Os jogos entre Alemanha e
Argentina são autênticos clássicos do futebol de seleções. Ambas
defrontaram-se por sete vezes em mundiais, um recorde a par do
Brasil-Suécia, três das quais em finais, o que também é recorde.
Lembro-me vagamente de um jogo entre ambas as seleções na Taça das
Confederações 2005, mas o primeiro de que tenho realmente memória
remonta aos quartos de final do Mundial 2006.
No Estádio Olímpico de
Berlim, os germânicos orientados por Jurgen Klinsmann procuravam dar
sequência a uma campanha até então 100 por cento vitoriosa nesse
torneio, após triunfos sobre Costa Rica (4-2), Polónia (1-0) e
Equador (3-0) na fase de grupos e sobre a Suécia (2-0) nos oitavos
de final. A Argentina vinha de uma campanha também bem-sucedida mas
um pouco mais modesta, com vitórias sobre Costa Rica (2-1) e Sérvia
e Montenegro (6-0) a abrir, um empate com a Holanda (0-0) no jogo que
definiu o primeiro classificado do grupo e um triunfo arrancado a
ferros sobre o México (2-1) nos oitavos.
A seleção das pampas,
comandada por José Pekerman e com o então
médio portista Lucho González em campo e Lionel
Messi no banco durante todo o encontro, até foi a primeira a
marcar, com o baixinho Roberto Ayala (1,77 m) a saltar mais alto do
que os poderosos alemães para cabecear para o fundo das redes na
resposta a um canto apontado por Juan Román Riquelme aos 48 minutos.
A cerca de dez minutos do
fim, porém, o inevitável Miroslav Klose cabeceou para o empate, na
sequência de um cruzamento de Michael Ballack desviado à entrada da
área pela cabeça de Tim Borowski.
Entretanto o jogo seguiu
para o prolongamento e depois para o empate por grandes penalidades.
Lembro-me perfeitamente de Oliver Kahn estar alguns minutos à
conversa com Jens Lehmann antes dos penáltis, aconselhando-o numa
altura em que se falava muito da rivalidade e do relacionamento frio
entre os dois. “Um suplente não deveria ser titular da seleção”,
atirou Kahn antes do Mundial, sem pejo em referir-se à relação
extraconjugal do guarda-redes do Arsenal: “Não tenho uma namorada
de 24 anos, levo uma vida diferente.”
Certo é que os conselhos
de Kahn se revelaram preciosos para Lehmann, que defendeu os penáltis
de Ayala e Cambiasso e ajudou a Alemanha a passar às meias-finais.
“Drama, êxtase e emoção fervilhante fizeram parte de uma tarde
memorável”, recordou
a FIFA no seu site oficial. “Foi um final dramático para um
jogo que demorou um pouco para cumprir as expetativas, com duas
equipas a falhar na reprodução do futebol ofensivo dos quatro jogos
anteriores”, pode
ler-se no portal da BBC.
Curiosamente, as duas
seleções defrontaram-se nos dois Campeonatos do Mundo que se
seguiram. Em 2010 a Alemanha goleou por 4-0 nos quartos de final, em
2014 os germânicos venceram por 1-0 após prolongamento no jogo de
atribuição do troféu.
E para o caro leitor, qual é o primeiro jogo entre Alemanha e Argentina de que tem memória? E quais foram as melhores e mais marcantes jogos de sempre entre as duas seleções?
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