Não
foram nada fáceis os três anos que Renato Sanches viveu enquanto jogador do
Bayern Munique. Desde que saiu do Benfica, o médio
internacional português somou apenas 2670 minutos, o que equivale a cerca
de 30 jogos completos, ou seja, uma média de 10 por temporada. Pouco,
demasiado pouco para quem acabou de comemorar o 22.º aniversário.
Esperava-se mais. Dele e do
emblema bávaro, que costuma ser cirúrgico no mercado de transferências, mas que
desembolsou 35 milhões de euros num jovem
médio pelo
que viu nele ao serviço do Benfica durante cerca de meio ano.
A concorrência sempre foi pesada.
Renato
competiu internamente com nomes como Xabi
Alonso, Thiago Alcântara, Arturo Vidal, Javi Martínez, Corentin Tolisso,
Sebastian Rudy e Leon Goretzka. A primeira época do centrocampista
luso, já se esperava, seria em grande parte passada no banco de suplentes.
Na segunda temporada o empréstimo
era inevitável e foi o que acabou por se verificar, mas nuns
moldes que em nada combinam no rigor, calculismo e precisão a que associamos o modus operandi alemão. Primeiro,
porque Renato
ainda foi utilizado 36 minutos pelo Bayern na Supertaça da Alemanha, o que
desde logo lhe limitou o que restava de 2017-18: ficou a poder jogar apenas por
mais um clube. Depois, pela escolha do emblema escolhido, o Swansea, que
proporcionou um contexto radicalmente diferente ao de Munique no que concerne a
aspetos desportivos, estilísticos e culturais. Não correu bem a experiência no
País de Gales, nem quando teve Carlos Carvalhal como treinador… e Bruno Lage
como adjunto.
Embora não tenha chegado a somar
900 minutos pelos galeses, Niko Kovac quis mantê-lo no plantel dos bávaros em
2018-19, mesmo contra a vontade do jogador, que queria voltar a ser feliz, o
que necessariamente teria de acontecer noutras paragens. O croata prometia
apostar nele, mas não lhe chegou a dar 800 minutos de utilização nem o libertou
para um empréstimo em janeiro.
Três anos após chegar à Alemanha,
e depois de ter manifestado muito a vontade de sair, bateu-lhe à porta o Lille,
um dos principais clubes de França, que vai participar na Liga dos Campeões
após se ter sagrado vice-campeão na época passada, gosta de apostar em jovens
jogadores e que tem nas suas fileiras os portugueses José Fonte, Tiago Djaló e
Xeka, além dos brasileiros Léo Jardim, Thiago Maia e Luiz Araújo e do
moçambicano Reinildo. Assinou até junho de 2023, tendo custado cerca de 20
milhões de euros.
Em tese, um contexto bastante
adequado para Renato
Sanches voltar a ser o
miúdo das tranças que brilhou no Estádio da Luz e encantou a Europa. O contexto
que lhe poderá permitir voltar a sorrir e mostrar a sua agressividade na
disputa das bolas divididas, a velocidade de reação, a capacidade para correr quilómetros
e quilómetros durante os 90 minutos, cavalgar pelo meio-campo ofensivo, fazer
assistências e encher o pé para marcar golos.
Sem comentários:
Enviar um comentário