Um 25 de Novembro de má memória para o Benfica. Foi há 25 anos a humilhação em Vigo (7-0)
Benfica foi goleado pelo Celta em 25 de novembro de 1999
A noite mais negra da história do
Benfica
nas competições europeias e certamente um dos momentos baixos de sempre do emblema
da Luz aconteceu a 25 de novembro de 1999. Perante 30 mil espetadores no
Estádio de Balaídos, em Vigo, o Celta
goleou os encarnados
por estrondosos 7-0.
De nada valeu às águias
a experiência de Jupp Heynckes, treinador alemão que chegou à Luz
ano e meio após se ter sagrado campeão europeu pelo Real
Madrid. Nesse jogo da 3.ª eliminatória da Taça
UEFA, tudo correu mal aos lisboetas. Valery Karpin (19' g.p. e 54'),
Claude Makélélé (30'), Mario Turdó (40' e 50'), Juanfran (42') e o antigo
jogador benfiquista
Aleksander Mostovoi (61') marcaram os golos galegos,
então comandados por Victor Fernández, que anos mais tarde viria a tornar-se
treinador do FC
Porto. “Ao Benfica,
como instituição, e à sua massa associativa, pela grandeza reconhecida,
nacional e internacionalmente, conscientes da anormalidade do resultado do jogo
em Vigo, vêm por isso os jogadores, nas pessoas do capitão e subcapitão,
publicamente reconhecer que não estiveram à altura dos pergaminhos do clube.
Creiam que nós e as nossas famílias sofremos duramente com esta derrota. E
prometemos redobrar o nosso empenhamento, na dignificação do clube. Temos
também a consciência do esforço financeiro feito pela direção e mais de 100 mil
sócios que apoiam o Benfica.
A eles e aos milhões de simpatizantes do Benfica
vimos formalmente pedir desculpas”, afirmou João Vieira Pinto num comentário
lido, proferido ao lado de Paulo
Madeira. “Nas semanas e meses seguintes,
aconteceram momentos complicados. Porque a massa associativa não aceitou o que
se passou. Sou daqueles que acha que se deve criticar. Mas deve haver um limite
de respeito. Deve-se criticar, comentar, dizer o que está mal. Mas ofender,
chegar a vias de facto... Andar na rua foi muito complicado”, recordou Paulo
Madeira do Diário
de Notícias em 2019. “Eu gosto de falar com respeito
sobre esse jogo e sobre o Benfica.
Conhecia o clube, tinha lá bons amigos como o Paulo
Madeira e nessa noite correu tudo mal para eles. Nem é fácil explicar. Nós
batíamos um canto e acabava em golo; eles cometiam um erro e acabava em golo;
ninguém esperava e foi um jogo inexplicável. Fica marcado como uma página negra
na história do Benfica
e como um episódio glorioso em Vigo. Aliás, lá nos Balaídos há quadros e
imagens dessa partida por todo o lado. Às vezes acontecem esses escândalos (…)
São jogos que destroem uma equipa. O setor inferior do estádio estava cheio de
benfiquistas. Enfim, cada um fez o seu trabalho. Eu entrei no balneário e o
Mostovoi pegou em mim aos berros: ‘7-0 ao Benfica,
7-0 ao Benfica!’.
Ele estava assim porque dizia que tinha sido injustiçado lá”, recordou Giovanella,
que jogou pelo Celta
nessa partida.
O Benfica
apresentou-se nessa partida com o seguinte onze: Enke; Rojas, Ronaldo, Paulo
Madeira e Andrade;
Calado
e Kandaurov; Poborsky, João Vieira Pinto e Maniche;
Nuno Gomes. No segundo tempo entraram Bruno Basto, Tahar e Chano. Na segunda-mão, num Estádio
da Luz com as bancadas quase despidas, as duas equipas empataram a um golo.
Benni
McCarthy adiantou o Celta
aos 18 minutos, enquanto Cáceres na própria baliza fez o tento das águias
aos 80’.
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