quarta-feira, 2 de novembro de 2022

A minha primeira memória de… um jogo entre Benfica e equipas israelitas

Benfiquista Luisão tenta desarmar Eran Zahavi
Ainda não ligava a futebol quando o Benfica defrontou o Beitar Jerusalém na 2.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões em agosto de 1998, pelo que a minha primeira memória de um jogo entre as águias e equipas israelitas remonta aos derradeiros meses de 2010, quando os encarnados mediram forças com o Hapoel Telavive na fase de grupos da Champions.
 
De regresso à prova milionária após dois anos de ausência, o Benfica de Jorge Jesus mantinha grande parte da equipa que tinha arrasado no campeonato nacional na época anterior, mas o guarda-redes espanhol Roberto tardava em convencer e Ramires e Di María ainda não tinham encontrado sucessores à altura.
 
Do outro lado estava o campeão israelita, que se estreava na Champions e que tinha como jogador mais conhecido o guarda-redes internacional nigeriano Vincent Enyeama. A nível mediático quem mais se aproximava era o avançado internacional israelita Ben Sahar, que tinha jogado no Chelsea durante a primeira passagem de José Mourinho pelos londrinos.
 
O primeiro jogo entre as duas equipas, a contar para a primeira jornada da fase de grupos, foi disputado no Estádio da Luz a 14 de setembro de 2010. E o Benfica confirmou o favoritismo, ao vencer por 2-0. Luisão abriu o ativo aos 20 minutos, através de um remate à meia-volta na ressaca de um canto. E a meio do segundo tempo Cardozo fez o 2-0, num lance em que só precisou de encostar, após grande jogada entre Maxi Pereira e Rúben Amorim (68’). Nos festejos do seu golo, o avançado paraguaio levou o indicador à boca, mandando calar os críticos.
 
“A mudança de cenário da Liga para a Champions era uma oportunidade que o Benfica não podia deixar escapar para voltar a pôr-se de pé e deixar para trás das costas um início de temporada tão negativo como inesperado. Não o fez de forma convincente, deixou ainda escapar alguns indícios dos muitos traumas de que tem sofrido, mas frente ao Hapoel Telavive conseguiu o essencial: estreou-se na fase de grupos com uma vitória (2-0) que pode vir a ser um bálsamo para os males que o apoquentam e um estímulo para o próximo jogo com o Sporting”, escreveu o Maisfutebol.
 
 
 
Bem diferente foi o que se passou em Israel a 24 de novembro de 2010. À partida para esse encontro, o Benfica ainda sonhava com o apuramento para os oitavos de final, uma vez que, a duas jornadas do fim, estava a apenas um ponto do Schalke 04 e a três do líder do grupo, o Lyon. O Hapoel tinha somado somente um ponto e estava em posição muito complicada até para sonhar em ser repescado para a Liga Europa.
 
Apesar das diferenças entre as equipas, o Hapoel agigantou-se e venceu por um expressivo 3-0. Zahavi inaugurou o marcador, de cabeça, num lance em que a bola ainda desviou em David Luiz (24’). E já na reta final da partida, Douglas Silva fez o 2-0 na sequência de um pontapé de canto e de alguma confusão na área encarnada (74’), ao passo que Zahavi completou a vitória israelita numa jogada de contra-ataque (90+2’).
 
“Imemorial, impensável, nunca antes visto. Não, não há ponta de exagero neste início de crónica. Jamais alguma equipa na Liga dos Campeões dominou tanto, teve tantos remates (24 contra 10), tamanha avalanche de cantos (21 contra 2) e... perdeu por 3-0. Aconteceu ao Benfica na visita à Terra Santa de Israel. Podíamos mesmo afirmar, com alguma segurança, que esta foi a segunda crucificação de Jesus neste território. Mas é mais sensato olhar para isto apenas como uma hipérbole. Não há memória de coisa assim, insistimos. O Benfica foi derrotado por uma das equipas mais débeis que alguma vez teve o privilégio de participar na mais elitista competição europeia de clubes. E agora? Que explicações encontrar para tamanha deceção? É difícil descrever com rigor o que se passou no Estádio Bloomfield, de facto”, pode ler-se no Maisfutebol.
 








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