Zidane em duelo com Marcos Assunção no Bernabéu |
A minha primeira memória de um
jogo entre o Real
Madrid e o Betis
faz-me recuar ao tempo dos galácticos, quando ano após ano o presidente merengue
Florentino Pérez fazia questão de contratar a peso de ouro uma das principais
estrelas do futebol mundial. Depois de Figo, Zidane e Ronaldo, o senhor que se
seguiu foi o inglês David Beckham, que frente à formação
de Sevilha iria precisamente fazer a estreia na Liga
Espanhola, em pleno Santiago Bernabéu. No entanto, não era o único, uma vez
que o homem do leme dava pelo nome de Carlos Queiroz, treinador português que
sucedia a Vicente del Bosque.
Recordo-me que, nos dias que
antecederam esse encontro de 30 de agosto de 2003, um jogador dos béticos
tinha afirmado que o seu companheiro de equipa Joaquín era melhor do que
Beckham. E durante as semanas anteriores, choveram comparações entre Figo e o
inglês.
No dia do jogo, o Real
Madrid tinha deixado partir para o Chelsea
o seu ponto de equilíbrio, Claude Makélélé, mas conseguia apresentar uma equipa
recheada de jogadores internacionais. Além dos galácticos contratados por
Florentino Pérez, havia ainda Casillas, Míchel Salgado, Iván Helguera, Raúl
Bravo, Roberto Carlos, Esteban Cambiasso, o capitão Raúl, Santiago Solari e
Fernando Morientes.
Já o Betis,
que procurava afirmar-se como candidato às competições europeias, tinha à disposição
um plantel onde se destacavam o guarda-redes espanhol Pedro Contreras, o
central internacional espanhol Juanito,
o central internacional uruguaio Alejandro Lembo, o médio internacional brasileiro
Marcos Assunção, o médio ofensivo internacional espanhol Capi, o extremo
internacional espanhol Joaquín, o atacante internacional brasileiro Denílson e
o ponta de lança internacional argentino Martín Palermo.
Embora todos os holofotes
focassem David Beckham, o médio inglês surpreendeu a defesa bética
e inaugurou o marcador logo aos dois minutos, aparecendo sozinho ao segundo
poste para dar o melhor seguimento a um passe de Ronaldo.
No entanto, a
formação de Sevilha não estava no Bernabéu para ser o bobo da festa,
chegando ao empate através de um cabeceamento de Juanito, na resposta a um canto
apontado do lado direito por Joaquín (34’).
Ainda assim, o brasileiro Ronaldo
fez o 2-1 pouco depois da hora de jogo, a passe de Zidane, depois de uma grande
abertura de Beckham para o francês, que se encontrava sobre o flanco esquerdo.
“O Real
Madrid de Queiroz ganhou na estreia de Beckham no Bernabéu na Liga
Espanhola por 2-1 ao Betis.
Os verdiblancos
nunca viraram a cara ao encontro e estiveram perto de fazer surpresa. Os golos do
Real
Madrid foram obra de David Beckham e Ronaldo, enquanto o bético
foi marcado por Juanito. O inglês conseguiu em apenas um par de jogos ante o
seu novo público o que custou vários meses a Ronaldo na temporada passada ou a
Zidane na anterior”, escreveu o El
Mundo.
Na mesma onda surfou o português Diário de Notícias. “A liga
espanhola deu o pontapé de saída com a entrada em campo dos principais
candidatos ao título: Real
Madrid e Barcelona.
Os atuais campeões jogaram primeiro, no Santigo Bernabéu, e festejaram também
primeiro. Mas não sem primeiro suar muito. Frente ao Bétis
de Sevilha, a equipa de Carlos Queiroz, com todos os galácticos de início,
arrancou um suado triunfo, detonado em muito pela boa exibição de David
Beckham. Uma entrada de felicidade coroada logo aos dois minutos com o primeiro
golo e levada ao céu com o início da jogada do segundo tento, que desfez o
empate já na segunda parte, apontado o por Ronaldo e que teve ainda o
contributo de Zidane. O Bétis,
liderado por Palermo na ausência de Denilson, nunca desistiu de lutar pelo
golo, se bem que o tenha feito principalmente quando estava em desvantagem.
Também por isso o triunfo de Carlos Queiroz na estreia em Espanha é justo”,
podia ler-se.
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