Sadino Meyong acompanhado de perto pelo minhoto Jorge Duarte |
Vitória
de Setúbal e Moreirense já se tinham defrontado por três vezes
na I Liga desde que acompanho futebol, mas o primeiro duelo entre
ambas as equipas de que tenho memória remonta a 19 de fevereiro de
2005, na 22.ª jornada do campeonato. E lembro-me particularmente
deste jogo porque o assisti ao vivo no Bonfim,
numa tarde agradável de inverno.
Os sadinos,
recém-promovidos nessa época, vinham a fazer um belíssimo
campeonato, sobretudo sob a orientação de José
Couceiro durante a primeira volta. Até chegaram a andar na
liderança do campeonato, com uma equipa cujo núcleo duro era
composto por muita prata da casa, como Marco Tábuas, Nandinho, Bruno
Ribeiro, Sandro e Hélio,
e vários jogadores estrangeiros há algum tempo no clube, como Hugo
Alcântara, Jorginho e Meyong.
Porém, nesta altura já vinha a iniciar uma fase de descompressão
na prova.
E eu, um jovem
pré-adolescente apaixonado por futebol e residente no Barreiro,
nunca consegui ficar indiferente ao facto de haver no distrito um
clube tão grande, com uma história tão rica e a jogar num nível
tão elevado como o Vitória.
Era frequente chatear o meu pai para irmos a Setúbal vermos um jogo
melhorzinho do que aqueles que estávamos habituados a assistir no
Estádio Alfredo da Silva ou no D. Manuel de Mello, mas ele fazia
sempre questão de frisar os custos e de dizer que o momento indicado
seria às 15.00 ou às 16.00 num dia de fim de semana,
preferencialmente ao sábado e frente a uma equipa que não criasse
muita confusão.
O momento ideal surgiu
então nessa tarde de fevereiro. Já não me lembro se fomos de carro
ou de comboio, creio que se optou pela primeira opção, mas
recordo-me perfeitamente de termos comentado a baixa estatura do
guardião sadino Marco Tábuas (1,78 m) e do homólogo minhoto João
Ricardo (1,81 m). Curiosamente, só o segundo foi titular, porque
José Rachão deu a titularidade à jovem promessa Paulo Ribeiro,
presença habitual nas seleções jovens.
Quanto ao jogo em si,
teve um começo bastante promissor. Aos 21 minutos, os setubalenses
já venciam por 2-1, com Jorginho a inaugurar o marcador com um
remate que surpreender tudo e todos (7'), Orlando a empatar
entretanto na sequência de um canto (16') e Bruno Moraes a devolver
a vantagem aos homens da casa na resposta a um cruzamento de Jorginho
(21').
Os 70 minutos que se
seguiram, porém, desiludiram. Nesse período, apenas se assistiu a
um golo, e para o aflito Moreirense, que mesmo assim não evitou a
queda para a zona de despromoção nessa jornada, por troca com o
Estoril, que tinha vencido em casa o Penafiel. Foi da autoria de
Sérgio Lomba, e mais uma vez na sequência de um lance de bola
parada, que os minhotos então orientados por Vítor Oliveira
chegaram à igualdade, aos 55 minutos.
“Quando as pilhas
acabam cedo...”, foi o título escolhido para a crónica do jornal
O Jogo. “Se os jogos tivessem apenas 45 minutos, diríamos
que o Vitória
de Setúbal seria um justo vencedor. Só que na etapa
complementar o verbo arriscar não fez parte do vocabulário dos
treinadores. E assim se construiu mais um empate - o terceiro na era
Rachão - com sabor a... triunfo”, podia ler-se na entrada do
texto.
O conformismo pelo empate
e a fase de descompressão em que o Vitória
já se encontrava no campeonato refletiram-se no discurso pós-jogo
do treinador José Rachão, que tinha somado o terceiro empate em
outros tantos jogos à frente dos sadinos. “É verdade que ainda
não ganhei, mas também ainda não perdi. Neste campeonato temos de
jogar com muita inteligência. Isto não quer dizer que não sejamos
ambiciosos”, frisou.
o que eu andei a fazer para nao saber tanto de desporto so jornais .....
ResponderEliminare cromos e almanaques !!!! tenho memeorias de futebois a começar em 2004 tudo o que eu tenho e registos .
nao sabia disto mais um excelente artigo meu caro .