quinta-feira, 22 de agosto de 2019

A minha primeira memória de… um jogo entre Vitória FC e Moreirense

Sadino Meyong acompanhado de perto pelo minhoto Jorge Duarte
Vitória de Setúbal e Moreirense já se tinham defrontado por três vezes na I Liga desde que acompanho futebol, mas o primeiro duelo entre ambas as equipas de que tenho memória remonta a 19 de fevereiro de 2005, na 22.ª jornada do campeonato. E lembro-me particularmente deste jogo porque o assisti ao vivo no Bonfim, numa tarde agradável de inverno.


Os sadinos, recém-promovidos nessa época, vinham a fazer um belíssimo campeonato, sobretudo sob a orientação de José Couceiro durante a primeira volta. Até chegaram a andar na liderança do campeonato, com uma equipa cujo núcleo duro era composto por muita prata da casa, como Marco Tábuas, Nandinho, Bruno Ribeiro, Sandro e Hélio, e vários jogadores estrangeiros há algum tempo no clube, como Hugo Alcântara, Jorginho e Meyong. Porém, nesta altura já vinha a iniciar uma fase de descompressão na prova.

E eu, um jovem pré-adolescente apaixonado por futebol e residente no Barreiro, nunca consegui ficar indiferente ao facto de haver no distrito um clube tão grande, com uma história tão rica e a jogar num nível tão elevado como o Vitória. Era frequente chatear o meu pai para irmos a Setúbal vermos um jogo melhorzinho do que aqueles que estávamos habituados a assistir no Estádio Alfredo da Silva ou no D. Manuel de Mello, mas ele fazia sempre questão de frisar os custos e de dizer que o momento indicado seria às 15.00 ou às 16.00 num dia de fim de semana, preferencialmente ao sábado e frente a uma equipa que não criasse muita confusão.


O momento ideal surgiu então nessa tarde de fevereiro. Já não me lembro se fomos de carro ou de comboio, creio que se optou pela primeira opção, mas recordo-me perfeitamente de termos comentado a baixa estatura do guardião sadino Marco Tábuas (1,78 m) e do homólogo minhoto João Ricardo (1,81 m). Curiosamente, só o segundo foi titular, porque José Rachão deu a titularidade à jovem promessa Paulo Ribeiro, presença habitual nas seleções jovens.

Quanto ao jogo em si, teve um começo bastante promissor. Aos 21 minutos, os setubalenses já venciam por 2-1, com Jorginho a inaugurar o marcador com um remate que surpreender tudo e todos (7'), Orlando a empatar entretanto na sequência de um canto (16') e Bruno Moraes a devolver a vantagem aos homens da casa na resposta a um cruzamento de Jorginho (21').


Os 70 minutos que se seguiram, porém, desiludiram. Nesse período, apenas se assistiu a um golo, e para o aflito Moreirense, que mesmo assim não evitou a queda para a zona de despromoção nessa jornada, por troca com o Estoril, que tinha vencido em casa o Penafiel. Foi da autoria de Sérgio Lomba, e mais uma vez na sequência de um lance de bola parada, que os minhotos então orientados por Vítor Oliveira chegaram à igualdade, aos 55 minutos.


“Quando as pilhas acabam cedo...”, foi o título escolhido para a crónica do jornal O Jogo. “Se os jogos tivessem apenas 45 minutos, diríamos que o Vitória de Setúbal seria um justo vencedor. Só que na etapa complementar o verbo arriscar não fez parte do vocabulário dos treinadores. E assim se construiu mais um empate - o terceiro na era Rachão - com sabor a... triunfo”, podia ler-se na entrada do texto.

O conformismo pelo empate e a fase de descompressão em que o Vitória já se encontrava no campeonato refletiram-se no discurso pós-jogo do treinador José Rachão, que tinha somado o terceiro empate em outros tantos jogos à frente dos sadinos. “É verdade que ainda não ganhei, mas também ainda não perdi. Neste campeonato temos de jogar com muita inteligência. Isto não quer dizer que não sejamos ambiciosos”, frisou.



























1 comentário:

  1. o que eu andei a fazer para nao saber tanto de desporto so jornais .....
    e cromos e almanaques !!!! tenho memeorias de futebois a começar em 2004 tudo o que eu tenho e registos .
    nao sabia disto mais um excelente artigo meu caro .

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