Nome: Carlos André Doce Egas Soares
Data de
Nascimento: 24
de Maio de 1990 (22 anos)
Naturalidade: Barreiro
Nacionalidade: Portuguesa
Posição: Guarda-redes
Altura: 188 cm
Peso: 78 kgs
Clube atual: Pinhalnovense
(desde 2012/13)
Clube anterior:
Barreirense
(2009/10 a 2012/13)
CARREIRA
David Pereira – O Kaká, se não estou em erro, fez toda a sua formação
no Futebol Clube Barreirense, uma das referências do futebol juvenil da região.
O que tem de tão especial a formação do clube para colocar com alguma
regularidade equipas nas divisões nacionais e jogadores em patamares altos?
Kaká: O Futebol Clube Barreirense
é um clube de grande renome a nível nacional pois é de como se um viveiro de
jogadores se tratasse, tanto assim é que o Barreirense tem colocado inúmeros
jogadores na rota do futebol profissional, mas, tudo isso se deve ao trabalho
desenvolvido pelas pessoas que no clube atuam e pela predisposição dos atletas
para melhorarem de dia para dia. Toda a criança da Região de Setúbal sonha um
dia em poder fazer parte das escolhas do Futebol Clube Barreirense, eu tive
essa sorte desde 1995 que ingressei no FCB e só esta época arrisquei por uma
nova fase.
DP – Gonçalo Silva, atualmente internacional sub-21 e nos quadros do
Sp. Braga, foi talvez o último jogador a saltar das camadas jovens do Barreirense
para um patamar alto. Sendo ele praticamente um seu contemporâneo, já lhe
perspetivava um futuro risonho?
K - Já sim, o Gonçalo era um
jogador muito trabalhador, humilde, que tinha sempre bastante vontade de
aprender e evoluir, tanto em prol de si mesmo como em prol da própria equipa.
Tanto assim era que ela no seu último ano de Júnior já era presença normal nas
escolhas do plantel Sénior como tal os “mais velhos” deram-lhe bastantes
conselhos e conduziram-no ao Gonçalo de hoje em dia. Mas como o caso do Gonçalo
poderia haver mais casos, mas o futebol também tem o seu quê de fator sorte,
pois estando no sítio certo à hora certa tudo se desenvolve com maior
facilidade…
DP – Que benefícios lhe trouxe a transferência para o Pinhalnovense?
Sente-se realizado?
K - A transferência para o
Pinhalnovense não é uma história de agora, pois na época de 2007/2008 o
Pinhalnovense já tinha mostrado interesse em me contratar, tal não aconteceu
por minha própria vontade pois dei prioridade à faculdade e mantive-me no
Futebol Clube Barreirense. Nessa altura tinha eu 18 anos e tinha a
possibilidade de ingressar num clube da II Divisão B. Mas este ano tudo se
concretizou, recebi o convite em Novembro e ponderei muito bem antes de
escolher, não me arrependo em nada da escolha que fiz pois já evolui bastante
em aspectos que estavam estagnados, estou muito mais maduro e experiente no que
toca à posição que desempenho. Outro aspecto que me fez optar pelo
Pinhalnovense foi a visibilidade que a 2ªB tem sendo eu ainda um jovem
guarda-redes de 22 anos.
DP – Quais as principais diferenças entre Barreirense e Pinhalnovense?
K - Em termos de infraestruturas
o Pinhalnovense é uma estrutura que têm um pouco mais a oferecer que o próprio
FCB, falo disto em relação ao plantel Sénior, o campo, ginásio, banhos, etc. Em
termos dos próprios clubes penso que são idênticos sendo o FCB um clube com uma
história bastante maior que o Pinhalnovense mas atualmente são equipas
equiparadas.
DP – Acredita na permanência do Pinhalnovense na II Divisão? Quais são
as principais dificuldades que a equipa está a sentir?
K - Não faria sentido sequer não
acreditar na permanência do Pinhalnovense na 2ªB, trabalhamos para que isso
aconteça todos os dias da semana sabendo que ao fim de semana é que conta. A
fase má penso que já foi ultrapassada em termos de resultados desportivos,
agora estamos numa maré de bons resultados apesar do desaire agora diante o
Casa Pia.
O nosso grupo é um grupo bastante
jovem onde num plantel de 22 jogadores figuram 15/16 jogadores com idades
abaixo dos 22 anos, assim sendo falta um pouco mais de maturidade ao grupo, mas
não é isto que explica os maus resultados, muito pelo contrário, é pela
existência de valor que estamos a atuar na 2ªB. A pior dificuldade é a
dificuldade financeira como em qualquer outro clube de hoje em dia, mas a essa
dificuldade não quero dar importância
DP – Que jogadores do plantel da formação do Pinhal Novo sente terem
fortes possibilidades de ingressar nos escalões profissionais brevemente?
K - Todos nós jogadores jovens
sentimos grandes possibilidades de num curto espaço de tempo podermos dar o
salto ambicionando algo mais evoluído. Valor não falta, sendo o Pinhalnovense
um clube que em cada jogo dispõe de bastantes olheiros, empresários e diretores
desportivos a assistirem. Sendo nós um plantel bastante jovem, com valor e com
os resultados positivos a aparecerem é normal que chame mais pessoas a ver e
quem sabe se a maioria não consegue dar esse salto tão ambicionado?! Mais tarde
voltamos a falar sobre este assunto…
DP – Poucos meses após ter saído do Barreirense, José Carlos, o
habitual titular, lesionou-se e foi o júnior Daniel Vital que o substituiu.
Sente que se ainda estivesse no clube, poderia ser a grande oportunidade para
agarrar o lugar? Ou nunca pensou nisso?
K - Sinceramente pensei mas a
curto-prazo, pois sim, seria verdade que caso estivesse no clube teria sido a
minha oportunidade para agarrar o lugar mas, não perdi o sono com isso, pois se
optei por mudar foi por ser melhor para mim. Como é obvio a vontade de um
jogador é sempre jogar o máximo tempo possível, cheguei ao Pinhal Novo e
joguei, no primeiro jogo arranquei uma das melhores exibições da minha
carreira, mas tudo isso acontece devido ao trabalho que está por trás. Posso
afirmar que nestes poucos meses que estou no Pinhalnovense já evolui mais dos
que nestes anos todos de FCB… pois há muita gente que pensa que o guarda-redes
simplesmente serve para defender bolas e que não precisa de trabalho específico
para desempenhar a sua função, o que de todo é uma mentira…
DP – Realisticamente, até onde pretende chegar?
K - Tenho a perfeita noção e
consciência que posso atingir o nível profissional, trabalho todos os dias para
que tal aconteça, mas veremos o que o futuro me reservará.
DP – É verdade que no início da época esteve perto de assinar pelo
Vitória de Setúbal? Por que razão o negócio falhou?
K - Estive perto de poder
ingressar no plantel à experiência com vista a assinar contrato profissional,
mas não se concretizou devido à chegada do Pavel Kieszek, mas o que não me
entristeceu pois esta possibilidade foi a minha valorização enquanto
guarda-redes.
DP – Regressar ao Barreirense é um objetivo?
K - Não se trata de ser um
objetivo, mas como é óbvio tenho o bichinho de voltar, quem sabe um dia mais
tarde e se tal acontecer espero ser recebido de braços abertos, é um clube a
quem devo muito mas também é um clube por quem eu dei muito mesmo.
DP – Até há data, qual foi o momento mais marcante da sua ainda curta
carreira?
K - O momento que mais marcou a
minha carreira foi a conquista da Taça Nacional de Interassociações pela
Seleção de Setúbal… Estávamos na altura das grandes penalidades em pleno
Estádio Nacional (Jamor) e tínhamos pela frente a selecção de Braga… Estávamos
em desvantagem pois tínhamos falhado a primeira grande penalidade e naquela
situação caso eles marcassem nós perderíamos, mas eu consegui defender a grande
penalidade… senti um tremor enorme por todo o corpo tal não era a importância
de ter defendido, no penalty seguinte
marcámos e estávamos em vantagem agora caso eles falhassem nós sagrávamo-nos
campeões e eu novamente consegui defender a grande penalidade… é algo que é
difícil de explicar, é um conjunto de emoções que nos levam ao topo mas sempre
de pés bem assentes no chão.
DP – Tem ideia de quem terá sido o jogador que mais golos lhe marcou? Qual
o ponta-de-lança que lhe causou mais pesadelos?
K - A pergunta deveria de ser
feita a um ponta de lança pois eu é que sou o pesadelo deles (risos).
Não tenho ideia de ninguém que me
tenha feito assim o grande número de golos para que eu considerasse um pesadelo!
DP – Quais foram os melhores amigos que fez no futebol?
K - Como em todo o lado há
amizades que vão e outras que duram para a vida toda eu tenho a felicidade de
ter criados grandes laços de amizades com diversos colegas… só quero referir aqui
nomes que para mim apesarem de não estarem presentes foram, são e continuarão a
ser grandes amigos falo do grande Mister Roleta, Bruno Frade, Ruben Jesus
(nunca serão esquecidos) e de Fernando Varela! O resto sabem que realmente pode
ou não contar comigo e eu com eles.
SER GUARDA-REDES
DP – O que é para si ser guarda-redes?
K - Ser Guarda-redes não é só uma posição, comandamos
uma equipa, temos de transmitir segurança à mesma, e sabemos que não podemos
errar, pois atrás de nós só existe o golo adversário.
DP – Um guarda-redes é uma posição especial pois habitualmente há um
que joga com maior regularidade que os outros, dentro de um plantel, e ao contrário
dos jogadores de campo, raramente há a hipótese de sair do banco de suplentes
para ter alguns minutos. Por vezes passa pela cabeça desistir? Cria-se
rivalidade com os outros guardiões?
K - Nunca me passou pela cabeça
desistir, pois já estive nas duas situações e sei dirigi-las bastante bem e de
uma forma bastante saudável. Trabalho da mesma forma seja eu titular, seja eu
suplente, pois tenho sempre como objetivo evoluir cada vez mais. Criam-se
rivalidades, mas as rivalidades criadas são positivas pois sabemos que basta
deslizarmos uma vez que temos o nosso colega à espreita para agarrar o nosso
lugar ou vice-versa. Sempre me dei bastante bem com os meus colegas da mesma
posição nunca foram criados atritos por serem considerados “inimigos”.
DP – Quais pensa serem os seus melhores atributos e os aspetos em que
tem de especialmente melhorar?
K - Considero-me um Guarda-Redes
estilo moderno, gosto de jogar fora da
baliza, tecnicamente bastante evoluído, forte no
jogo aéreo, boa capacidade de impulsão e visão de jogo. Muito rápido e
ágil entre os postes, nunca dando um lance como perdido.
Forte tecnicamente com os pé direito apesar de utilizar o esquerdo
também. Rápido a decidir sem receio de disputar qualquer lance. Grandes
competências em bolas paradas, tanto
livres como penaltys. Tenho
uma boa flexibilidade e agilidade, acompanhada de uma vertente psicológica
bastante forte, concentração sempre a um nível elevado.
DP – Sente que o papel de um treinador de guarda-redes pode ser
fundamental na evolução de um jogador que atue nessa posição? Quem foi o melhor
que o treinou e mais o fez evoluir? É algo que pretende fazer no futuro?
K - O papel do treinador de
guarda-Redes é fundamental na evolução do guarda-redes, pois tem bastantes
especificidades que necessitam de ser treinadas à parte do restante plantel.
Devo a minha evolução a dois treinadores que me potenciaram para o que sou
hoje, Fábio Fernandes e Oliveira. O Guarda-Redes tem de ser
visto hoje em dia com o último homem da defesa e o primeiro do ataque! Não
basta trabalhar a componente técnica se o guarda-redes não consegue “ler” os
momentos do jogo e aplicar a sua técnica individual nos momentos corretos e um
bom treinador de guarda-redes é fundamental para potenciar tais capacidades.
DP – Quem é para si o melhor guarda-redes do mundo? E em Portugal?
K - Não tenho um nome que apareça
só a nível mundial, mas destaco três grandes nomes da atualidade: Iker
Casillas, Buffon e Peter Cech… A nível Nacional também são três os nomes: Artur
Moraes, Helton e Oblak. Mas o meu grande ídolo desde criança sempre foi Michael
Preud’Homme.
GERAL - FUTEBOL
DP – O que pensa sobre o fim da III Divisão? Uma medida justa que
proporcionará campeonatos distritais mais fortes ou uma transformação radical e
exagerada no panorama do futebol nacional?
K - Sinceramente não tenho
opinião formada em relação a isso, mas a meu ver penso que os distritais
ficarão mais fortes e só se safará quem investir da melhor maneira pois vai ser
uma quantidade exorbitante de equipas a disputar tal campeonato… dando assim
também maior competitividade à II Divisão, o que é bastante melhor!
DP – O que falta ao distrito de Setúbal para colocar equipas nos
escalões profissionais?
K - Para esta pergunta só tenho
uma curta resposta… Apoios e Financiamentos! Nada mais.
DP – Sei que é adepto do Benfica. Está confiante na conquista do
título? O que poderão fazer os encarnados na Liga Europa?
K - Penso que o Benfica poderá
alcançar o título de Campeão Nacional da corrente época, pois o Porto já
escorregou mais do que devia, e devido à grande rotação que Jorge Jesus tem
elaborado nas diferentes frentes, isso poderá ser benéfico para esta importante
ponta final de campeonato. Na Liga Europa eu aposto num Benfica – Chelsea na
Final, mas vamos esperar para ver pois o mais importante é mesmo o Campeonato
Nacional.
DP – Acredita que Portugal estará no Mundial 2014?
K - Como todo o português sim
acredito, nestes últimos anos Portugal têm nos habituado a fazer qualificações
de nível médio baixo mas conseguindo sempre o mais importante que é a
qualificação e sei que para o Mundial de 2014 o mesmo vai acontecer.
DP – Que opinião tem sobre a página no facebook “Futebol no Barreiro” (https://www.facebook.com/FutebolNoBarreiro)?
K - Penso que é uma iniciativa
bastante benéfica e que hoje em dia mais deveria de haver cada vez mais para
dar enfase a noticias não só de foro futebolístico, mas também de outras
generalidades que passam despercebidas a muita gente. Vocês com o
desenvolvimento deste trabalho estão a dar mostra de grandes competências e
credibilidade. Desde Já agradecer ao David Pereira pela elaboração desta
entrevista.
IPS – ESE
DP – Licenciou-se em Desporto na Escola Superior de Educação do
Instituto Politécnico de Setúbal. Que avaliação faz da instituição, escola e
curso?
K - É um instituição à qual não
tenho nenhum comentário negativo para tecer, sempre se mostrou disponível a
quando do aparecimento de um qualquer problema. O curso de desporto é um curso
que a meu ver ainda pode ser mais desenvolvido para no futuro quem de lá saia
traga conhecimentos mais profundos e uma maior capacidade para aplicar no campo
de trabalho.
DP – Pretende fazer o mestrado? Nessa instituição ou noutra?
K - Pretendo tirar o mestrado em
Educação de 2º e 3º ciclo na FMH, visto que desde criança que tenho o sonho de
ser Professor de Educação Física, lutei por isso até aqui e não vou desistir
até o alcançar.
DP – Teve/Está a ter facilidade na procura de um emprego relacionado
com a licenciatura?
K - Posso dizer que fui um
sortudo pois mal terminei a licenciatura ingressei logo no mercado de trabalho,
sou professor de atividade física a tempo inteiro numa escola de 1º ciclo e sou
também o responsável pela componente de apoio à família nessa mesma escola. Mas
a área desportiva é uma área que cada vez se encontra mais lotada, sendo de
difícil entrada no mercado trabalho mas esperaremos para ver o que o futuro
dirá.
Vota no melhor lateral-esquerdo jovem em http://mundotalentoso.blogspot.pt
ResponderEliminarCumps