quarta-feira, 21 de agosto de 2019

A minha primeira memória de... um jogo entre Spartak e equipas lusas

Ananko e Rui Jorge em disputa de bola no jogo de Moscovo
A minha primeira memória de um jogo entre o Spartak Moscovo e equipas portuguesas remonta ao ano de 2000 e o clube russa não poderia ter deixado melhor impressão. Integrado no mesmo grupo da Liga dos Campeões do que o Sporting, venceu no Luzhniki e em Alvalade, carimbando o passaporte para a segunda fase de grupos, tal como o Real Madrid, que terminou na liderança – os leões ficaram em último lugar, atrás do Bayer Leverkusen.


Na altura, o Spartak dominava o futebol russo. Entre 1992 e 2001, nas primeiras dez edições do campeonato após dissolução da União Soviética, foi campeão em nove – a exceção foi em 1995, quando o surpreendente Spartak Vladikavkaz conquistou o título. Apesar do êxito recente do Zenit e do CSKA, na Rússia o recordista de títulos continua a ser o Spartak (11).

Relativamente ao primeiro jogo de que tenho memória, teve lugar no Estádio Luzhniki, em Moscovo, a 27 de setembro de 2000. O Sporting até começou bem, com Sá Pinto a aproveitar uma fífia do guarda-redes Aleksandr Filimonov para dar vantagem aos leões, aos 24 minutos.


O pior – na perspetiva portuguesa – veio depois. Já nesta altura era comum equipas do leste europeu com vários jogadores brasileiros no ataque. Quem não se lembra de Vágner Love e Daniel Carvalho no CSKA ou das autênticas colónias que o Shakhtar Donetsk tem tido, por exemplo? O Spartak tinha Róbson, que teve uma fugaz passagem pela União de Leiria em 1997, e Marcão, sendo que este último só entrou no decorrer da primeira parte.

O primeiro restabeleceu a igualdade à beira do intervalo (44'), o segundo bisou no decorrer do segundo tempo (68' e 82'). “Samba em noite de gelo”, título o jornal O Jogo no dia seguinte. “A noite começou fria, chegou a aquecer, mas no fim... foi um gelo completo. Em Moscovo o Sporting poderá ter hipotecado quase sem remissão as suas chances de passar à segunda fase da Liga dos Campeões. O jogo foi bom, o espetáculo interessante, houve emoção, golos, oportunidades junto de ambas as balizas, mas estamos seguros de que os leões trocariam tudo isto por uma vitória que lhes garantisse inverter um rumo que agora parece traçado a risco duro”, podia ler-se no primeiro parágrafo da crónica.


Esse resultado deixou o Sporting em maus lençóis na prova, depois de ter empatado em casa com o Real Madrid (2-2) e de ter perdido em Leverkusen (2-3), mas o pior estava reservado para Alvalade, onde os russos atropelaram os verde e brancos com um implacável 0-3. Depois de ter cruzado para o autogolo de Dimas (16') no primeiro tempo, Igor Titov bisou na segunda parte (52' e 68'), carimbando o apuramento para a segunda fase de grupos e ditando a eliminação da equipa de Augusto Inácio.


Seis anos depois, os dois clubes voltaram a medir forças na Champions. No Luzhniki houve empate a um golo, com Boyarintsev a marcar para os russos (5') e Nani para os verde e brancos (59').


Em Alvalade, mais uma noite de má memória para o Sporting, derrotado por 1-3. Pavlyuchenko (7'), Kalynychenko (16') e Boyarintsev (89') marcaram para os russos, Carlos Bueno para os leões (31').















E para o caro leitor, qual é o primeiro jogo entre o Spartak Moscovo e equipas portuguesas de que tem memória? E quais foram as melhores e mais marcantes jogos de sempre entre equipas russas e portuguesas?

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