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Deco marcou de cabeça em Trondheim em 2001 |
O
FC Porto, por exemplo, defrontou o Rosenborg na fase de grupos da Champions em
1996-97, 1997-98 e 2001-02 e o Molde em 1999-00. Daí para cá, até agora, nunca
mais teve de viajar até à Noruega.
O
primeiro encontro de que me lembro entre os dragões e equipas norueguesas
remonta a setembro de 2001, quando FC Porto e Rosenborg ficaram integrados num
grupo que também incluía Celtic e Juventus. Ainda assim, são memórias algo
enevoadas, porque me lembrava que as duas equipas se tinham defrontado, mas já
não me recordava dos resultados nem de qualquer incidência.
No
conjunto nórdico, praticamente só havia lugar para noruegueses e nenhum teve
propriamente uma carreira de grande sucesso a nível internacional. Os dragões
eram, por isso, claros favoritos, e acabaram por vencer tanto em Trondheim como
na Invicta.
O
primeiro jogo foi na Noruega, na jornada inaugural. Logo aos 10 minutos, Pena
deu o melhor seguimento a um contra-ataque no qual também participaram Deco e
Capucho e inaugurou o marcador.
Embora
os nórdicos tivessem feito pela vida, foram os dragões que fizeram as redes
balançar novamente, através de um raro golo de cabeça de Deco na resposta a um
cruzamento de Mário Silva, à passagem da hora de jogo.
O
melhor que os noruegueses conseguiram fazer foi reduzir para 1-2 já em tempo de
compensação, por intermédio de um cabeceamento de Sigurd Rushfeldt, avançado
internacional pela Noruega que representou o seu país no Mundial 1994 e passou
sem grande sucesso pelo Birmingham e pelo Racing Santander.
Curiosamente,
Rushfeldt
esteve bastante próximo de reforçar o Benfica em agosto de 1999 e até
chegou a ser apresentado, mas Vale e Azevedo acabou por desistir da sua
contratação. O então presidente benfiquista acusou o jogador de não resistir à
pressão do que representa jogar no emblema da Luz, mas há quem alegue que
faltavam garantias financeiras aos encarnados para pagar os 750 mil contos
(3,74 milhões de euros) da transferência.
“
Melhor
o resultado que a exibição, quantas vezes já se disse uma coisa destas e
quantas vezes mais se há de dizer enquanto houver futebol? O FC Porto foi à
Noruega abrir as hostilidades na Liga dos Campeões, pisando o terreno de um
adversário incómodo, forte, mas sem grande prestígio internacional, capaz de
bater qualquer equipa na Europa, mas proporcionando sempre a ideia de escândalo
de cada vez que comete a proeza de travar um grande. Dito de outra maneira: o
FC Porto ganhou ao Rosenborg e amanhã já ninguém se lembra disso na Europa,
mas, se perdesse, daqui por meia dúzia de anos ainda se falaria da malapata que
os portugueses têm com a equipa do senhor Eggen, o treinador bonacheirão já
sexagenário do campeão norueguês, que para além de saber o que é bater os azuis
e brancos, não fez por menos quando defrontou o Boavista e ganhou
tranquilamente aqui e lá”, escreveu o
Record na
crónica do jogo.
O
segundo jogo entre as duas equipas, nas Antas, teve caráter decisivo. A
Juventus, com 11 pontos, já tinha o apuramento assegurado para a segunda fase
de grupos. Mas a segunda vaga estava ao alcance de FC Porto (sete pontos),
Celtic (seis) e Rosenborg (quatro). Os noruegueses seguiriam em frente se
vencessem na Invicta e os escoceses não ganhassem em casa à Juventus, mas os
dragões confirmaram o favoritismo, venceram por 1-0 e carimbaram o passaporte
para a segunda fase.
O
único golo do encontro foi apontado pelo avançado brasileiro Pena, que depois
de ter desperdiçado várias oportunidades lá conseguiu introduzir a bola no
fundo das redes, de cabeça, na resposta a um grande cruzamento de Clayton a
partir do lado esquerdo (37 minutos).
“
O
FC Porto conseguiu aquilo que se esperava que conseguisse e que a sua carreira
europeia justificava: apurar-se para a segunda fase de grupos da Liga dos
Campeões. Uma vitória mínima para uma diferença máxima no primeiro tempo, em
que a equipa de Octávio desperdiçou ocasiões de golo até ao limite do
inimaginável, e uma segunda mais de contenção, em que soube segurar o jogo, mas
não dominá-lo”, pode ler-se no
Record.
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