Juan Cazares é daqueles jogadores
que foge a estereótipos. Embora jogue na posição a que os brasileiros chamam de
meia central e os portugueses de
médio ofensivo ou n.º 10, não é propriamente um organizador ou um distribuidor
de jogo. É repentista e aparece perto da área contrária para rematar, mas não é
segundo avançado, e transporta bem a bola de trás para frente, mas também não é
n.º 8 (ou segundo volante).
O internacional equatoriano é,
pois, uma espécie de futebolista híbrido, que acumula valências que temos
tendência a associar a várias posições, mas que não é fácil encaixar em apenas
numa definição. O treinador do Atlético Mineiro, Levir Culpi, parece ser da
mesma opinião, uma vez que já o tem colocado como falso ponta de lança ou no
lado esquerdo do ataque no decorrer de algumas partidas da Libertadores
neste início de temporada no Brasil.
Dinâmico, rotativo e com relativo
baixo centro de gravidade (1,71 m), tanto recua até junto dos volantes para procurar a bola como espera
por ela na zona central do espaço entre as linhas defensivas do adversário ou
se encosta ao flanco esquerdo, de onde também gosta de partir com a bola dominada,
conduzindo-a como tão bem faz. Seja onde for, sabe dar a resposta adequada em
cada contexto: pode transportar, combinar com um companheiro, queimar linhas
através de um drible mais curto ou de uma mudança de velocidade ou até rematar
à baliza. Basicamente, aparece um pouco por todo o lado no meio-campo ofensivo
e patenteia grande variedade de recursos técnicos.
Por falar em recursos técnicos, é
igualmente um exímio executante de bolas paradas, seja a cruzar ou a rematar. É
quase sempre ele quem avança para a cobrança de cantos e livres no Atlético
Mineiro, o clube que representa desde 2016 e pelo qual soma já mais de 160 jogos.
Tem cara de menino, mas contabiliza
26 anos de idade e duas presenças em Copas América no currículo. Começou no Independiente
del Valle, passou pelos argentinos do River Plate e do Banfield, com um
regresso pelo meio ao Equador para representar o Barcelona de Guaiaquil, antes
de aterrar em Belo Horizonte.
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