Gelson Martins vai ajudar o Mónaco a lutar pela permanência |
Gelson Martins era, indubitavelmente, o jogador mais desequilibrador deste Sporting. A sua qualidade individual servia para ultrapassar e contornar defesas, abrindo espaços e caminhos para a baliza adversária, dando um plus ao ataque leonino.
O extremo de 23 anos tinha, como nenhum outro no plantel de Jorge Jesus, um vasto reportório de fintas, contrastando com as características de Acuña – com quem partilhava a titularidade -, que recorria ao drible a partir do corredor esquerdo.
Contudo, ao contrário do argentino, que tem como principais armas a assertividade e a qualidade nos cruzamentos, o internacional português sempre se mostrou muito verde na definição dos lances. Embora tenha crescido gradualmente nesse aspeto, vai continuando aquém da eficiência exigida. É comum, depois de tirar um oponente do caminho, perder algum tempo ou voltar para trás, permitindo o reposicionamento do defensor. Ou então, na hora H de último passe ou remate, acabar por decidir a opção mais errada.
Agora, depois de rescindir unilateralmente com o Sporting na sequência dos incidentes na Academia de Alcochete, a 15 de maio de 2018, e de um Campeonato do Mundo que para ele se resumiu a pouco mais de meia hora em campo no jogo com Marrocos, assinou contrato válido por cinco temporadas pelo Atlético Madrid.
Apesar da velocidade, qualidade técnica e generosidade defensiva apreciadas por Diego Simeone, Gelson Martins não se impôs no Wanda Metropolitano, sendo emprestado ao Mónaco na janela de janeiro do mercado de transferências.
Acredito que seis meses numa liga mais competitiva do que a portuguesa mas com um nível um pouco mais baixo do que a espanhola, numa equipa sob pressão e em que tem todas as condições para ser titular e com um treinador (Leonardo Jardim) que o conhece, poderá reconquistar a confiança que tinha há meio ano, amadurecer, ganhar rodagem nas big five e dar consequência ao seu natural progresso na carreira.
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