Emanuel Mesquita vai estrear-se na I Distrital |
Em Cacilhas mora um clube modesto
que ano após ano termina na segunda metade da tabela – a exceção foi o 8.º
lugar em 2012/13 -, mas que com maior ou menor dificuldade consegue assegurar a
permanência. Tem sido assim desde 2009, quando regressou à I Distrital.
Agora, o Beira-Mar Almada
apresenta um novo treinador e uma equipa remodelada, mas o “grande objetivo” continua
a passar pela manutenção. Por aí e pela promoção de jogadores para patamares
competitivos superiores. O extremo André Silva já esteve à experiência no
Oriental, do Campeonato de Portugal, mas o objetivo passa por poder proporcionar
essa oportunidade a mais atletas.
“Queremos promover jogadores para
outras realidades. Esse é o nosso principal objetivo, mais do que objetivos
coletivos. Com as limitações que temos, com o nosso campo e um orçamento que
não existe - não pagamos nada -, não conseguimos atrair jogadores que outras
equipas conseguem”, começou por contar o técnico Emanuel Mesquita a O Blog do David.
O timoneiro cacilhense, 34 anos,
terá ao seu dispor seis atletas que transitam da época passada (Rafael
Pedreira, Wilson, Gonçalo Inácio, Fábio Vaz, Jere e Nené) e uma espécie de
sobras da Margem Sul. “A equipa foi construída aos poucos, porque os tubarões
da Margem Sul andaram a escolher bem e a introdução das equipas sub-23 e B do
Cova da Piedade veio condicionar muito. Os jogadores ficaram à espera de saber
se ficavam no Cova da Piedade e só depois se comprometeram connosco”, explicou
o ex-treinador do Santo António de Lisboa, que ainda assim garante ter
recrutado jogadores que estavam na base de dados da sua equipa técnica e que correspondem
ao perfil que considera adequado: “Bons tecnicamente e com capacidade para
saltar para outros patamares a curto ou médio prazo.”
Dimensões do campo têm atrapalhado
Com 95 metros de comprimento e 56
de largura, o Campo de Jogos do Beira-Mar Almada é o segundo menos comprido – a
par do Charneca de Caparica – e o segundo menos largo, sendo apenas superado em
ambas as medidas pelo Municipal da Bela Vista, onde atua o FC Setúbal.
Equipa cacilhense ainda está a adaptar-se ao próprio campo |
A adaptação a um terreno de jogo
com dimensões muito singulares na competição poderá fortalecer o fator casa,
mas por enquanto o campo tem… atrapalhado. “Cria-nos muitas dificuldades,
sobretudo aos jogadores mais técnicos, mas não tão fortes fisicamente. Acabamos
por sentir-nos um bocadinho prejudicados em relação a isso, mas temos estado a
adaptar-nos”, confessou Emanuel Mesquita, que espera ser bem-sucedido como
anfitrião já este domingo (15.00) na receção ao Alfarim, a contar para a
jornada inaugural da I Distrital.
“Para alguns dos nossos objetivos
não é uma vantagem, porque queremos promover jogadores e neste campo torna-se
difícil potenciar determinadas características. Por outro lado, o facto de
treinarmos no campo e de jogarmos lá mais vezes vai ter de nos dar algumas
vantagens, como é óbvio. Temos que arranjar forma de utilizar isso a nosso
favor. Não tem sido fácil, porque o grupo é novo, tem muita gente nova e gente
ainda a conhecer-se. Acredito que a curto prazo seja uma vantagem jogar em casa
para nós”, reforçou o técnico que orientou escalões jovens do vizinho Almada
entre 2012 e 2014.
“Candidatos? Fabril… de longe… de longe!”
Logo no começo da conversa,
Emanuel Mesquita referiu que a I Distrital “é uma divisão muito competitiva e
um nível competitivo alto”, sobretudo esta época, em que há “investimentos
fortes por parte de algumas equipas”.
Mais à frente, quando questionado
sobre os candidatos à promoção aos campeonatos nacionais, não hesitou em
destacar um. “O Fabril… de longe… de longe!”, exclamou. “O Fabril tem jogadores
com 150 jogos no Campeonato de Portugal, que já foram profissionais, e está a
fazer um investimento muito elevado”, prosseguiu. “Depois há equipas como o
Oriental Dragon, que fez um investimento muito grande; o Barreirense, que faz
sempre um investimento bom; e o Cova da Piedade B. Esses quatro parecem-me ser
os quatro grandes candidatos, não descurando o Vasco da Gama, O Grandolense e o
U. Santiago – têm capacidade financeira e é sempre difícil tirar jogadores de
lá”, acrescentou Emanuel Mesquita, que guiou o Beira-Mar Almada à segunda fase da Taça AFS, após um segundo lugar na Série C, atrás do Alfarim e à frente de Águas de Moura, Pescadores, Almada e Zambujalense.
"O desempenho foi de um modo geral positivo. Conseguimos o principal objetivo, que era passar. Utilizámos todos os jogadores disponíveis e inclusivamente um júnior, que fez 90 minutos, e conseguimos testar algumas situações que tínhamos planeadas. Fomos a melhor defesa do grupo [seis golos sofridos]. A segunda fase é jogo a jogo e, como é a eliminar, não resta outra hipótese que não lutar para ganhar", considerou.
"O desempenho foi de um modo geral positivo. Conseguimos o principal objetivo, que era passar. Utilizámos todos os jogadores disponíveis e inclusivamente um júnior, que fez 90 minutos, e conseguimos testar algumas situações que tínhamos planeadas. Fomos a melhor defesa do grupo [seis golos sofridos]. A segunda fase é jogo a jogo e, como é a eliminar, não resta outra hipótese que não lutar para ganhar", considerou.
Conhecedor dos campeonatos distritais
de Lisboa, onde orientou o Santo António e escalões jovens de Belenenses e
Atlético; de Portalegre, onde foi adjunto do Eléctrico; e de Santarém, onde
estudou; o jovem treinador dos cacilhenses tece elogios à I Distrital de
Setúbal. “As melhores equipas de Setúbal estão ao nível das melhores equipas de
Lisboa. Mas depois, tirando os três ou quatro melhores, acaba por ser mais
equilibrado do que em Lisboa. Há maiores diferenças em Lisboa na Pró-Nacional
do que em Setúbal na I Distrital. Em Lisboa há três ou quatro equipas mais
fracas que as outras todas e há sempre cinco ou seis mais fortes do que as
restantes”, explicou o novo técnico do 13.º classificado nas últimas duas
temporadas.
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