sexta-feira, 24 de agosto de 2018

A minha primeira memória de… um dérbi entre Benfica e Sporting

Benfiquista Sabry foi protagonista no dérbi de maio de 2000

Voltemos a recuar até 2000, tal como já tínhamos feito relativamente à Supertaça Cândido de Oliveira e à Supertaça Europeia. Comecei a ver futebol nesse em meados desse ano muito por culpa da iminência de o Sporting sagrar-se campeão nacional 18 anos depois.

A espera pelo fim do longo jejum estava prestes a terminar e a festa podia ser consumada em pleno Estádio José Alvalade e logo diante do rival Benfica, que naquela altura também andava pelas ruas da amargura e já sabia que não poderia ir além do terceiro lugar no campeonato.


Os encarnados, presididos por Vale e Azevedo, tinham em Karel Poborský, João Pinto e Nuno Gomes as principais estrelas, mas eram os verde e brancos de Peter Schmeichel e Beto Acosta os favoritos para esse dérbi de 6 de maio de 2000, referente à 33.ª e penúltima jornada da I Liga e o primeiro que me lembro de ter visto de início ao fim.


Não foi um jogo espetacular, bem pelo contrário. O empate a zero persistia e tudo indicava que tornar-se-ia o resultado final, tal a escassez de ocasiões de golo. No entanto, quando já se faziam as contas relativas ao título – o Sporting tinha entrado para o dérbi com quatro pontos de vantagem sobre o pentacampeão FC Porto -, o egípcio Sabry colocou a bola no fundo das redes de Schmeichel através de um livre magistralmente executado, que deixou o dinamarquês colado ao relvado e a seguir a trajetória da bola apenas com os olhos, aos 88 minutos. Por outras palavras, um autêntico balde de água fria em Alvalade.


O Sporting viria mesmo a ganhar o campeonato, após goleada no terreno do Salgueiros (4-0) na derradeira jornada, mas foi o Benfica que venceu o primeiro dérbi de que tenho memória. Aliás, as águias não só venceram o primeiro Sporting – Benfica, como também levaram a melhor no primeiro Benfica – Sporting de que me recordo.

A 3 de dezembro desse ano, quase sete meses depois de terem gelado Alvalade, as águias eram orientadas por José Mourinho – sucedeu ao alemão Jupp Heynckes no começo da temporada 2000/01 -, enquanto Augusto Inácio permanecia no banco leonino. No entanto, esse dérbi de fim de ano acabou por ser o último para ambos os técnicos nos respetivos cargos.

Os dois rivais estavam a fazer uma época intermitente, ainda que os leões tivessem entrado para o jogo em segundo lugar, a cinco pontos do líder FC Porto e com outros tantos de vantagem sobre o Benfica, que ocupava a sexta posição. Porém, as águias venceram categoricamente o dérbi da Luz por 3-0, num encontro marcado pelo regresso de João Pinto à antiga casa.


O avançado holandês Pierre van Hooijdonk deu vantagem ao conjunto orientado por Mourinho na conversão de uma grande penalidade já no final da primeira parte (41 minutos), batendo Nélson – já o tinha feito numa primeira tentativa, mas o árbitro Jorge Coroado mandou repetiu o penálti.

No segundo tempo, os encarnados marcaram por mais duas vezes, construindo um resultado com contornos de humilhação para o vizinho da Segunda Circular. João Tomás saltou do banco para apontar dois golos muito parecidos (77’ e 82’), em lances de contra-ataque, que deram uma vitória gorda ao Benfica.


Também tenho uma vaga ideia a final da Taça de Portugal de 1995/96, devido à morte o adepto sportinguista atingido pelo very-light, mas mais por essa triste notícia do que propriamente pelo jogo, até porque o meu pai estava no Jamor e somente 19 anos depois se atreveu a assistir a um dérbi ao vivo.

































E para o caro leitor, qual foi o primeiro dérbi entre Benfica e Sporting de que tem memória? E quais foram os melhores e mais marcantes dérbis de sempre?

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