Benfiquista Sabry foi protagonista no dérbi de maio de 2000 |
Voltemos a recuar até 2000, tal
como já tínhamos feito relativamente à Supertaça
Cândido de Oliveira e à Supertaça
Europeia. Comecei a ver futebol nesse em meados desse ano muito por culpa
da iminência de o Sporting sagrar-se campeão nacional 18 anos depois.
A espera pelo fim do longo jejum
estava prestes a terminar e a festa podia ser consumada em pleno Estádio José
Alvalade e logo diante do rival Benfica, que naquela altura também andava pelas
ruas da amargura e já sabia que não poderia ir além do terceiro lugar no
campeonato.
Os encarnados, presididos por
Vale e Azevedo, tinham em Karel Poborský, João Pinto e Nuno Gomes as principais
estrelas, mas eram os verde e brancos de Peter Schmeichel e Beto Acosta os
favoritos para esse dérbi de 6 de maio de 2000, referente à 33.ª e penúltima
jornada da I Liga e o primeiro que me lembro de ter visto de início ao fim.
Não foi um jogo espetacular, bem
pelo contrário. O empate a zero persistia e tudo indicava que tornar-se-ia o
resultado final, tal a escassez de ocasiões de golo. No entanto, quando já se
faziam as contas relativas ao título – o Sporting tinha entrado para o dérbi
com quatro pontos de vantagem sobre o pentacampeão FC Porto -, o egípcio Sabry
colocou a bola no fundo das redes de Schmeichel através de um livre
magistralmente executado, que deixou o dinamarquês colado ao relvado e a seguir
a trajetória da bola apenas com os olhos, aos 88 minutos. Por outras palavras,
um autêntico balde de água fria em Alvalade.
O Sporting viria mesmo a ganhar o
campeonato, após goleada no terreno do Salgueiros (4-0) na derradeira jornada,
mas foi o Benfica que venceu o primeiro dérbi de que tenho memória. Aliás, as
águias não só venceram o primeiro Sporting – Benfica, como também levaram a
melhor no primeiro Benfica – Sporting de que me recordo.
A 3 de dezembro desse ano, quase
sete meses depois de terem gelado Alvalade, as águias eram orientadas por José
Mourinho – sucedeu ao alemão Jupp Heynckes no começo da temporada 2000/01 -,
enquanto Augusto Inácio permanecia no banco leonino. No entanto, esse dérbi de
fim de ano acabou por ser o último para ambos os técnicos nos respetivos
cargos.
Os dois rivais estavam a fazer
uma época intermitente, ainda que os leões tivessem entrado para o jogo em
segundo lugar, a cinco pontos do líder FC Porto e com outros tantos de vantagem
sobre o Benfica, que ocupava a sexta posição. Porém, as águias venceram categoricamente
o dérbi da Luz por 3-0, num encontro marcado pelo regresso de João Pinto à
antiga casa.
O avançado holandês Pierre van
Hooijdonk deu vantagem ao conjunto orientado por Mourinho
na conversão de uma grande penalidade já no final da primeira parte (41
minutos), batendo Nélson – já o tinha feito numa primeira tentativa, mas o
árbitro Jorge Coroado mandou repetiu o penálti.
No segundo tempo, os encarnados
marcaram por mais duas vezes, construindo um resultado com contornos de
humilhação para o vizinho da Segunda Circular. João Tomás saltou do banco para
apontar dois golos muito parecidos (77’ e 82’), em lances de contra-ataque, que
deram uma vitória gorda ao Benfica.
Também tenho uma vaga ideia a
final da Taça de Portugal de 1995/96, devido à morte o adepto sportinguista
atingido pelo very-light, mas mais
por essa triste notícia do que propriamente pelo jogo, até porque o meu pai
estava no Jamor e somente 19 anos depois se atreveu a assistir a um dérbi ao
vivo.
E para o caro leitor, qual foi o primeiro dérbi entre Benfica e Sporting de que tem memória? E quais foram os melhores e mais marcantes dérbis de sempre?
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