Lista de internacionais angolanos avaliada em 22,15 milhões de euros |
Angola
tem quase 30 milhões de habitantes, mas os principais jogadores da
sua seleção jogam fora do país, nomeadamente nos campeonatos de
Portugal, Bélgica e Turquia. É esse o núcleo duro dos Palancas
Negras, que ocupam o 124.º lugar do ranking FIFA e
participaram no ano passado na Taça
das Nações Africanas (CAN), não tendo passado da fase de
grupos.
Porém, há matéria-prima
de qualidade, como sempre houve. Desde que se tornou independente a
11 de novembro de 1975, Angola
já participou em oito fases finais do CAN e no Campeonato do Mundo
de 2006, o feito máximo futebolístico da nação da costa ocidental
de África. Mantorras, Akwá, Flávio, Gilberto, Love Cabungula,
Yamba Asha, Kali, André Macanga, Mateus, Job, António Neto, Manucho
e Paulão foram alguns dos principais nomes que vestiram (ou ainda
vestem) a camisola da seleção
angolana.
Vale a pena conhecer a
lista dos 10 jogadores internacionais angolanos mais valiosos da
atualidade. No total, estão avaliados em 22,15 milhões de euros.
10. Fredy (650 mil euros)
Fredy |
Fredy nasceu em Luanda a
27 de março de 1990, mas foi viver bastante cedo para Portugal e até
foi internacional jovem pelas seleções portuguesas. Dos sub-16 aos
sub-21, atuou 34 vezes de quinas ao peito, mas desde 2014 que é
internacional angolano,
tal como o primo Rudy.
O extremo, que nos
últimos anos se tem convertido a médio, começou a jogar futebol
nas camadas jovens dos Pescadores da Costa da Caparica, tendo rumado
ao Belenenses
ainda em tenra idade. Ao serviço do clube
do Restelo fez toda a formação e foi lançado no futebol sénior
em abril de 2009, por Jaime Pacheco.
Entretanto esteve
emprestado ao Recreativo Libolo, foi campeão de Angola
em 2012, e voltou a Belém para se sagrar campeão da II liga
portuguesa em 2012-13. Em março de 2014, à beira de completar 24
anos, estreou-se pela seleção
angolana, tendo voltado ao país de origem um ano depois
novamente para representar ao Recreativo Libolo, pelo qual venceu
mais um campeonato e duas Supertaças.
No verão de 2016 rumou
aos holandeses do Excelsior e no seguinte regressou ao Belenenses
para mais um ano com a cruz
de Cristo ao peito. Após um excelente arranque de temporada às
ordens de Silas
em 2018-19, transferiu-se a meio da época para os turcos do
Antalyaspor.
9. Fábio Abreu (700 mil euros)
Fábio Abreu |
Fábio Abreu tem
ascendência angolana,
nasceu em Lisboa a 29 de janeiro de 1993, mas começou a jogar
futebol no coração de Inglaterra,
nas camadas jovens do Bacup Borough e do Mossley. Porém, em 2011-12
reaparece nos juniores do Marítimo e desde então que tem feito
carreira no futebol português.
Depois de ter estado
emprestado ao Ribeira Brava e de ter rodado na equipa B dos
madeirenses, teve poucas oportunidades no plantel principal do clube
dos Barreiros e acabou por transferir-se para o Penafiel no verão de
2017. Após 20 golos em 69 jogos em duas épocas ao serviço dos
durienses na II Liga, deu o salto para o Moreirense, do primeiro
escalão do futebol português, no arranque desta temporada.
Para já, a experiência
no Minho está a correr bem, uma vez que tem sido titular
indiscutível apesar da concorrência de Nenê e David Teixeira, tem
marcado golos e foi chamado pela primeira vez à seleção de Angola,
pela qual soma já quatro jogos e um remate certeiro.
8. Djalma (800 mil euros)
Djalma |
Filho do antigo avançado
internacional angolano
Abel Campos, que passou por Petro de Luanda, Benfica, Estrela
da Amadora, Sp.
Braga e Alverca,
entre outros, Djalma nasceu a 30 de maio de 1987 em Luanda, quando o
pai representava o Petro. Se Abel esteve no primeiro CAN em que
Angola
participou, em 1996, Djalma é um dos oito jogadores angolanos que
marcaram presença em quatro Taças
das Nações Africanas (2010, 2012, 2013 e 2019).
Já depois de o
progenitor ter pendurado as botas, Djalma deu os primeiros toques na
bola com a camisola do Loures, tendo dado o salto para o Alverca
quando subiu a júnior. Dois anos depois, quando ascendeu a sénior,
mudou-se para o Marítimo, estreando-se pela equipa principal em maio
de 2007 após vários meses a ganhar embalagem na equipa B. Na
Madeira escreveu uma história bonita ao longo de cinco temporadas,
disputado 110 jogos, apontado 19 golos e participado nas
qualificações europeias de 2007-08 e 2009-10. Paralelamente,
estreou-se pela seleção
angolana em novembro de 2008.
Seguiu-se uma aventura no
FC Porto, marcada pela conquista do título nacional e da Supertaça
em 2012, ainda que o extremo fosse quase sempre suplente. A falta de
espaço no plantel de Vítor Pereira levou-o a rumar ao futebol
turco, primeiro por empréstimo dos portistas ao Kasimpasa e ao
Konyaspor, depois ao Gençlerbirligi a título definitivo, em
2015-16.
Depois de quatro anos na
Turquia, mudou-se para a vizinha Grécia para ajudar o PAOK a
conquistar duas taças, mas no verão de 2018 regressou para vestir a
camisola do Alanyaspor. É lá que vai evoluindo aos 32 anos, numa
fase da carreira em que é capitão da seleção
angolana, pela qual leva 48 jogos e oito golos.
7. Gelson Dala (1 milhão de euros)
Gelson Dala |
Provavelmente o jogador
angolano
da moda, que ainda era um menino quando começou a marcar golos em
catadupa na equipa principal do 1º de Agosto, aos 17 anos. Depois de
quatro temporadas recheadas de golos ao serviço dos militares e de
quase 20 internacionalizações pela seleção
angolana, transferiu-se para o Sporting em janeiro de 2017
juntamente com o companheiro de equipa Ary Papel.
Nos leões jogou
sobretudo na equipa B, tendo brilhado ao apontar 17 golos em 23
jogos, mas não foi além de dois jogos na equipa principal. Devido à
escassez de oportunidades, foi emprestado durante um ano e meio ao
Rio Ave, clube que lhe permitiu jogar com regularidade na I Liga
portuguesa.
No início desta
temporada foi novamente cedido, desta vez ao Antalyaspor, mas não
se adaptou e por isso deixou o emblema turco neste mercado de
inverno, tendo regressado ao Rio Ave, novamente por empréstimo, aos 23 anos.
Descartada foi a integração no plantel principal do
Sporting, apesar de ter contrato até 2022 e estar blindado com uma
cláusula de rescisão de 60 milhões de euros.
A nível de seleção
nacional soma 27 internacionalizações e 11 golos, estando já entre
os dez melhores marcadores de sempre dos Palancas
Negras.
6. Núrio Fortuna (1,5 milhões de euros)
Núrio Fortuna |
Núrio Fortuna nasceu em
Luanda a 24 de março de 1995, mas emigrou bastante jovem para
Portugal, tendo começado a jogar futebol nas escolinhas do Núcleo
Sintra. Entretanto deu o salto para o Benfica, onde foi companheiro
de Rony Lopes, mas quando subiu a iniciado rumou ao Real
Sport Clube. Entretanto passou pelo Sporting, onde foi colega de
Podence e Gelson
Martins, mas foi no Sp.
Braga que conclui a formação.
A estreia pela equipa
principal dos bracarenses
aconteceu ainda em idade de júnior, pela mão de Jesualdo
Ferreira, em fevereiro de 2004, num ano em que contribuiu
igualmente para a conquista do título nacional de juniores. Porém,
este lateral esquerdo não teve o futuro que se lhe perspetivava na
Pedreira, jogando muito... mas pela equipa B, que o catapultou para a
seleção portuguesa de sub-21 em 2015, ainda que não tivesse
chegado a competir de quinas ao peito.
Em 2016-17 esteve cedido
aos cipriotas do AEL Limassol e desde o verão de 2017 que joga nos
belgas do Charleroi. Após o CAN
2019 estreou-se pela seleção
angolana, pela qual soma quatro internacionalizações.
5. Show (1,5 milhões de euros)
Show |
Manuel Luís da Silva
Cafumana, mais conhecido por Show, tem apenas 20 anos, mas já vai na
quarta temporada no futebol sénior. A estreia foi feita em março de
2017 com a camisola do 1º de Agosto, clube pelo qual conquistou três
campeonatos e uma taça em Angola.
Ainda com 18 anos, o
médio natural de Luanda participou no Torneio de Toulon ao serviço
da seleção sub-20 e estreou-se pela seleção principal, num jogo
com as Maurícias na Taça COSAFA.
No último verão, depois
de três épocas bem-sucedidas no 1º de Agosto e de ter marcado
presença no CAN
2019, transferiu-se para os franceses do Lille, que imediatamente
o emprestaram ao Belenenses
SAD, onde rapidamente ganhou o seu espaço e se tornou titular
indiscutível.
4. Bruno Gaspar (1,5 milhões de euros)
Bruno Gaspar |
Filho de pai angolano
natural do Huambo, Bruno Gaspar nasceu na cidade portuguesa de Évora,
de onde a mãe também é natural. Foi no Canaviais, nos arredores da
cidade, que se iniciou no futebol, e de lá saltou diretamente para o
Benfica aos 12 anos.
A ligação às águias
durou mais de uma década, ainda que na última época, em 2014-15,
tenha estado emprestado ao Vitória
de Guimarães, clube pelo qual acabou depois por assinar em
definitivo. Depois de três boas temporadas na cidade-berço rumou
aos italianos da Fiorentina.
A aventura em Florença
não lhe correu propriamente bem e durou apenas um ano, tendo voltado
a Portugal a título definitivo pela porta do Sporting em junho de
2018, numa fase em que Bruno
de Carvalho estava à beira de ser destituído. Em Alvalade
ganhou uma Taça
da Liga e uma Taça
de Portugal na época de estreia, mas foi quase sempre segunda
opção, tendo sido emprestado no último verão aos gregos do
Olympiacos,
clube pelo qual tem jogado pouco, numa fase em que tem 26 anos.
Depois de 14
internacionalização pelas seleções jovens portuguesas, decidiu no
ano passado representar Angola,
tendo participado no CAN
2019.
3. Bastos (4 milhões de euros)
Bastos |
Nascido em Luanda a 27 de
março de 1991, Bastos começou a jogar futebol a nível profissional
no Petro de Luanda, clube pelo qual venceu duas Taças e uma
Supertaça de Angola.
As boas exibições no emblema da capital levaram-no ao CAN 2013 e
uma transferência para os russos do Rostov.
Na Rússia estabeleceu-se
como titular indiscutível e venceu uma taça logo na época de
estreia, em 2013-14. As boas campanhas não passaram despercebidas
aos italianos da Lazio, que o contrataram no verão de 2016 por cinco
milhões de euros. Em Roma não tem sido um titular indiscutível,
mas não há treinador que abdique de o ter no plantel.
Em 2019 ajudou a formação
laziale a conquistar a Taça de Itália, atuando de início na
vitória sobre a Atalanta na final (2-0), e um mês depois esteve
Taça
das Nações Africanas ao serviço dos Palancas
Negras, pelos quais soma já meia centena de
internacionalizações e dois golos.
2. Wilson Eduardo (5 milhões de euros)
Wilson Eduardo |
Filho de angolanos,
Wilson Eduardo nasceu a 8 de julho de 1990 no norte de Portugal, mais
precisamente em Pedras Rubras, no concelho da Maia. Os primeiros
toques na bola foram dados no Grupo Desportivo de Vilar, de Vila do
Conde, antes de ter dado o salto para o FC Porto.
Depois de quatro anos de
dragão ao peito, mudou-se em idade de iniciado para o Sporting, onde
foi cinco vezes campeão nacional nas camadas jovens: uma em
iniciados, duas em juvenis e duas em juniores. Mais difícil foi
afirmar-se na equipa principal. Quando ainda era júnior chegou a ser
convocado para por Paulo Bento para um jogo da Taça
da Liga, em janeiro de 2009, diante do Rio Ave, mas a estreia só
aconteceu quatro anos e meio depois, já após ter estado emprestado
a Real
SC, Portimonense, Beira-Mar, Olhanense e Académica.
Em 2013-14 integrou
finalmente a equipa principal, às ordens de Leonardo Jardim, mas foi
perdendo espaço e na época seguinte voltou a ser emprestado, desta
feita aos croatas do Dínamo Zagreb e aos holandeses do ADO Den Haag.
Não voltou à casa mãe e desde 2015-16 que é jogador do Sp.
Braga, clube que o tem feito feliz: já são quase 150 jogos e 50
golos.
Depois de 61
internacionalizações pelas seleções jovens portuguesas decidiu
representar Angola
em finais de 2018, tendo marcado o golo que apurou os Palancas
Negras para o CAN
2019. Entretanto participou na Taça
das Nações Africanas e contabiliza já seis jogos e dois golos
pela seleção
angolana.
1. Clinton Mata (5,5 milhões de euros)
Clinton Mata |
Filho de pai angolano
e mãe congolesa, Clinton Mata nasceu a 7 de novembro de 1992 em
Verviers, na Bélgica, e é nesse país que tem feito carreira.
Passou pela formação de Battice, Entente Rechaintoise, Etoile
Elsautoise, Visé e Eupen, tendo feito a estreia no futebol
profissional ao serviço deste último clube, na II liga belga.
No verão de 2014
transferiu-se para o Charleroi e jogou pela primeira vez no patamar
maior do futebol belga. Foi nessa altura que este lateral direito se
estreou pela seleção
angolana, em jogos de qualificação para o CAN 2015. O
selecionador belga na altura, Roberto Martínez, teceu-lhe elogios,
mas o jogador frisou que não estava arrependido por ter optado pelos
Palancas
Negras.
Depois de três grandes
temporadas no Charleroi, foi emprestado ao Genk em 2017-18 e rumou a
título definitivo ao Club Brugge na época seguinte, um passo que
lhe permitiu disputar a Liga dos Campeões. Atualmente é titular
indiscutível no Brugge, mas não joga pela seleção
angolana desde junho de 2016, quando somou a 8.ª
internacionalização, embora tivesse sido pré-convocado para o CAN
2019.
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