Fundado a 1 de setembro de 1939,
dia do início da Segunda Guerra Mundial, o Futebol Clube de Alverca
viveu os melhores momentos da sua história já após a queda do Muro de Berlim,
na década de 1990, quando surgiu nas ligas profissionais.
Em 1995 subiu pela primeira vez à
II Liga e, depois de ter um 13.º e de um 15.º lugar nas duas primeiras épocas,
alcançou pela primeira vez a promoção ao patamar maior do futebol português em
1997-98, ao terminar o campeonato na 3.ª posição.
Após quatro anos entre a elite,
foi despromovido em 2002, mas voltou a subir em 2003, desta vez em 2.º lugar.
Esta última estadia no primeiro escalão durou apenas uma época. E no regresso à
II Liga, em 2004-05, não só desceu à II Divisão B como extinguiu a atividade,
tendo voltado ao futebol nos distritais da AF Lisboa um ano depois.
Depois de uma travessia no
regresso, o Alverca
ocupava o 3.º da Série D do Campeonato de Portugal e estava plenamente
integrado na luta pelos lugares de acesso ao playoff de promoção à II Liga à data da interrupção das competições
devido à pandemia de covid-19.
Em cinco presenças, 99
futebolistas representaram o clube na II Liga. Vale por isso a pena recordar os
10 futebolistas com mais jogos pelo Alverca
no segundo escalão.
10. Vasco (50 jogos)
Vasco |
O lateral esquerdo Vasco Vigário
chegou a Alverca
no verão de 1992, depois de vários anos ao serviço do Oriental, clube em que
faz toda a sua formação. Rapidamente se assumiu como um titular indiscutível e foi
um dos esteios da equipa que, em 1994-95, conseguiu a promoção à II Liga, tendo
inclusivamente estado no jogo que ditou a ultrapassagem ao Louletano já na reta
da meta e consequente subida de divisão, em Pina Manique.
Depois de 85 encontros e um golo
na II Divisão B, manteve o estatuto de titular nas duas primeiras épocas na II
Liga, essenciais para estabilizar o clube nas competições profissionais. Em
1995-96 esteve em 23 jogos (22 a titular) e marcou um golo e na temporada
seguinte participou em 27 partidas (25 a titular).
Depois transferiu-se para o Santa
Clara e terminou a carreira em 2003 ao serviço do Futebol Benfica.
Vladimir |
9. Vladimir (51 jogos)
Central brasileiro, mas radicado
desde bem cedo em Portugal, foi recrutado no verão de 1995 ao Lourinhanense e
desde logo se assumiu como titular no eixo defensivo, tendo formado uma dupla
sólida com José Soares.
Em 1995-96 disputou 28 partidas,
todas na condição e titular, e apontou dois golos. Na temporada seguinte foi
perdendo algum espaço para Paredão e Hugo Costa, mas ainda assim jogou 23
encontros (21 a titular).
Tal como Vasco, transferiu-se
para o Santa
Clara no verão de 1997 e ajudou os açorianos a subirem pela primeira vez à
II Liga.
Maniche |
8. Maniche (52 jogos)
O nome mais sonante desta lista.
Depois de se ter estreado pela equipa principal do Benfica
aos 17 anos pela mão de Mário Wilson em setembro de 1995, foi cedido um ano
depois ao Alverca,
onde haveria de encontrar o treinador que o lançou.
Em 1996-97, disputou 23 jogos
(onze a titular) e marcou dois golos na II Liga, tendo melhorado esses números
na temporada seguinte, que ficou marcada pela então inédita promoção ao
primeiro escalão: 29 jogos (15 a titular) e cinco golos.
Foi ao serviço dos ribatejanos
que se viria a estrear na I Liga, em 1998-99, tendo participado em 26 partidas
(14 a titular) e apontado três golos. Depois regressou ao Benfica
e em 2002 transferiu-se para o FC Porto, onde se viria a afirmar como um médio
de eleição no futebol português e europeu.
7. Rui Júnior (56 jogos)
Rui Júnior |
Lateral esquerdo de baixa
estatura pescado em 2002 no Estoril, então na II Divisão B, passou três
temporadas em Alverca.
Na primeira disputou 25 jogos (todos a titular) e marcou um golo às ordens de José
Couceiro, contribuindo para a promoção à I Liga.
Na segunda época, já no primeiro
escalão, não teve a mesma sorte, tendo vivido maioritariamente na sombra de
Nandinho, não indo além de 12 encontros (10 a titular) no campeonato.
Recuperou espaço no regresso à II
Liga, em 2004-05, tendo efetuado 31 partidas e marcado um golo numa temporada
de má memória para os ribatejanos,
que desceram de divisão e extinguiram o futebol profissional.
Depois voltou ao Atlético, clube
pelo qual já tinha passado em 1997-98, e aventurou-se no futebol cipriota.
6. Cajú (58 jogos)
Cajú |
Avançado móvel recrutado ao
Corinthians Alagoano no verão de 1997, rapidamente se impôs em Alverca.
Na primeira época, na II Liga, contribuiu com 19 golos em 34 jogos (33 a
titular) para a promoção ao patamar maior do futebol português – foi o segundo
melhor marcador do campeonato, sendo apenas suplantado por Armando, do
Moreirense.
No primeiro escalão continuou a
mostrar serviço e em ano e meio faturou por 15 vezes em 46 encontros (43 a
titular). O FC Porto interessou-se pelos serviços de Cajú e contratou-o em
janeiro de 2000, mas o brasileiro não foi além de dois jogos pelo clube da
Invicta.
Meio ano depois regressou ao Ribatejo
para mais quatro temporadas ao serviço do Alverca.
Em 2000-01 sentiu dificuldades perante a concorrência de Mantorras, tendo
apontado cinco golos em 23 jogos (19 a titular). Na época seguinte duplicou o
número de remates certeiros, em 26 encontros (21 a titular), mas foi incapaz de
evitar a despromoção.
Em 2002-03 voltou a ser decisivo
para a subida de divisão com nove golos em 24 partidas (16 a titular), mas na
temporada de regresso ao primeiro escalão não foi além de apenas 10 jogos (seis
a titular) e nenhum golo para amostra.
Depois rumou ao Académico de
Viseu e ainda passou pelo Maia antes de encerrar a carreira no Brasil.
5. Veríssimo (68 jogos)
Veríssimo |
Central natural de Vila Franca de
Xira, notabilizou-se com a camisola do Alverca,
um dos clubes do seu concelho. Depois de ter passado grande parte da formação
no Benfica
e de se ter estreado pela equipa principal das águias
em março de 1996, foi cedido na segunda metade desse ano aos ribatejanos,
pelos quais cumpriu 19 jogos (15 a titular) na II Liga em 1996-97.
Na temporada seguinte também representou
os alverquenses no segundo escalão, mas apenas até março de 1998, tendo participado
em 16 encontros (8 a titular) e dado o seu contributo para a subida de divisão
antes de se mudar durante cerca um ano e meio para a Académica.
No arranque da época 1999-00
voltou a Alverca
e por lá ficou durante cinco anos, quatro dos quais na I Liga. Até 2001-02 e em
2003-04 disputou um total de 116 partidas (todas na condição de titular) no
primeiro escalão, tendo apontado dois golos. Em 2002-03 efetuou 33 encontros
(todos no onze inicial) e marcou um golo na II Liga. Nesse período formou boas
duplas com Hugo Costa, Ricardo Carvalho, Gaspar e Marco Almeida.
Depois transferiu-se para o Vitória
de Setúbal, clube pelo qual haveria de conquistar uma Taça de Portugal. Em 2012
pendurou as botas ao serviço do Mafra e logo a seguir iniciou a carreira de
treinador no Benfica.
Atualmente é adjunto de Bruno
Lage na equipa principal.
4. Ramires (81 jogos)
Ramires |
Um dos jogadores que nos vem à
cabeça quando pensamos nos momentos áureos do Alverca.
Extremo veloz, foi formado no Sporting, mas foi por empréstimo do Benfica
que chegou ao Ribatejo,
no verão de 1996, com o rótulo de jovem promessa, até por ter participado na
conquista do Campeonato da Europa de sub-18 em 1994.
Na primeira ganhou balanço, com 25
jogos (20 a titular) e seis golos. Na segunda explodiu na II Liga, com 10
remates certeiros em 33 encontros (todos no onze inicial), contribuindo
fortemente para a promoção ao patamar maior do futebol português.
Seguiram-se quatro temporadas ao
serviço dos ribatejanos
na I Liga, tendo apontado 16 golos em 103 partidas (90 a titular), o que lhe
permitiu representar a seleção nacional B e sonhar com o regresso ao Benfica.
Porém, não passou de um sonho e no verão de 2000 vinculou-se a título
definitivo ao Alverca.
Em 2002-03 esteve em nova
promoção dos alverquenses, tendo disputado 23 jogos (18 a titular) e apontado
um golo, despedindo-se do clube na época de regresso ao primeiro escalão, em
2003-04, com 27 jogos (21 a titular) e um golo.
Depois transferiu-se por para o Santa
Clara e ainda passou pelo Imortal e pelos espanhóis do Zamora antes de
penduras as botas no Luxemburgo, em 2012.
3. Nélson Morais (86 jogos)
Nélson Morais |
Lateral de baixa estatura, chegou
ao Alverca
no ano de estreia na II Liga, em 1996-96, depois de ter concluído a formação no
Benfica
e de ter passado por Gil Vicente e União de Leiria.
Foi uma peça importante para a
consolidação do clube na II Liga e para a subida à I Liga em 1998. Cumpriu 28
jogos (todos a titular) em 1995-96, efetuou 30 (todos no onze inicial) e marcou
um golo em 1996-97 e participou em 28 partidas (27 a titular) em 1997-98.
Em 1998-99 começou a temporada no
Campomaiorense, mas foi pouco utilizado e em janeiro voltou ao Alverca,
mas não conseguiu voltar a ser feliz. Na derradeira passagem pelo Ribatejo
não foi além de 24 jogos (22 a titular) no campeonato em dois anos e meio.
No verão de 2001 transferiu-se
para o Seixal, então na II Divisão B, e foi lá que terminou a carreira.
2. José Soares (90 jogos)
José Soares |
Mais um caso de um jogador que
chegou a Alverca
por empréstimo do Benfica.
Depois de se ter estreado na II Liga ao serviço do Famalicão, este defesa central
foi um jogador preponderante para a consolidação e afirmação dos ribatejanos
no segundo escalão.
Logo na primeira época, em
1995-96, foi titular nos 31 jogos em que participou em marcou dois golos. Nas
épocas seguintes disputou 29 (27 a titular) e 30 encontros (todos no onze
inicial), tendo contribuído para a subida à I Liga em 1998.
Ainda por empréstimo das águias
representou o Alverca
na época de estreia do clube no patamar maior do futebol português, tendo
competido em 30 partidas (todas a titular) e apontado um golo, ao Beira-Mar.
Depois voltou ao Benfica,
onde nunca se afirmou, tendo sido cedido a Campomaiorense e Desportivo das Aves
antes de terminar a ligação ao clube da Luz, em 2001.
1. Juba (90 jogos)
Juba |
Cumpriu o mesmo número de jogos de
José Soares ao serviço do Alverca
na II Liga, mas disputou mais 32 minutos – 7795 contra 7763 – e é um dos poucos
jogadores a ter representado os ribatejanos
em três divisões.
Produto da formação do clube, este
médio internacional guineense vivenciou como poucos a ascensão dos alverquenses
na hierarquia do futebol português. Foi pedra fundamental para a promoção à II
Liga em 1995, e para a subida ao primeiro escalão, três anos depois.
Após 39 jogos (30 a titular) e
dois golos na II Divisão B entre 1993 e 1995, competiu em 90 encontros (87 no
onze inicial) e apontou dois golos na II Liga entre 1995 e 1998. Ainda participou
em 14 jogos pelo Alverca
na I Liga antes de se mudar para os espanhóis do Levante em janeiro de 1999.
Atenção que o Juba não morreu
ResponderEliminarthat's true hes still alive and soon will be 46
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