
(Gil Vicente) e Djalmir (Belenenses e Olhanense).
O Sporting era claro
favorito, mas ameaça de mais um tomba-gigantes pairou no ar durante
quase uma hora de jogo. Foi essa a duração da vantagem do
Famalicão, entre os 21 e os 78 minutos. Coube a Hélder inaugurar o
marcador através de um remate de pé esquerdo que fez a bola embater
no poste antes de entrar na baliza à guarda de Nélson, na sequência
de um lance de contra-ataque.
Os minutos foram passando
e a equipa do terceiro escalão parecia confortável no jogo, perante
um leão imponente. Desesperado, o treinador Manuel
Fernandes foi acrescentando progressivamente pendor ofensivo à
sua equipa: ao intervalo trocou Bruno
Caires por Rodrigo Fabri, a 25 minutos do fim Hugo por Rodrigo
Tello e à entrada do último quarto de hora Mbo Mpenza por Robert
Spehar.
As alterações lá
surtiram efeito e Spehar, avançado croata que em mais de um ano de
verde e branco só tinha participado em três jogos, todos na
condição de suplente utilizado, revelou-se decisivo. Primeiro,
cruzou para o remate à meia volta de Acosta que deu o empate, aos 78
minutos. Depois, estreou-se finalmente a marcar com a camisola do
Sporting, de cabeça, após desvio de Acosta ao segundo poste na
sequência de um canto apontado no lado esquerdo por Rodrigo Fabri
(83'). E para acabar a noite em beleza, bisou num lance em que foi
desmarcado por Fabri e contornou o guarda-redes Candeias antes de
atirar para o fundo das redes.
“O Sporting venceu em
Famalicão, por 1-3, mas sofreu muito durante mais de uma hora, o
tempo que o Famalicão esteve à frente no marcador. Depois de uma
primeira parte em que o Famalicão esteve confortavelmente em campo,
marcando um golo e defendendo sem problemas, Manuel
Fernandes meteu a sua força de intervenção rápida (Rodrigo
Fabri, Tello e Spehar) e conseguiu dar a volta ao resultado”,
escreveu o Record
na crónica do jogo.
Diz-se muitas vezes que
os avançados por vezes só precisam de confiança para começar a
marcar golos com alguma cadência e foi isso que aconteceu com
Spehar, que nessa temporada faturou por mais cinco vezes (em oito
jogos). Feitas as contas, terminou a temporada com uma média de um
golo a cada 70 minutos. Nada mau!
Relativamente aos duelos
entre os dois clubes, voltaram a acontecer em
2011-12, novamente para a Taça de Portugal, mais uma vez com vitória
do Sporting e mais uma vez com alguma dificuldade, pois os dois golos
de Wolfswinkel – o primeiro de penálti aos 61' – só surgiram na
segunda parte. Tal como uma década antes, o Famalicão militava
no terceiro escalão.
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