A minha primeira memória
de um jogo entre o Sporting e Nacional remontam a uma época em que
os madeirenses não estavam na I Liga, 2000/01. Na verdade, foi
devido a este duelo, a contar para os oitavos de final da Taça de Portugal, que ouvi pela primeira vez falar no emblema alvinegro, que
na altura era 3.º classificado na II Liga. Por coincidência, os
leões ocupavam a mesma posição no primeiro escalão.
Por tratar-se de uma
eliminatória teoricamente tão desigual e com o sorteio a ditar
Alvalade como palco, esperava-se que os verde e brancos passeassem
rumo aos quartos de final. Mas não foi nada disso que aconteceu na
noite de 16 de janeiro de 2001. Lembro-me bem de ter assistido aos
dois jogos através da transmissão televisiva, salvo erro ambas a
cargo da SIC.
Os insulares, então
orientados por José
Peseiro, deram água pela barba ao Sporting e atiraram a decisão
para a Choupana. Na altura, recorde-se, havia um jogo de desempate em
caso de igualdade no final do prolongamento do encontro original.
Tudo até parecia
encaminhar-se para os comandados por Fernando Mendes quando Acosta
inaugurou o marcador aos 25 minutos, mas o nacionalista Fabrício
havia de bisar (37' e 61') e virar o resultado. Pedro Barbosa, que
tinha feito a assistência para o 1-0 após bom lance individual,
voltou a estar em grande estilo ao criar e apontou o 2-2 (77'). Em
cima dos 90', Mbo Mpenza parecia ter decidido a partida quando
devolveu a vantagem à turma de Alvalade, mas ainda houve tempo para
Serginho bater Nélson de grande penalidade (90').
“O Sporting vai
discutir na Madeira a passagem aos quartos-de-final da Taça de Portugal, depois de ter empatado na noite de terça-feira (3-3) com o
Nacional, equipa que se encontra em posição de ascensão à I Liga.
Antes de mais, convém sublinhar que os leões tiveram, antes do
prolongamento, e durante este período, oportunidades claras de golo,
em número suficiente para chegar a uma goleada, mas por mérito de
Nuno Carrapato (o guarda-redes) e demérito de Acosta (por quatro
ocasiões), o resultado acabou num 3-3 que revela, em boa medida, o
jogo incrível que Alvalade viveu”, resumiu o Record.
Na Madeira, a 7 de
fevereiro, o Sporting já comandado por Manuel Fernandes mostrou ter a lição bem estudada e não
embalou no espírito da Taça. Já depois do presidente do Nacional,
Rui Alves e do médio nacionalista Luís Loureiro – sim, ele mesmo
que se tornou internacional português e que viria a representar o
Sporting – terem sido expulsos, Pedro Barbosa deu vantagem aos
leões aos 32 minutos, através de um remate cruzado. Aos 79',
Rodrigo Fabri sentenciou a eliminatória com um remate à meia volta,
a passe de Rui Jorge.
"O Nacional da Madeira só se deu por vencido quando o Sporting marcou o segundo
golo, mas o destino do jogo de quarta-feira ficou traçado logo
depois da meia hora, quando, num curtíssimo espaço de tempo –
dois minutinhos apenas –, a equipa de José
Peseiro ficou reduzida a dez unidades e, praticamente na
resposta, os leões abriram o ativo. Um golpe muito duro nas
pretensões dos nacionalistas, que em Alvalade tinham brilhado e
marcado três golos, obrigando, na circunstância, a este jogo de
desempate", sintetizou o Record.
Curiosamente, assisti ao
vivo o primeiro jogo de que me recordo entre ambos os clubes na I Liga, a 22 de dezembro de 2002. Lembro-me de ter sido uma espécie de
prenda de Natal antecipada e de eu e o meu pai termos levado para o
antigo Estádio José Alvalade um tupperware com bife de atum
lá dentro. Bons velhos tempos esses, em que se podia fazê-lo. José
Peseiro continuava no Nacional, Laszlo Bölöni era o timoneiro
do Sporting, que venceu por 2-0, com dois golos de João Pinto, ambos
após cruzamentos de Ricardo
Quaresma. Foi também a primeira vez que vi ao vivo e a cores um
menino chamado... Cristiano
Ronaldo, então com 17 anos. Um jogo especial também para ele,
que defrontou um clube por onde passou nos escalões de formação,
embora só tenha entrado em campo a um quarto de hora do fim.
Sem comentários:
Enviar um comentário