A minha primeira memória de um
jogo entre Portugal e Suécia remonta a 16 de outubro de 2002, num dos infinitos
encontros de preparação que a seleção nacional disputou entre um Mundial
2002 de má memória e o Euro 2004 que haveria de organizar.
Quatro dias depois a artilharia
pesada ter empatado a um golo no Restelo diante da Tunísia (1-1), o
selecionador nacional interino Agostinho Oliveira promoveu uma autêntica
revolução no onze, tanto a nível de jogadores como de sistema tático.
Em 3x4x3, Portugal alinhou com
Quim na baliza; Beto, Fernando Meira e Fernando Couto a comporem o trio de
centrais; Sérgio
Conceição a fazer todo o corredor direito e Rui Jorge a encarregar-se da
ala esquerda; Petit e Hugo Viana na sala de máquinas do meio-campo; e Capucho e
Marco
Ferreira no apoio a Romeu no ataque. Figo, Rui Costa e Pauleta só entraram
aos 80 minutos.
Mas a Suécia também apresentou
uma versão B. Basta frisar que alguns dos principais jogadores suecos da
altura, como Henrik Larsson, Zlatan Ibrahimovic, Fredrik Ljungberg e Patrik
Andersson, não tinham os nomes inscritos na ficha de jogo.
Recordo-me de ter acompanhado a
transmissão do jogo e lembro-me perfeitamente da marcha do marcador neste
confronto que teve lugar em Gotemburgo: a Suécia chegou ao 2-0, Portugal virou
para 2-3.
Coube a Jörgen Pettersson, avançado
que na altura jogava no FC Copenhaga, a inaugurar o marcador aos cinco minutos,
num remate em arco. O outro avançado, Marcus Allbäck (Aston Villa), fez o 2-0
aos 22 minutos numa recarga a remate de Pettersson.
Ainda na primeira parte, Sérgio
Conceição reduziu para Portugal na conversão de um penálti a castigar falta
de Svensson sobre Marco
Ferreira (33’). No segundo tempo, Romeu cabeceou para o empate, na recarga
a um remate de longe de Nuno Valente que Dick Last defendeu para a frente (53’).
E já com a artilharia pesada em campo, Rui Costa fez o 2-3 através de um remate
fantástico ainda longe da baliza (88’).
Infelizmente, não existem na
Internet vídeos deste encontro, que foi transmitido pela RTP 1.
“Prova de vitalidade. Grande
lição de uma segunda vaga que mostrou ter arte, inteligência e saber para
manter a seleção nacional no top. No último (?) jogo de Agostinho Oliveira à
frente da equipa, Portugal correu atrás do prejuízo e virou o resultado. Rui
Costa marcou um golo para figurar no seu livro de memórias”, escreveu o jornal O Jogo no título e na entrada da
crónica.
“Portugal saiu em ombros de Gotemburgo
conseguindo, com mérito, uma vitória, a primeira da era Agostinho Oliveira, que
se despede (?) da sua curta e conturbada gerência à frente dos ‘AA’ assistindo,
emocionado, a uma exibição de raiva, mas também de inteligência e arte de uma
equipa com muita gente nova, mas gente que sabe o que quer do futuro. Uma prova
de vitalidade. A segunda vaga portuguesa fez um jogo competente, esforçando-se,
circulando a bola, pressionando, sempre atrás do prejuízo, com a dignidade de
autênticos campeões. Muito bem. A 11 minutos do fim, Agostinho Oliveira lançou
os ases e Rui Costa fez um golo de bandeira. De placa”, podia ler-se no início
do texto.
Empate em Coimbra no descanso portista
Um ano e meio depois, a 28 de
abril de 2004, as duas seleções voltaram a defrontar-se no âmbito da preparação
para o Campeonato da Europa. Em Coimbra, houve empate a dois golos: Pauleta (32’)
e Nuno Gomes (90’) marcaram para Portugal, Kim Källström (17’) e Rui Jorge na
própria baliza (85’) para a Suécia.
Porém, o jogo ficou marcado por
uma polémica que envolveu Luiz Felipe Scolari, o FC
Porto e o Deportivo da Corunha, uma vez que as duas equipas se iriam
defrontar algumas semanas depois para as meias-finais da Liga
dos Campeões e o selecionador decidiu dispensar todos os jogadores portistas,
mas resolveu chamar Jorge Andrade, que jogava nos galegos.
E para o caro leitor, qual é o primeiro jogo entre Portugal e Suécia de que tem memória? E quais foram as melhores e mais marcantes jogos de sempre entre as duas seleções?
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