quarta-feira, 15 de maio de 2024

Há 60 anos, o Sporting vencia a Taça das Taças. Recorde a caminhada a vitoriosa dos leões

Sporting venceu a Taça dos Vencedores das Taças em 1963-64
Foi há 60 anos, a 15 de maio de 1964, que o Sporting escreveu a página mais bonita da sua história, a conquista da Taça dos Vencedores das Taças. Nesse dia, em Antuérpia, um golo de canto direto de Morais, aos 19 minutos, bastou para que o troféu fosse erguido após a finalíssima diante do MTK Budapeste, 48 horas depois de os leões terem e os húngaros terem empatado a três golos em Bruxelas.
 
Mas a epopeia leonina começou quase um ano antes, a 30 de junho de 1963, quando o Sporting goleou o Vitória de Guimarães por 4-0 na final da Taça de Portugal, no Estádio Nacional, e carimbou o apuramento para a Taça das Taças 1963-64, com bis de Figueiredo e golos de Lúcio e Mascarenhas.
 
 

Atalanta obrigou a terceiro jogo

Na primeira eliminatória, os verde e brancos defrontaram os italianos da Atalanta. Após uma derrota por 0-2 em Bérgamo, o Sporting venceu por 3-1 em Alvalade, com golos de Figueiredo, Mascarenhas e Bé.
 
 
E como na altura ainda não havia a regra que beneficiava quem marcava mais golos fora de casa em caso de igualdade na eliminatória, foi marcado um jogo de desempate em campo neutro, com os leões a baterem os transalpinos em Barcelona por 3-1, após prolongamento, com um bis de Mascarenhas e um golo de Lúcio pelo meio.
 
 

Goleada histórica sobre o APOEL

Bem mais tranquila foi a eliminatória seguinte, diante dos cipriotas do APOEL. Os cipriotas, sem recursos financeiros para viajar até Lisboa, aceitaram a sugestão do Sporting para realizarem os dois jogos em Alvalade, com os leões a suportar a deslocação. O que é certo é que os verde e brancos fizeram valer o fator casa no jogo que oficialmente disputavam em casa, ao estabelecer uma goleada que ainda hoje é recorde nas competições europeias: 16-1. Mascarenhas (seis golos), Ferreira Pinto (dois), Mário Lino, Louro, Pérides, Augusto Martins (dois) e Figueiredo (três) faturaram para a equipa então orientada pelo brasileiro Gentil Cardoso.
 
 
Na segunda-mão, também em Alvalade, os leões mostraram-se mais mansos, vencendo apenas por 2-0, com golos de Augusto Martins e Mascarenhas.
 
 

Reviravolta épica diante do Manchester United

Nos quartos de final, o Sporting teve pela frente o Manchester United, que já contava com alguns jogadores que viriam a fazer parte da equipa que venceria a Taça dos Campeões Europeus em 1967-68, nomeadamente Shay Brennan, Bill Foulkes, Nobby Stiles, Tony Dunne, Pat Crerand, Bobby Charlton e George Best, assim como o treinador Matt Busby.
 
Na primeira-mão, em Old Trafford, os red devils golearam por 4-1, com um hat trick do endiabrado Denis Law e um golo de Bobby Charlton, enquanto Osvaldo Silva apontou o tento de honra dos leões.
 
 
Estaria a eliminatória resolvida? Nada disso! Em Alvalade, o Sporting viveu uma das noites mais épicas da sua história e goleou a poderosa equipa inglesa por 5-0. Osvaldo Silva apontou um hat trick e Géo Carvalho e Morais apontaram os restantes golos.
 
 

Desempate com Lyon em Madrid

O último obstáculo antes da final foi o Lyon, e foi um osso muito duro de roer. Depois de um empate a zero em França e de uma igualdade a um golo em Alvalade – Géo Carvalho marcou para os leões –, foi necessário recorrer a um terceiro jogo, em Madrid. E tal como diante da Atalanta, os verde e brancos voltaram a ser mais fortes em terreno neutro, ao carimbar o passaporte para a final graças a um golo solitário de Osvaldo Silva.
 
  
 

Final e finalíssima em 48 horas

O adversário na final foi o MTK, numa altura em que o futebol húngaro ainda estava pujante. Num jogo com muita alternância no marcador, os magiares estiveram a vencer por 1-0 e 3-2, enquanto os leões chegaram a estar a ganhar por 2-1, mas o resultado da final disputada no Estádio Heysel, em Bruxelas, foi um empate a três, com Figueiredo (dois) e Mascarenhas a marcar para os lisboetas.
 
 
Na finalíssima, disputada dois dias depois em Antuérpia, valeu o golo olímpico de Morais, que só disputou esse encontro porque Bé estava lesionado e teimou com o treinador Anselmo Fernández para ser ele a bater os cantos. Aos 19 minutos, o Sporting teve um canto a favor sobre o lado esquerdo, Morais pegou na bola e meteu-a, dali, no interior da baliza do MTK Budapeste, estabelecendo o 1-0 que haveria de durar até ao apito final.
 
 




 




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