Ananko e Rui Jorge em disputa de bola no jogo de Moscovo |
A minha primeira memória
de um jogo entre o Spartak Moscovo e equipas portuguesas remonta ao
ano de 2000 e o clube russa não poderia ter deixado melhor
impressão. Integrado
no mesmo grupo da Liga dos Campeões do que o Sporting, venceu no
Luzhniki e em Alvalade, carimbando o passaporte para a segunda fase
de grupos, tal como o Real Madrid, que terminou na liderança – os
leões ficaram em último lugar, atrás do Bayer Leverkusen.
Na altura, o Spartak
dominava o futebol russo. Entre 1992 e 2001, nas primeiras dez
edições do campeonato após dissolução da União Soviética, foi
campeão em nove – a exceção foi em 1995, quando o surpreendente
Spartak Vladikavkaz conquistou o título. Apesar do êxito recente do
Zenit
e do CSKA,
na Rússia o recordista de títulos continua a ser o Spartak (11).
Relativamente ao primeiro
jogo de que tenho memória, teve lugar no Estádio Luzhniki, em
Moscovo, a 27 de setembro de 2000. O Sporting até começou bem, com
Sá Pinto a aproveitar uma fífia do guarda-redes Aleksandr Filimonov
para dar vantagem aos leões, aos 24 minutos.
O pior – na perspetiva
portuguesa – veio depois. Já nesta altura era comum equipas do
leste europeu com vários jogadores brasileiros no ataque. Quem não
se lembra de Vágner Love e Daniel Carvalho no CSKA
ou das autênticas colónias que o Shakhtar Donetsk tem tido, por
exemplo? O Spartak tinha Róbson, que teve uma fugaz passagem pela
União de Leiria em 1997, e Marcão, sendo que este último só
entrou no decorrer da primeira parte.
O primeiro restabeleceu a
igualdade à beira do intervalo (44'), o segundo bisou no decorrer do
segundo tempo (68' e 82'). “Samba em noite de gelo”, título o
jornal O Jogo no dia seguinte. “A noite começou fria,
chegou a aquecer, mas no fim... foi um gelo completo. Em Moscovo o
Sporting poderá ter hipotecado quase sem remissão as suas chances
de passar à segunda fase da Liga
dos Campeões. O jogo foi bom, o espetáculo interessante, houve
emoção, golos, oportunidades junto de ambas as balizas, mas estamos
seguros de que os leões trocariam tudo isto por uma vitória que
lhes garantisse inverter um rumo que agora parece traçado a risco
duro”, podia ler-se no primeiro parágrafo da crónica.
Esse resultado deixou o
Sporting em maus lençóis na prova, depois de ter empatado
em casa com o Real Madrid (2-2) e de ter perdido em Leverkusen
(2-3), mas o pior estava reservado para Alvalade, onde os russos
atropelaram os verde e brancos com um implacável 0-3. Depois de ter
cruzado para o autogolo de Dimas (16') no primeiro tempo, Igor Titov
bisou na segunda parte (52' e 68'), carimbando o apuramento para a
segunda fase de grupos e ditando a eliminação da equipa de Augusto
Inácio.
Seis anos depois, os dois
clubes voltaram a medir forças na Champions. No Luzhniki houve
empate a um golo, com Boyarintsev a marcar para os russos (5') e Nani
para os verde e brancos (59').
Em Alvalade, mais uma
noite de má memória para o Sporting, derrotado por 1-3.
Pavlyuchenko (7'), Kalynychenko (16') e Boyarintsev (89') marcaram
para os russos, Carlos Bueno para os leões (31').
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