Álvaro Mendes quer melhorar posição |
No que a história diz respeito, o
emblema da Vila Amália fica apenas atrás de Fabril e Barreirense entre os que
competem no primeiro escalão da Associação de Futebol de Setúbal, com mais de
40 presenças em nacionais. Porém, ainda não deverá ser desta que vai lutar
para voltar às provas sob a égide da Federação Portuguesa de Futebol.
“Não posso falar em subir. Tudo
tem o seu timing, mas se o Sesimbra
der seguimento ao que começou no ano passado, a curto ou médio prazo terá
condições para lutar pela promoção. É um clube histórico, representativo do
distrito e habituado aos campeonatos nacionais. Este ano o relvado está em
melhores condições do que o ano passado, em que parecia um batatal. Criando uma
base que vem da formação do e gerando condições de trabalho, este ano vamos
lutar para os lugares cimeiros e se calhar daqui a um aninho ou dois o Sesimbra
terá condições para subir. O Sesimbra está no bom caminho, independentemente de
o Álvaro ficar lá muito tempo ou não, com uma aposta forte na juventude e na
prata da casa, porque não há dinheiro”, começou por contar o treinador Álvaro
Mendes a O Blog do David, frisando
que “subiram seis juniores à equipa principal em dois anos”, “70 por cento do
plantel tem entre 18 e 21 anos” e “80 por cento dos jogadores são oriundos de
Sesimbra ou da periferia”.
Com os pés bem assentes na terra,
mas igualmente com ambição, os pexitos querem fazer melhor do que o sexto lugar
e os 46 pontos obtidos na época passada. “O Sesimbra tem condições para fazer
melhor. Se na época passada ficámos a um ponto do quinto, a dois do quarto e a
sete do terceiro, agora temos condições para lutar pelos primeiros três ou
quatro lugares”, assumiu o técnico de 45 anos, que terminou na sexta posição os
dois campeonatos em que participou de início ao fim, o da temporada passada aos
comandos dos sesimbrenses e o de 2016/17 no banco do U. Santiago.
Estrutura da época passada com Bolacha no scouting
Sesimbra vai bater-se "pelos três ou quatro primeiros lugares" |
Por falar em juventude e em
Bolacha, o avançado pendurou as botas e, aos 33 anos, vai fazer trabalho de scouting para o clube, tendo em vista a
observação de adversário e a prospeção de jovens valores. “Para quem não tem
dinheiro, temos de olhar para jovens jogadores da zona de Sesimbra. E é assim
que temos vindo a trabalhar, com os pés assentes na terra. Este ano fizemos
subir mais dois juniores [Alex e Cabral] com enorme potencial e
estamos a garantir assim o futuro do clube. Saiu um jogador muito importante, o
Mbala, que foi para o Cova da Piedade, mas não fomos buscar alguém com
essas características, um médio com 1,90 m. Vamos tentar arranjar soluções
dentro da própria equipa e se necessário alterar um bocadinho o sistema de
jogo. O Sesimbra não pode ir buscar jogadores, tem que os criar na sua casa”,
explanou o técnico que se estreou como treinador principal na I Distrital em
2010/11, no Comércio e Indústria.
“Vamos tentar ganhar a Taça”
Pela diferença de argumentos,
Álvaro Mendes adianta que “é difícil dizer que o Sesimbra é candidato à subida
quando há clubes a pagar o que se diz que andam a pagar, como o Fabril ou o
Oriental Dragon”. “Quando há clubes na I Distrital a pagar 500 euros, esses é
que têm a responsabilidade de subir de divisão. O Fabril, por exemplo,
reforçou-se com alguns dos melhores jogadores do Amora que subiu no ano
passado, e teoricamente é o principal candidato. O Oriental Dragon está também
a ser alvo de um forte investimento. Ninguém paga esses ordenados para ficar a
meio da tabela, não sejamos ingénuos. O U. Santiago também tem um investidor,
que meteu lá jogadores de qualidade, que vem dos campeonatos nacionais. Não me
venham dizer que há um investidor no clube para ficar em quinto ou sexto.
Teoricamente não estamos a lutar com as mesmas armas, mas depois no campo é que
se vê”, justificou, desafiador.
Bem diferente pode ser o desfecho
da Taça da Associação de Futebol de Setúbal. Inserido na Série A, considerada a
mais complicada por ter cinco equipas da I Distrital, o Sesimbra não teve um
arranque fácil, mas garantiu o apuramento para a fase a eliminar. “Não começámos bem, com um empate na Charneca de Caparica que
não foi mau de todo (2-2) e uma derrota em casa ante o Fabril em que fizemos
uma grande exibição (0-2), falhámos dois penáltis e tivemos cinco ou seis
oportunidades de golo que não conseguimos concretizar”, recordou o técnico, que
ao terceiro jogo guiou os sesimbrenses à primeira vitória, no terreno do
Moitense (2-0), e ao quarto encontro selou a qualificação com um empate caseiro com o U. Santiago (1-1).
“Quando entramos nas provas é
para ganhar e vamos tentar ganhar a taça. Com o que fizemos com o Fabril, temos
que estar otimistas em relação ao futuro. O principal objetivo está cumprido, naquele que era claramente o grupo mais forte, e a partir de agora acho que podemos e devemos sonhar com a final”, rematou.
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