quarta-feira, 25 de setembro de 2024

“O meu treinador teve um enfarte e caiu no relvado. Nunca tinha sido tão feliz na minha vida”. Recorde Stan Collymore

Collymore apontou 35 golos em 81 jogos pelo Liverpool
Stan Collymore foi um dos bons avançados do seu tempo na Premier League. Foi eleito para a equipa do ano da First Division – hoje designada Championship – em 1993-94, numa época em que ajudou o Nottingham Forest a subir ao primeiro escalão, e jogador do mês da principal liga inglesa em janeiro de 1996, quando atuava pelo Liverpool.
 
Entre 1993 e 1997 apontou 78 golos entre os reds de City Ground e Anfield, tendo formado uma dupla diabólica com Robbie Fowler em Merseyside, e somou três internacionalizações pela seleção inglesa. Era um atacante ambidestro, forte fisicamente, intenso e com instinto goleador.
 
Após esses pujantes quatro anos começou a complicar o que parecia fácil, deixou o Liverpool muito por culpa da ascensão de Michael Owen e andou de clube em clube sem conseguir apresentar golos.
 
 
Passou três anos marcados por polémicas no Aston Villa e meia época no Fulham antes de assinar pelo Leicester em fevereiro de 2000. Logo nos primeiros dias nos foxes arranjou confusão, disparando um extintor durante uma noite de bebedeira no resort em que a equipa estava hospedada durante um estágio no sul de Espanha. Depois desse incidente, toda a equipa foi expulsa da unidade hoteleira.
 
Meses mais tarde, em novembro desse ano, e na sequência de agressões a Paul Gascoigne num jogo frente ao Everton e de um consequente castigo por parte da Federação Inglesa, submeteu um pedido de transferência. “Eu submeti um pedido de transferência para o clube no início da semana, mas deixem-me dizer que não tenho intenção nenhuma de abandonar o Leicester”, afirmou Collymore, na altura com 29 anos e bastante desorientado.
 
 
Este episódio reflete a personalidade instável do avançado, que entre 1999 e 2001 teve quatro clubes, mas em nenhum deles fez mais de onze jogos ou marcou mais de cinco golos.
 
Acabou a carreira de forma precoce e sem a glória daqueles anos dourados. Encontrou futuro no comentário desportivo… até ao dia em que um tabloide o descobriu num escândalo sexual no banco de trás de um carro.
 
Este perfil problemático, porém, não surgiu com a fama. Veio de trás, quando era apenas um júnior do Walsall. “Um dia pensei que Deus tinha sorrido para mim, porque o meu treinador Ray Train teve um ataque cardíaco e caiu no relvado. Nunca tinha sido tão feliz em toda a minha vida como nesse dia. Mas ele não morreu. Os filhos da mãe nunca morrem”, contou.



    

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