Um dos segredos da primeira
metade de temporada que o Sporting está a realizar é sem dúvida o seu
meio-campo.
Numa altura em que os plantéis
dos três grandes são autênticas sociedades das nações, o trio de centrocampistas
leoninos, prima, desde logo, por ser totalmente português.
A partilhar o setor com
William Carvalho e André Martins, está Adrien Silva. Lançado em 2007 por Paulo
Bento, sempre exibiu qualidade, mas foram-lhe faltando minutos, o que atirou para empréstimos em 2010/11 e 2011/12, nomeadamente à Académica.
Inicialmente, parecia
tratar-se de um trinco. Em Coimbra ocupou essencialmente os dois lugares mais
adiantados do meio-campo. No regresso a Alvalade, com Ricardo Sá Pinto, foi
aposta regular como 10.
Mas numa temporada com um
desempenho desportivo tão mau a nível coletivo, a performance de Adrien não foi
exceção. Ainda assim, como playmaker
demonstrou ter pouca velocidade de pensamento e de execução. Tal não favorecia
uma rápida circulação de bola junto à área adversária ou uma definição eficaz. O futebol do luso-francês era, tal como o da equipa em geral,
bastante denunciado, lento e pouco criativo.
Com Leonardo Jardim, o Sporting
passou a jogar com maior regularidade em 4x3x3. William Carvalho é o trinco,
André Martins o médio que geralmente se aproxima mais do ponta-de-lança, e
Adrien ocupa uma linha intermédia.
Mas atenção, a melhoria do desempenho não se deveu apenas a uma mudança posicional. Este Adrien joga a uma
velocidade mais elevada, pensa e executa mais rápido, basicamente, ganhou mais
intensidade.
O progresso do seu
nível exibicional não se esgota, porém, nas tarefas ofensivas, bem pelo contrário. O n.º 23
leonino é um atleta com grande pulmão, e passa os 90 minutos a morder os
calcanhares aos adversários, a pressioná-los e a obriga-los a jogar mal. Quem
viu o último Sporting – FC Porto, para a Taça da Liga, terá mesmo ficado
deslumbrado.
Há quem fique impressionado
pelos poucos golos que os leões sofrem, tendo em conta que Maurício e Rojo não
são propriamente dois centrais fiáveis. A justificação passa pelo trabalho
intensivo do meio-campo, sempre muito pressionante, a recuperar muitas bolas, a impedir a progressão dos adversários e a não expor o quarteto defensivo.
Neste miolo, para além do já
muito badalado William Carvalho, e de André Martins, que até pressiona ao lado
de Montero em zonas mais adiantadas, evolui o melhor Adrien de sempre.
E quando este trio se tiver de
desfazer por suspensão ou lesão, quem está a altura para ser um digno
substituto? É esta a questão que faz a comunidade leonina tremer.
Só para comentar o último parágrafo...
ResponderEliminarPor cada Leão que tombe...outro se levantará...
O que quer dizer que...: depois se arranjará outra solução...!
Problemas destes não se resolvem com provérbios, a não ser com aquele que diz "mais vale prevenir do que remediar"
Eliminar