terça-feira, 27 de agosto de 2019

Renato Sanches em Lille à procura do brilho que mostrou na Luz

Renato Sanches assinou pelo Lille para as próximas quatro épocas
Não foram nada fáceis os três anos que Renato Sanches viveu enquanto jogador do Bayern Munique. Desde que saiu do Benfica, o médio internacional português somou apenas 2670 minutos, o que equivale a cerca de 30 jogos completos, ou seja, uma média de 10 por temporada. Pouco, demasiado pouco para quem acabou de comemorar o 22.º aniversário.


Esperava-se mais. Dele e do emblema bávaro, que costuma ser cirúrgico no mercado de transferências, mas que desembolsou 35 milhões de euros num jovem médio pelo que viu nele ao serviço do Benfica durante cerca de meio ano.

A concorrência sempre foi pesada. Renato competiu internamente com nomes como Xabi Alonso, Thiago Alcântara, Arturo Vidal, Javi Martínez, Corentin Tolisso, Sebastian Rudy e Leon Goretzka. A primeira época do centrocampista luso, já se esperava, seria em grande parte passada no banco de suplentes.

Na segunda temporada o empréstimo era inevitável e foi o que acabou por se verificar, mas nuns moldes que em nada combinam no rigor, calculismo e precisão a que associamos o modus operandi alemão. Primeiro, porque Renato ainda foi utilizado 36 minutos pelo Bayern na Supertaça da Alemanha, o que desde logo lhe limitou o que restava de 2017-18: ficou a poder jogar apenas por mais um clube. Depois, pela escolha do emblema escolhido, o Swansea, que proporcionou um contexto radicalmente diferente ao de Munique no que concerne a aspetos desportivos, estilísticos e culturais. Não correu bem a experiência no País de Gales, nem quando teve Carlos Carvalhal como treinador… e Bruno Lage como adjunto.

Embora não tenha chegado a somar 900 minutos pelos galeses, Niko Kovac quis mantê-lo no plantel dos bávaros em 2018-19, mesmo contra a vontade do jogador, que queria voltar a ser feliz, o que necessariamente teria de acontecer noutras paragens. O croata prometia apostar nele, mas não lhe chegou a dar 800 minutos de utilização nem o libertou para um empréstimo em janeiro.

Três anos após chegar à Alemanha, e depois de ter manifestado muito a vontade de sair, bateu-lhe à porta o Lille, um dos principais clubes de França, que vai participar na Liga dos Campeões após se ter sagrado vice-campeão na época passada, gosta de apostar em jovens jogadores e que tem nas suas fileiras os portugueses José Fonte, Tiago Djaló e Xeka, além dos brasileiros Léo Jardim, Thiago Maia e Luiz Araújo e do moçambicano Reinildo. Assinou até junho de 2023, tendo custado cerca de 20 milhões de euros.


Em tese, um contexto bastante adequado para Renato Sanches voltar a ser o miúdo das tranças que brilhou no Estádio da Luz e encantou a Europa. O contexto que lhe poderá permitir voltar a sorrir e mostrar a sua agressividade na disputa das bolas divididas, a velocidade de reação, a capacidade para correr quilómetros e quilómetros durante os 90 minutos, cavalgar pelo meio-campo ofensivo, fazer assistências e encher o pé para marcar golos.









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