Ameaça de bomba gerou o pânico no Bernabéu |
A minha primeira memória de um
jogo entre Real
Madrid e Real
Sociedad ou… o dia em que uma ameaça de bomba evacuou o Santiago Bernabéu e
fez com que um jogo iniciasse em 2004 e apenas terminasse no ano seguinte.
Estávamos em dezembro de 2004 e
eu, nessa altura com apenas 12 anos, tinha o bom hábito de comprar um jornal
desportivo à segunda-feira, de forma a ficar a par dos resultados de todos os
campeonatos nacionais e distritais em Portugal e também das principais ligas
europeias.
No dia 13 desse mês, a secção de
futebol internacional do jornal desportivo que comprei – não sei precisar qual,
mas provavelmente terá sido A Bola ou
O Jogo – dava grande destaque à
ameaça de bomba que interrompeu o Real
Madrid-Real
Sociedad na véspera, aos 88 minutos, quando a partida estava empatada a um
golo, com um golo do brasileiro Ronaldo para os merengues
(42’) e um do turco Nihat Kahveci para os bascos
(73’). O Estádio Santiago Bernabéu foi evacuado em poucos minutos, tendo alguns
dos 70 mil adeptos saído pelo relvado.
O aviso de que uma bomba ia
explodir foi feito pela organização terrorista basca ETA, num comunicado
enviado para a redação do jornal Gara.
As autoridades foram avisadas e decidiram de imediato evacuar o recinto, com o
quarto árbitro Roberto Carlos Jallas Amigo a avisar o juiz Vicente José Lizondo
Cortés, que decretou a interrupção do encontro sem transmitir aos jogadores o
motivo. Depois as autoridades inspecionaram todas as zonas do estádio com a
ajuda de cães, não tendo encontrado qualquer explosivo.
O jogo, que começou a 12 de
dezembro de 2004 e tinha García Remón como treinador do Real
Madrid, terminou a 5 de janeiro de 2005, uma quarta-feira, já com o
brasileiro Vanderlei Luxemburgo no comando técnico dos merengues.
Nesses últimos seis minutos, a formação da capital espanhola apresentou um
ataque verdadeiramente galáctico, composto por Beckham, Guti, Zidane, Raúl,
Morientes e Ronaldo, no tudo por tudo para conseguir a vitória. E acabou por
valer a pena, porque Zidane fez o 2-1 na conversão de uma grande penalidade a
castigar falta de Mikel Labaka sobre Ronaldo.
“Uma grande penalidade, um golo, duas
substituições, a estreia de um treinador, e claro, três pontos. Todas estas
incidências couberam em escassos seis minutos e 40 segundos, aproveitados de
forma intensa pelo Real
Madrid”, resumiu o Diário de Notícias.
A Real
Sociedad tem estado na luta pelos primeiros lugares da Liga
Espanhola nas últimas épocas e em 1980-81 e 1981-82 conquistou os dois
únicos campeonatos da sua história, mas no início deste milénio também esteve
muito perto de fazer história.
Em 2002-03, os bascos
ficaram a dois pontos do título e terminaram a época com 20 pontos de vantagem
sobre o Barcelona
e 16 sobre o Valência.
Nessa altura, pontificavam no clube da cidade de San Sebastián vários jogadores
internacionais como o guarda-redes holandês Sander Westerveld, o central norueguês
Bjorn Tore Kvarme, o central argentino Gabriel Schürrer, o lateral direito espanhola
López Rekarte, o lateral esquerdo espanhol Aranzábal, o médio espanhol Xabi
Alonso, o médio turco Tayfun Korkut, o médio russo Dmitri Khokhlov, o
extremo espanhol Javier de Pedro, o
extremo russo Valery Karpin e sobretudo dois avançados que marcavam golos atrás
de golos: o sérvio Darko Kovacevic e o turco Nihat Kahveci.
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