Benfiquista Luisão tenta desarmar Eran Zahavi |
Ainda não ligava a futebol quando
o Benfica
defrontou o Beitar Jerusalém na 2.ª pré-eliminatória da Liga
dos Campeões em agosto de 1998, pelo que a minha primeira memória de um
jogo entre as águias
e equipas israelitas remonta aos derradeiros meses de 2010, quando os encarnados
mediram forças com o Hapoel Telavive na fase de grupos da Champions.
De regresso à prova milionária
após dois anos de ausência, o Benfica
de Jorge
Jesus mantinha grande parte da equipa que tinha arrasado no campeonato
nacional na época anterior, mas o guarda-redes espanhol Roberto tardava em
convencer e Ramires e Di María ainda não tinham encontrado sucessores à altura.
Do outro lado estava o campeão
israelita, que se estreava na Champions
e que tinha como jogador mais conhecido o guarda-redes internacional nigeriano Vincent
Enyeama. A nível mediático quem mais se aproximava era o avançado internacional
israelita Ben Sahar, que tinha jogado no Chelsea
durante a primeira passagem de José
Mourinho pelos londrinos.
O primeiro jogo entre as duas
equipas, a contar para a primeira jornada da fase de grupos, foi disputado no
Estádio da Luz a 14 de setembro de 2010. E o Benfica
confirmou o favoritismo, ao vencer por 2-0. Luisão abriu o ativo aos 20
minutos, através de um remate à meia-volta na ressaca de um canto. E a meio do
segundo tempo Cardozo fez o 2-0, num lance em que só precisou de encostar, após
grande jogada entre Maxi Pereira e Rúben
Amorim (68’). Nos festejos do seu golo, o avançado paraguaio levou o
indicador à boca, mandando calar os críticos.
“A mudança de cenário da Liga
para a Champions
era uma oportunidade que o Benfica
não podia deixar escapar para voltar a pôr-se de pé e deixar para trás das
costas um início de temporada tão negativo como inesperado. Não o fez de forma
convincente, deixou ainda escapar alguns indícios dos muitos traumas de que tem
sofrido, mas frente ao Hapoel Telavive conseguiu o essencial: estreou-se na
fase de grupos com uma vitória (2-0) que pode vir a ser um bálsamo para os
males que o apoquentam e um estímulo para o próximo jogo com o Sporting”,
escreveu o Maisfutebol.
Bem diferente foi o que se passou
em Israel a 24 de novembro de 2010. À partida para esse encontro, o Benfica
ainda sonhava com o apuramento para os oitavos de final, uma vez que, a duas
jornadas do fim, estava a apenas um ponto do Schalke
04 e a três do líder do grupo, o Lyon.
O Hapoel tinha somado somente um ponto e estava em posição muito complicada até
para sonhar em ser repescado para a Liga
Europa.
Apesar das diferenças entre as
equipas, o Hapoel agigantou-se e venceu por um expressivo 3-0. Zahavi inaugurou
o marcador, de cabeça, num lance em que a bola ainda desviou em David Luiz (24’).
E já na reta final da partida, Douglas Silva fez o 2-0 na sequência de um
pontapé de canto e de alguma confusão na área encarnada
(74’), ao passo que Zahavi completou a vitória israelita numa jogada de
contra-ataque (90+2’).
“Imemorial, impensável, nunca
antes visto. Não, não há ponta de exagero neste início de crónica. Jamais
alguma equipa na Liga
dos Campeões dominou tanto, teve tantos remates (24 contra 10), tamanha
avalanche de cantos (21 contra 2) e... perdeu por 3-0. Aconteceu ao Benfica
na visita à Terra Santa de Israel. Podíamos mesmo afirmar, com alguma
segurança, que esta foi a segunda crucificação de Jesus
neste território. Mas é mais sensato olhar para isto apenas como uma hipérbole.
Não há memória de coisa assim, insistimos. O Benfica
foi derrotado por uma das equipas mais débeis que alguma vez teve o privilégio
de participar na mais
elitista competição europeia de clubes. E agora? Que explicações encontrar
para tamanha deceção? É difícil descrever com rigor o que se passou no Estádio
Bloomfield, de facto”, pode ler-se no Maisfutebol.
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