quarta-feira, 12 de outubro de 2022

A minha primeira memória de… um jogo entre FC Porto e equipas alemãs

Portista Pepe protege a bola de Paolo Guerrero
Não terei visto os jogos porque deverei ter preferido ver outros encontros que estavam a dar à mesma hora ou então porque optei por jogar PlayStation, mas recordo-me perfeitamente de o FC Porto ter defrontado o Hamburgo na fase de grupos da Liga dos Campeões em 2006-07 – não seguia ainda futebol aquando do duplo duelo anterior frente a um conjunto germânico, diante do Bayern Munique para os quartos de final da Champions em 1999-00.
 
Seja como for, os dragões agigantaram-se perante uma equipa que tinha sido 3.ª classificada da Bundesliga na época anterior, que até então era o único emblema totalista de presenças no campeonato alemão e que tinha nas suas fileiras jogadores internacionais como o central holandês Joris Mathijsen, o central belga Vincent Kompany, o lateral esquerdo camaronês Thimothée Atouba, o lateral/médio esquerdo argentino Juan Pablo Sorín, o central/médio defensivo suíço Raphael Wicky, o médio defensivo holandês Nigel de Jong, o médio iraniano Mehdi Mahdavikia, o médio norte-americano Benny Feilhaber, o médio ofensivo holandês Rafael van der Vaart, o médio ofensivo/extremo alemão Piotr Trochowski, o avançado sérvio Danijel Ljuboja, o avançado costa-marfinense Boubacar Sanogo e o avançado peruano Paolo Guerrero. O treinador era o antigo internacional alemão Thomas Doll.
 
No primeiro jogo entre as duas equipas, no Dragão, os azuis e brancos golearam por 4-1. Lisandro López inaugurou o marcador aos 14 minutos após passe de Anderson, Lucho González aumentou a vantagem no final da primeira parte através da conversão de uma grande penalidade (45+3’), Hélder Postiga cabeceou para o 3-0 na sequência de um cruzamento de Ricardo Quaresma e Lisandro fez o quarto com assistência de Bruno Moraes (81’). Perto do apito final, Trochowski reduziu para o Hamburgo, através de um remate cruzado (89’). Foi a primeira vitória dos portistas nessa fase de grupos, depois de um empate em casa com o CSKA Moscovo (0-0) e uma derrota no terreno do Arsenal (0-2).
 
“Não é todos os dias que se consegue golear na Liga dos Campeões. Aliás, o FC Porto já não conseguia sequer ganhar para a Liga dos Campeões há coisa de um ano e a última vez que goleou foi precisamente em Gelsenkirchen, quando venceu o Mónaco por 3-0 e se sagrou campeão europeu. Ora, talvez seja precisamente a fome de golos e de vitórias rechonchudas a explicar a forma como o Hamburgo foi literalmente abocanhado, triturado e deglutido ontem à noite no Dragão. O FC Porto dominou o jogo desde o primeiro instante, marcou três excelentes golos na sequência de outras tantas excelentes jogadas, resistiu à reação que os alemães esboçaram no final da primeira parte do jogo e sobreviveu à perda de Anderson quando o jogo ainda não se tinha definido, mostrando que há vida para além do médio brasileiro. É verdade que o coração bate mais depressa com Anderson em campo, especialmente quando ele desenha lances como o que rabiscou para oferecer o primeiro golo a Lisandro, mas desta feita houve muito mais FC Porto em campo. Houve Quaresma, por exemplo. Talvez inspirado pelo companheiro, desta vez o extremo não se dispersou e jogou concentrado, ensaiando as iniciativas individuais e os cruzamentos até misturar as primeiras com os segundos no fabuloso lance do terceiro golo portista, marcado por esse genuíno ponta-de-lança que se redescobre a cada jogo em Hélder Postiga. E também houve Mucho González, perdão Lucho González, que tem crescido e já se aproxima do seu tamanho real. E houve Lisandro, finalmente com pontaria, que era tudo o que lhe faltava. E ainda houve o atrevimento de Fucile e, com ele, a nítida impressão de que a ausência de Bosingwa se pode prolongar muito para além do previsto. O que não houve, ontem à noite no Dragão, foi Hamburgo. Quando muito, houve os insistentes remates de Trochowski, a provar que na Alemanha, como cá, a água mole pode furar a pedra dura desde que bata as vezes suficientes, e pouco mais”, escreveu o jornal O Jogo.
 
 
 
Duas semanas depois, na Alemanha, o FC Porto de Jesualdo Ferreira voltou a impor-se, arrancando um triunfo por 3-1. Lucho González abriu o ativo no final da primeira parte através de um fantástico disparo de fora da área (44’), Lisandro aumentou a contagem após cruzamento de Quaresma a partir da esquerda (61’) e Bruno Moraes fez o terceiro também de meia distância (87’). Pelo meio, Van der Vaart reduziu para os germânicos através de um cabeceamento certeiro (63’).
 
Quaresma deu a marcar, Lucho e Lisandro concluíram, e Bruno Moraes, num lance de inspiração, fez o resto. O FC Porto tirou nota positiva em Hamburgo, com três golos apontados fora de casa, o que é de assinalar. Foi a vitória da classe portista, também com transpiração e alguma sorte, sobretudo após o golo de Van der Vaart. Definitivamente, os dragões gostam da Alemanha, de onde trazem quase sempre bons resultados e até já trouxeram uma Liga dos Campeões (final de Gelsenkirchen, em 2004). Anderson tinha pedido para lhe trazerem uma vitória e os companheiros responderam com uma das melhores exibições da época”, resumiu o Jornal de Notícias.
 
 








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