Portista Pepe protege a bola de Paolo Guerrero |
Não terei visto os jogos porque
deverei ter preferido ver outros encontros que estavam a dar à mesma hora ou
então porque optei por jogar PlayStation, mas recordo-me perfeitamente de o FC
Porto ter defrontado o Hamburgo na fase de grupos da Liga
dos Campeões em 2006-07 – não seguia ainda futebol aquando do duplo duelo
anterior frente a um conjunto germânico, diante do Bayern
Munique para os quartos de final da Champions
em 1999-00.
Seja como for, os dragões
agigantaram-se perante uma equipa que tinha sido 3.ª classificada da Bundesliga
na época anterior, que até então era o único emblema totalista de presenças no
campeonato alemão e que tinha nas suas fileiras jogadores internacionais como o
central holandês Joris Mathijsen, o central belga Vincent Kompany, o lateral
esquerdo camaronês Thimothée Atouba, o lateral/médio esquerdo argentino Juan
Pablo Sorín, o central/médio defensivo suíço Raphael Wicky, o médio defensivo
holandês Nigel de Jong, o médio iraniano Mehdi Mahdavikia, o médio
norte-americano Benny Feilhaber, o médio ofensivo holandês Rafael van der Vaart,
o médio ofensivo/extremo alemão Piotr Trochowski, o avançado sérvio Danijel
Ljuboja, o avançado costa-marfinense Boubacar Sanogo e o avançado peruano Paolo
Guerrero. O treinador era o antigo internacional alemão Thomas Doll.
No primeiro jogo entre as duas
equipas, no Dragão,
os azuis
e brancos golearam por 4-1. Lisandro López inaugurou o marcador aos 14
minutos após passe de Anderson, Lucho
González aumentou a vantagem no final da primeira parte através da
conversão de uma grande penalidade (45+3’), Hélder Postiga cabeceou para o 3-0
na sequência de um cruzamento de Ricardo
Quaresma e Lisandro fez o quarto com assistência de Bruno Moraes (81’). Perto
do apito final, Trochowski reduziu para o Hamburgo, através de um remate
cruzado (89’). Foi a primeira vitória dos portistas nessa fase de grupos,
depois de um empate em casa com o CSKA
Moscovo (0-0) e uma derrota no terreno do Arsenal
(0-2).
“Não é todos os dias que se
consegue golear na Liga
dos Campeões. Aliás, o FC
Porto já não conseguia sequer ganhar para a Liga
dos Campeões há coisa de um ano e a
última vez que goleou foi precisamente em Gelsenkirchen, quando venceu o Mónaco
por 3-0 e se sagrou campeão europeu. Ora, talvez seja precisamente a fome
de golos e de vitórias rechonchudas a explicar a forma como o Hamburgo foi
literalmente abocanhado, triturado e deglutido ontem à noite no Dragão.
O FC
Porto dominou o jogo desde o primeiro instante, marcou três excelentes
golos na sequência de outras tantas excelentes jogadas, resistiu à reação que
os alemães esboçaram no final da primeira parte do jogo e sobreviveu à perda de
Anderson quando o jogo ainda não se tinha definido, mostrando que há vida para
além do médio brasileiro. É verdade que o coração bate mais depressa com
Anderson em campo, especialmente quando ele desenha lances como o que rabiscou
para oferecer o primeiro golo a Lisandro, mas desta feita houve muito mais FC
Porto em campo. Houve Quaresma,
por exemplo. Talvez inspirado pelo companheiro, desta vez o extremo não se
dispersou e jogou concentrado, ensaiando as iniciativas individuais e os
cruzamentos até misturar as primeiras com os segundos no fabuloso lance do
terceiro golo portista, marcado por esse genuíno ponta-de-lança que se
redescobre a cada jogo em Hélder Postiga. E também houve Mucho González, perdão Lucho
González, que tem crescido e já se aproxima do seu tamanho real. E houve
Lisandro, finalmente com pontaria, que era tudo o que lhe faltava. E ainda
houve o atrevimento de Fucile e, com ele, a nítida impressão de que a ausência
de Bosingwa se pode prolongar muito para além do previsto. O que não houve,
ontem à noite no Dragão,
foi Hamburgo. Quando muito, houve os insistentes remates de Trochowski, a
provar que na Alemanha, como cá, a água mole pode furar a pedra dura desde que
bata as vezes suficientes, e pouco mais”, escreveu o jornal O Jogo.
Duas semanas depois, na Alemanha,
o FC
Porto de Jesualdo Ferreira voltou a impor-se, arrancando um triunfo por
3-1. Lucho
González abriu o ativo no final da primeira parte através de um fantástico
disparo de fora da área (44’), Lisandro aumentou a contagem após cruzamento de Quaresma
a partir da esquerda (61’) e Bruno Moraes fez o terceiro também de meia
distância (87’). Pelo meio, Van der Vaart reduziu para os germânicos através de
um cabeceamento certeiro (63’).
“Quaresma
deu a marcar, Lucho
e Lisandro concluíram, e Bruno Moraes, num lance de inspiração, fez o resto. O FC
Porto tirou nota positiva em Hamburgo, com três golos apontados fora de
casa, o que é de assinalar. Foi a vitória da classe portista, também com
transpiração e alguma sorte, sobretudo após o golo de Van der Vaart.
Definitivamente, os dragões
gostam da Alemanha, de onde trazem quase sempre bons resultados e até já
trouxeram uma Liga
dos Campeões (final
de Gelsenkirchen, em 2004). Anderson tinha pedido para lhe trazerem uma
vitória e os companheiros responderam com uma das melhores exibições da época”,
resumiu o Jornal de Notícias.
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