terça-feira, 15 de setembro de 2020

Os 10 jogadores com mais jogos pelo Académico do Porto na I Divisão

Uma das equipas do Académico do Porto que jogou na I Divisão
Fundado a 15 de setembro de 1911 por um grupo de estudantes do Liceu Alexandre Herculano, o Académico Futebol Clube viveu o período de maior fulgor da sua história nas décadas de 1930 e 1940, quando participou por cinco vezes na I Divisão. Em 1934-35 e 1938-39 atingiu o sétimo lugar, a melhor classificação de sempre do clube.

Foi através dos esforços e do espírito empreendedor dos dirigentes e da massa associativa do emblema portuense que se começou a construir em 1923 o Estádio do Lima, que 14 anos depois viria a tornar-se o primeiro campo de futebol a nível nacional a ter um relvado como piso.


Com grande relevância no fomento da prática desportiva em Portugal, também no atletismo, no ciclismo e no basquetebol, o Académico do Porto viu-se obrigado a extinguir o futebol sénior no final da década de 1960, já após ter perdido o seu parque de jogos construído no Estádio do Lima.

Na sequência da demolição do Estádio do Lima pela Santa Casa da Misericórdia do Porto, nos anos 1970, o Académico do Porto ficou com a atividade confinada ao espaço do antigo palacete do Lima, ao lado do antigo estádio, um edifício virado para a Rua de Costa Cabral, onde tem hoje as suas instalações desportivas e sociais (dois pavilhões, sede, bar e pouco mais). Essa é, de resto, uma parcela de terreno atualmente propriedade da Câmara Municipal do Porto, sendo o Académico apenas inquilino.

Em cinco participações na I Divisão, 71 futebolistas representaram o Académico do Porto. Vale por isso a pena recordar os dez que o fizeram por mais vezes.


10. Carlos Alves (26 jogos)

Carlos Alves
Defesa que representou Portugal nos Jogos Olímpicos de Amesterdão em 1928, chegou ao Académico no verão de 1933, proveniente do Carcavelinhos, clube pelo qual conquistou o Campeonato de Portugal em 1927-28.
Em 1934-35 disputou 14 jogos e marcou seis golos no campeonato, diante de Académica, Belenenses, Benfica (dois) e Vitória de Setúbal (dois).
Na época seguinte representou o FC Porto, tendo conquistado o Campeonato do Porto, mas em 1937-38 voltou ao Académico para atuar em mais 12 partidas na I Divisão.
Embora tenha somado 18 internacionalizações pela seleção nacional, nenhuma foi enquanto jogador do emblema academista.
Ficou famoso por usar luvas pretas enquanto jogava, estilo que foi herdado pelo neto João Alves, que brilhou no Boavista, Benfica, Salamanca e Paris Saint-Germain. “O meu avô era do Carcavelinhos, que na altura foi campeão nacional e ganhou até um título numa final frente ao Benfica. Antes do Benfica-Carcavelinhos, os jogadores estavam a almoçar e uma fã do meu avô, uma miúda com 13/14 anos, chegou ao pé dele, ofereceu-lhe as luvas dela e disse-lhe que se jogasse com as luvas o Carcavelinhos ia ganhar o jogo. Eram umas luvas pretas, que ainda as tenho guardadas religiosamente em minha casa. O meu avô achou piada aquilo, mas guardou as luvas no bolso do casaco e foi para o jogo. Entretanto o Carcavelinhos chegou ao intervalo a perder e os colegas que tinham assistido à cena na mesa, obrigaram-no a jogar com as luvas na segunda parte. Sei que o Carcavelinhos deu a volta ao jogo e foram campeões de Portugal. Tenho essa medalha”, contou João Alves à Tribuna Expresso.
Haveria de falecer a 12 de novembro de 1970, aos 67 anos.


9. Eliseu (31 jogos)

Eliseu
Médio formado nas camadas jovens do Barreirense, foi contratado ainda com 16 anos apelo Académico do Porto, que pagou quatro contos pela sua carta de desvinculação.
No emblema portuense também praticou basquetebol e atletismo, mas foi no futebol que mais se destacou, tendo atuando em dez jogos na I Divisão em 1939-40 e em 21 em 1941-42, tendo nesta última época contribuído para a conquista do título regional da AF Porto.
Em 1943 mudou-se para o Sporting, clube pelo qual se sagrou campeão nacional e conquistou a Taça Império.
Na década de 1970 emigrou para São Paulo, no Brasil, onde viria a falecer.


7. Ricardo (32 jogos)

Defesa que representou o Académico do Porto entre 1934 e 1939, jogou a I Divisão pelo emblema portuense em três temporadas.
Em 1934-35 atuou em seis partidas, em 1937-38 participou em 14 jogos e em 1938-39 disputou 12 encontros e marcou um golo ao Casa Pia, contribuindo para a obtenção de dois sétimos lugares.
Após deixar o clube rumou ao Barreirense, emblema pelo qual se haveria de sagrar campeão nacional da II Divisão.


7. Pacheco (25 jogos)

Médio proveniente da Académica, pela qual se estreou na I Divisão, reforçou o Académico do Porto no início da temporada 1937-38.
Nessa época participou em nove jogos e marcou um golo ao vizinho FC Porto. Em 1938-39 atuou em 13 partidas, contribuindo para a obtenção de um 7.º lugar. E na terceira e última temporada disputou dez encontros.


6. Levy de Sousa (33 jogos)

Guarda-redes que representou o Académico entre 1934 e 1942, tendo estado presente nas cinco participações do emblema portuense na I Divisão.
No total disputou 33 jogos distribuídos pelas épocas 1934-35, 1937-38, 1938-39, 1939-40 e 1941-42 e sofreu 118 golos. Ou seja, foi em média buscar a bola ao fundo das redes em 3,58 vezes por encontro.
Após terminar a ligação ao Académico, rumou ao Barreirense.


5. António Jorge (37 jogos)

António Jorge
Poderoso defesa algarvio, apelidado de “cegueta”, fez grande parte da carreira no Farense, pelo qual conquistou dois títulos distritais, ainda que com uma curta passagem pelo Belenenses em 1935-36.
Em 1939 mudou-se do Algarve para o Académico do Porto, clube em que haveria de ficar até 1943. Em 1939-40 disputou 18 jogos na I Divisão e duas épocas depois somou 19 partidas no primeiro escalão do futebol português.
Enquanto jogador do emblema portuense destacou-se ao ser chamado à seleção do Porto, que era maioritariamente composta por atletas de FC Porto e Boavista.


4. Marques (38 jogos)

Avançado que representou o Académico do Porto em duas participações na I Divisão, estreou-se no primeiro escalão em 1939-40, com 17 jogos e três golos, apontados diante de Leixões, Sporting e Benfica.
Duas épocas depois atuou em 21 partidas e somou cinco remates certeiros, marcados frente a Benfica, Leça, Barreirense (dois) e Unidos de Lisboa.


3. José Rafael (51 jogos)

Defesa madeirense, surgiu na equipa principal do Académico do Porto em 1939-40, quando participou em 13 jogos na I Divisão.
Na época seguinte atuou em 16 partidas e em 1941-42 disputou 22 encontros no campeonato.


2. Raúl (53 jogos)

Raúl
Avançado que começou a fazer carreira no FC Porto, clube pelo qual conquistou dois Campeonatos de Portugal (1931-32 e 1936-37) e a edição inaugural da I Divisão (1934-35), mudou-se para o vizinho Académico em 1937.
Em 1937-38 participou em 13 jogos no campeonato e marcou três golos, diante de Barreirense (dois) e Belenenses.
Na temporada seguinte voltou a marcar presença em 13 partidas e somou seis remates certeiros, frente a Casa Pia, Benfica (dois), Belenenses, Académica e Sporting.
Em 1939-40 participou em seis encontros e faturou uma vez, ao Sporting.
Na época que se seguiu jogou na II Divisão, mas em 1941-42 voltou à elite do futebol português para disputar 21 jogos e apontou cinco golos, diante de Vitória de Guimarães, Leça, Sporting, Académica e Olhanense.


1. Álvaro Pereira (58 jogos)

Um dos poucos jogadores que esteve nas cinco participações do Académico do Porto na I Divisão.
Avançado de posição, começou por disputar dois jogos no primeiro escalão em 1934-35.
Três anos depois atuou em 13 partidas e marcou quatro golos, diante de Barreirense (dois), Belenenses e Sporting, números que repetiu em 1938-39, com golos a Belenenses, Casa Pia, Benfica e FC Porto.
Em 1939-40 somou 16 encontros e faturou por três vezes, frente a Carcavelinhos e Académica (dois).
Por fim, atuou em 14 desafios e apontou cinco golos, diante de Barreirense (dois), FC Porto e Unidos de Lisboa (dois).


























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