Pavlin e Calado numa disputa de bola a meio-campo |
Recuemos novamente a 2000, como
em tantas outras vezes nesta rubrica. Foi esse o ano em que me tornei
verdadeiramente um adepto de futebol. Do 8 passei ao 80. Não havia jogo que
passasse na televisão que eu falhasse.
Na altura, a RTP1 tinha uma oferta vasta no que a futebol diz respeito,
transmitindo um jogo por jornada da I Liga, incluindo os principais clássicos.
Quis o destino que a época 2000/01 tivesse um FC Porto–Benfica logo na ronda
inaugural, em tempos em que não se sonhava com sorteios condicionados – na temporada
seguinte, o campeonato arrancou com um Sporting–FC Porto.
Na tarde de verão de 19 de agosto
(sábado), defrontavam-se dois rivais algo fragilizados. No espaço de poucos
meses, os dragões de Fernando Santos tinham perdido o campeonato para o Sporting,
viram sair o grande goleador Mário Jardel para os turcos do Galatasaray – Pena ainda
não tinha sido contratado - e ficaram privados do lesionado Vítor Baía durante
largos meses. O Benfica de Jupp Heynckes, por seu turno, estava há seis anos
sem o título nacional, há quatro sem qualquer troféu e tinha ficado sem as
estrelas João Vieira Pinto e Nuno Gomes nesse defeso.
Os azuis e brancos, porém, estavam
alguns furos acima e resolveram o assunto ainda no decorrer da primeira parte. O
médio russo Dmitri Alenichev, que uma semana antes tinha marcado ao Sporting na primeira mão da Supertaça, inaugurou o marcador aos 23 minutos, na execução de
um livre que ainda desviou na barreira benfiquista (em Calado). Jorge Costa
aumentou a vantagem aos 43’, ao cabecear certeiro ao primeiro poste em resposta
a um livre lateral de Ljubinko Drulović pelo lado direito.
Pouco mais de um minuto depois do
FC Porto ter chegado ao 2-0, ficou em vantagem também no que concerne a número
de jogador, devido ao segundo amarelo do lateral paraguaio Ricardo Rojas, por
falta sobre Capucho junto à área encarnada.
O contexto poderia ter propiciado
um resultado ainda mais volumoso, mas a segunda parte não trouxe mais golos.
Tenho de admitir que já não me recordava bem dos golos e de algumas das incidências
da partida, mas tinha presente o resultado, a jornada, o cenário e de uma frase
do narrador: “Capucho disse que não aguentava mais e Fernando Santos chamou
imediatamente Cândido Costa.” Tantos anos depois, pude comprovar. Foi proferida
aos 69 minutos.
Nessa já longínqua temporada, FC Porto e Benfica defrontaram-se por mais três vezes, curiosamente num espaço de
seis dias, em janeiro, numa fase da época em que o Benfica estava na mó de cima
e ia galgando alguns lugares na tabela classificativa, já com Toni como homem
do leme – substituiu José
Mourinho em dezembro. Nesses três jogos houve resultados para todos os
gostos: empate na Luz para os oitavos de final da Taça de Portugal (1-1) a 17
de janeiro de 2001, vitória das águias na Luz para o campeonato (2-1) a 21 de
janeiro e goleada do FC Porto nas Antas (4-0) no desempate da eliminatória da
Taça a 23 de janeiro.
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