Há 60 anos, o Sporting vencia a Taça das Taças. Recorde a caminhada a vitoriosa dos leões
Sporting venceu a Taça dos Vencedores das Taças em 1963-64
Foi há 60 anos, a 15 de maio de
1964, que o Sporting
escreveu a página mais bonita da sua história, a conquista da Taça dos
Vencedores das Taças. Nesse dia, em Antuérpia, um golo de canto direto de Morais,
aos 19 minutos, bastou para que o troféu fosse erguido após a finalíssima
diante do MTK Budapeste, 48 horas depois de os leões
terem e os húngaros terem empatado a três golos em Bruxelas.
Mas a epopeia leonina começou quase
um ano antes, a 30 de junho de 1963, quando o Sporting
goleou o Vitória
de Guimarães por 4-0 na final da Taça
de Portugal, no Estádio Nacional, e carimbou o apuramento para a Taça das
Taças 1963-64, com bis de Figueiredo e golos de Lúcio e Mascarenhas.
Atalanta obrigou a terceiro jogo
Na primeira eliminatória, os verde
e brancos defrontaram os italianos da Atalanta.
Após uma derrota por 0-2 em Bérgamo, o Sporting
venceu por 3-1 em Alvalade,
com golos de Figueiredo, Mascarenhas e Bé.
E como na altura ainda não havia
a regra que beneficiava quem marcava mais golos fora de casa em caso de
igualdade na eliminatória, foi marcado um jogo de desempate em campo neutro,
com os leões
a baterem os transalpinos
em Barcelona por 3-1, após prolongamento, com um bis de Mascarenhas e um golo
de Lúcio pelo meio.
Goleada histórica sobre o APOEL
Bem mais tranquila foi a
eliminatória seguinte, diante dos cipriotas do APOEL. Os cipriotas, sem recursos
financeiros para viajar até Lisboa, aceitaram a sugestão do Sporting
para realizarem os dois jogos em Alvalade,
com os leões
a suportar a deslocação. O que é certo é que os verde
e brancos fizeram valer o fator casa no jogo que oficialmente disputavam em
casa, ao estabelecer uma goleada que ainda hoje é recorde nas competições
europeias: 16-1. Mascarenhas (seis golos), Ferreira Pinto (dois), Mário Lino,
Louro, Pérides, Augusto Martins (dois) e Figueiredo (três) faturaram para a
equipa então orientada pelo brasileiro Gentil Cardoso.
Na segunda-mão, também em Alvalade,
os leões
mostraram-se mais mansos, vencendo apenas por 2-0, com golos de Augusto Martins
e Mascarenhas.
Reviravolta épica diante do
Manchester United
Nos quartos de final, o Sporting
teve pela frente o Manchester
United, que já contava com alguns jogadores que viriam a fazer parte da
equipa que venceria a Taça
dos Campeões Europeus em 1967-68, nomeadamente Shay Brennan, Bill Foulkes, Nobby
Stiles, Tony Dunne, Pat Crerand, Bobby
Charlton e George
Best, assim como o treinador Matt Busby. Na primeira-mão, em Old Trafford,
os red
devils golearam por 4-1, com um hat trick do endiabrado Denis
Law e um golo de Bobby
Charlton, enquanto Osvaldo Silva apontou o tento de honra dos leões.
Estaria a eliminatória resolvida?
Nada disso! Em Alvalade,
o Sporting
viveu uma das noites mais épicas da sua história e goleou a poderosa
equipa inglesa por 5-0. Osvaldo Silva apontou um hat trick e Géo
Carvalho e Morais
apontaram os restantes golos.
Desempate com Lyon em Madrid
O último obstáculo antes da final
foi o Lyon,
e foi um osso muito duro de roer. Depois de um empate a zero em França e de uma
igualdade a um golo em Alvalade
– Géo Carvalho marcou para os leões
–, foi necessário recorrer a um terceiro jogo, em Madrid. E tal como diante da Atalanta,
os verde
e brancos voltaram a ser mais fortes em terreno neutro, ao carimbar o
passaporte para a final graças a um golo solitário de Osvaldo Silva.
Final e finalíssima em 48
horas
O adversário na final foi o MTK,
numa altura em que o futebol húngaro ainda estava pujante. Num jogo com muita
alternância no marcador, os magiares estiveram a vencer por 1-0 e 3-2, enquanto
os leões
chegaram a estar a ganhar por 2-1, mas o resultado da final disputada no
Estádio Heysel, em Bruxelas, foi um empate a três, com Figueiredo (dois) e
Mascarenhas a marcar para os lisboetas.
Na finalíssima, disputada dois
dias depois em Antuérpia, valeu o golo olímpico de Morais,
que só disputou esse encontro porque Bé estava lesionado e teimou com o
treinador Anselmo Fernández para ser ele a bater os cantos. Aos 19 minutos, o Sporting
teve um canto a favor sobre o lado esquerdo, Morais
pegou na bola e meteu-a, dali, no interior da baliza do MTK Budapeste,
estabelecendo o 1-0 que haveria de durar até ao apito final.
Sem comentários:
Enviar um comentário