Pelé assinou por cinco temporadas pelo Mónaco |
À frente da defesa, integrado num
duplo pivot geralmente formado com
Tarantini, era o internacional guineense que tinha como missão baixar entre os
centrais para iniciar a construção dos ataques, funcionando como um organizador
de jogo a partir de zonas recuadas.
A partir do momento em que a bola
lhe chegava aos pés, começava a mostrar as qualidades pelas quais o Mónaco
despendeu 10 milhões de euros pelo seu passe, depois de se ter falado de possíveis
transferências para Sp. Braga, Benfica ou Wolverhampton – curiosamente, todos clubes
do círculo Jorge Mendes.
Dotado de visão de jogo
periférica e de um porte físico bastante razoável (1,82 m), exibiu capacidade
para sair a jogar e decidir bem mesmo em zonas e momentos de forte pressão dos
adversários e, sobretudo, precisão de passe a curta, média e longa distância.
Essa qualidade de passe dava ao Rio Ave a possibilidade de queimar linhas,
virar rapidamente o centro do jogo ou explorar o espaço nas costas da defesa
contrária – Guedes brilhou nesse aspeto -, assim como de reter a posse de bola
e gerir o ritmo do encontro conforme a necessidade.
Também pelo aspeto defensivo
revelou estar apto para algo mais do que uma formação que apenas lute pelas
competições europeias em Portugal. Quase sempre bem posicionado, equilibrava a
equipa através da ocupação dos espaços, mostrando-se agressivo no momento de
morder os calcanhares aos adversários, mas ainda assim elegante, sem excessos.
Agora, aos 26 anos, este frio e exímio
executante de grandes penalidades ruma a um clube com objetivos mais ambiciosos
num dos principais campeonatos europeus. Olhando para as entradas e saídas do
plantel às ordens do Leonardo Jardim, há a tentação de apontar Pelé como o
substituto natural de Fabinho, que se transferiu para o Liverpool por 50
milhões de euros. No entanto, apesar da posição que ocupam ser a mesma, ambos
têm características muito diferentes: o brasileiro é um médio que faz da
intensidade e dos constantes vaivéns entre áreas – quase que replicando o que
fazia enquanto lateral mas a partir de uma zona mais interior – os principais atributos;
o luso-guineense é mais um pensador e um construtor, mais posicional à frente
da defesa.
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