“O meu treinador teve um enfarte e caiu no relvado. Nunca tinha sido tão feliz na minha vida”. Recorde Stan Collymore
Collymore apontou 35 golos em 81 jogos pelo Liverpool
Stan Collymore foi um dos bons
avançados do seu tempo na Premier
League. Foi eleito para a equipa do ano da First Division – hoje designada
Championship – em 1993-94, numa época em que ajudou o Nottingham
Forest a subir ao primeiro
escalão, e jogador do mês da principal
liga inglesa em janeiro de 1996, quando atuava pelo Liverpool.
Entre 1993 e 1997 apontou 78
golos entre os reds de City Ground e Anfield, tendo formado uma dupla
diabólica com Robbie Fowler em Merseyside, e somou três internacionalizações
pela seleção
inglesa. Era um atacante ambidestro, forte fisicamente, intenso e com instinto
goleador. Após esses pujantes quatro anos começou
a complicar o que parecia fácil, deixou o Liverpool
muito por culpa da ascensão de Michael Owen e andou de clube em clube sem
conseguir apresentar golos.
Passou três anos marcados por
polémicas no Aston
Villa e meia época no Fulham
antes de assinar pelo Leicester
em fevereiro de 2000. Logo nos primeiros dias nos foxes
arranjou confusão, disparando um extintor durante uma noite de bebedeira no resort
em que a equipa estava hospedada durante um estágio no sul de Espanha. Depois
desse incidente, toda a equipa foi expulsa da unidade hoteleira. Meses mais tarde, em novembro
desse ano, e na sequência de agressões a Paul Gascoigne num jogo frente ao Everton
e de um consequente castigo por parte da Federação Inglesa, submeteu um pedido
de transferência. “Eu submeti um pedido de transferência para o clube no início
da semana, mas deixem-me dizer que não tenho intenção nenhuma de abandonar o Leicester”,
afirmou Collymore, na altura com 29 anos e bastante desorientado.
Este episódio reflete a
personalidade instável do avançado, que entre 1999 e 2001 teve quatro clubes,
mas em nenhum deles fez mais de onze jogos ou marcou mais de cinco golos. Acabou a carreira de forma
precoce e sem a glória daqueles anos dourados. Encontrou futuro no comentário
desportivo… até ao dia em que um tabloide o descobriu num escândalo sexual no
banco de trás de um carro. Este perfil problemático, porém,
não surgiu com a fama. Veio de trás, quando era apenas um júnior do Walsall. “Um
dia pensei que Deus tinha sorrido para mim, porque o meu treinador Ray Train teve
um ataque cardíaco e caiu no relvado. Nunca tinha sido tão feliz em toda a
minha vida como nesse dia. Mas ele não morreu. Os filhos da mãe nunca morrem”,
contou.
Sem comentários:
Enviar um comentário