domingo, 22 de setembro de 2024

“Amanhã é o meu aniversário, então esta foi uma prenda de Natal antecipada dos rapazes”. Recorde “Big” Sam Allardyce

Big Sam notabilizou-se ao leme do Bolton entre 1999 e 2007
É inegável que a aposta em treinadores estrangeiros como Pep Guardiola, Jurgen Klopp, José Mourinho, Claudio Ranieri, Mauricio Pochettino tem acrescentado valor à Premier League. Por outro lado, esta importação de técnicos tem deixado o futebol inglês menos… inglês. Vão desaparecendo treinadores ao estilo de Harry Redknapp, Mark Hughes, Bobby Robson, Steve Bruce, Kevin Keegan, Steve McClaren, Alan Pardew os próprios escoceses Alex Ferguson, Graeme Souness e David Moyes.
 
Da mesma estirpe era “Big” Sam Allardyce, um antigo defesa de 1,91 metros e quase cem quilos, adepto do típico kick and rush britânico e que ganhou a fama de especialista em fazer com que as suas equipas garantam a permanência.
 
Um dia um jornalista mais afoito perguntou a José Mourinho que treinador da liga inglesa recusava enfrentar numa luta. “Big Sam, claro”, respondeu o português, enquanto fazia um gesto de torcer o pescoço a um pássaro. “Ele matar-me-ia”, acrescentou, arrancando gargalhadas na sala de imprensa.
 
 
Apesar da estatura física e de ter uma expressão séria e ameaçadora, Sam Allardyce também mostrava ser divertido quando estava bem-disposto. Quando treinava o Bolton, clube que guiou à Premier League em 2001, à final da Taça da Liga em 2004 e à Taça UEFA em 2005, recebeu o jogador chinês Yang Changpeng, de 2,05 metros, para um mês de testes em outubro de 2006. “Já lhe disse que ele não tem de me chamar Big Sam”, brincou, sobre um avançado que na altura era apelidado de “Peter Crouch da China”.
 
Desde que iniciou a carreira de treinador, em 1992, que orientou clubes como Preston North End, Blackpool, Bolton, Newcastle, Blackburn, West Ham, Sunderland, Crystal Palace, Everton, West Bromwich e Leeds. Teve uma breve aventura como selecionador de Inglaterra, mas só durou um jogo no cargo devido a comentários em que sugeriu más práticas a empresários asiáticos para contornar proibições impostas pela FIFA relativas à propriedade de jogadores por parte de terceiros. Contudo, garante que não foi feito para clubes médios: “Eu não fui feito para o Bolton ou para o Blackburn, fui feito para Inter ou Real Madrid. Deem-me um clube desses, deem-me um Manchester United ou um Chelsea e não será problema para mim ganhar a liga e a taça.”
 

Uma afirmação ambiciosa, tal como quando quase sugeriu antecipar o Natal para 19 de outubro, dia do seu aniversário. A 18 de outubro de 2009, na véspera de fazer 55 anos, viu o seu Blackburn bater o Burnley por 3-2. “Amanhã é o meu aniversário, então obviamente que este golo foi um presente de Natal dos rapazes”, comentou Big Sam, que talvez nesse dia se tenha sentido um… filho de Deus.
 

    



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