Agilidade é uma das grandes armas de Rúben Semedo |
Rúben Semedo, 21 anos,
central/médio defensivo emprestado pelo Sporting ao Vitória de Setúbal. Junto
ao Sado tem ganhado experiência de Liga e maturidade competitiva num escalão
onde o ritmo é mais elevado e os jogadores têm mais argumentos do que na Liga 2
portuguesa ou na II divisão B espanhola, onde atuou nos anos anteriores.
Não é fácil descrevê-lo. Uns
dirão que é um futebolista ágil, rápido, com boa impulsão e capacidade para
sair a jogar. Outros lhe apontarão críticas, pela frequência com que lhe para o cérebro. E, em minha opinião, ambos estão corretos.
Na última partida da Liga, no Estádio do Dragão, este descendente de cabo-verdianos mostrou o que valia. Somou cortes providenciais, exibindo uma agilidade acima da média pela forma como esticava as pernas, como se de tentáculos se tratassem, para interromper as jogadas portistas. Também no jogo aéreo mostrou a sua força, não permitindo que a bola chegasse em boas condições a Aboubakar. E, numa fase em que o Vitória já perdia e era preciso dar algo mais em termos ofensivos, apareceu (e com qualidade) a sair a jogar. Por alguma razão, chamou a atenção do Sporting, ao
qual está ligado desde os 15 anos.
Aqui e
ali, esses atributos também têm sido mostrados em outros encontros dos sadinos,
mas os adeptos não esquecem distrações que os colocaram com o coração aos
saltos, tendo em conta que Rúben Semedo, sendo central, é muitas vezes o penúltimo
homem. Talvez por assim ser, Jorge Jesus adaptou-o a médio durante a pré-época
e alguns vitorianos defendem a sua utilização no meio-campo, para que os erros
não se revelem tão decisivos.
Tem
todas as qualidades de um central de equipa grande, um potencial enorme, mas falha
pela incapacidade de se manter concentrado durante 90 minutos, sobretudo em
jogos do campeonato do Vitória,
diante de equipas que também lutam pela permanência. No Dragão, não foi de
estranhar o seu bom desempenho: a adrenalina estava no máximo, pela gravidade
que cada equívoco poderia custar e, quando assim é, a concentração aumenta.
É uma
autêntica faca de dois gumes. Pode fazer a diferença pela positiva, valendo
pontos à sua equipa pelo talento natural que tem na arte de defender. Ou então,
custar derrotas ou empates (como aconteceu frente ao Rio Ave, por exemplo) pelas
paragens cerebrais em zonas proibidas.
Olhando
para ele e para o companheiro de eixo defensivo, Frederico Venâncio, vê-se um
claro contraste. Semedo com enorme potencial mas ainda sem ter atingido a
maturidade competitiva necessária para confirmar o que dele se espera. Venâncio
sem tanto talento mas sempre muito concentrado e assertivo.
É caso
para dizer: Concentra-te, Rúben! e
terás um futuro cintilante.
Enquanto a cabeça do Semedo não estabilizar, nada feito. Iuri Medeiros é outro exemplo. Este ano é decisivo.
ResponderEliminarO potencial é uma coisa inata! Ou tem ou não tem...
ResponderEliminarA concentração e maturidade competitiva surge com o evoluir da idade e dos jogos que vai acumulando.
Alguns jogadores estão preparados mentalmente aos 18 anos e outros aos 21 ainda procuram encontrar esse equilíbrio.
Importante nesta fase é ele jogar, porque para um jogador nesta fase da carreira o pior que lhe podia acontecer era andar a alternar entre o banco e a bancada do plantel principal do Sporting.
Agora se ele na próxima época já vai estar "preparado" para regressar (ou não), só o desenrolar da época o dirá.
Mas acredito que o talento dele não escapou ao radar do JJ e de certeza que tem acompanhado de perto os jogos dele no Vitória.