sexta-feira, 16 de junho de 2023

A minha primeira memória de… um jogo entre Portugal e Bósnia

Deco procura ultrapassar os defesas bósnios
A minha primeira memória de um jogo entre Portugal e Bósnia é referente precisamente aos dois primeiros duelos entre ambas as seleções, em novembro de 2009, num duplo confronto no qual estava em disputa uma vaga no Mundial 2010.
 
Na altura, foi a primeira vez que vi a seleção lusa jogar o tudo ou nada num playoff. Do outro lado havia Edin Dzeko, que já era um goleador com créditos na Bundesliga com a camisola do Wolfsburgo, mas confesso que não o conhecia – aliás, se me perguntassem naquela altura o nome de um jogador bósnio, o único que diria era o de Hasan Salihamidžić (ex-Bayern Munique e Juventus), que até já se tinha retirado da seleção.
 
Portugal começava a viver naquela altura um período de maior fulgor. Já não havia qualquer elemento da geração de ouro. Da geração de jogadores campeões europeus pelo FC Porto em 2004, restavam Ricardo Carvalho e versões pálidas de Paulo Ferreira e Deco, já trintões. Quem também já era trintão era Simão Sabrosa e o recém-naturalizado Liedson. Cristiano Ronaldo estava ausente, devido a uma lesão, e as novas estrelas iam despontando sem a cadência nem o nível desejado. Este playoff adivinhava-se, por isso, bem mais equilibrado do que aquilo que seria uns anos antes.
 


Numa fase em que a seleção portuguesa começou a disputar a maior parte dos jogos mais importante no Estádio da Luz, a casa do Benfica foi o palco da partida da primeira-mão, a 14 de novembro de 2009.
 
Portugal chegou ao golo à passagem da meia hora de jogo, por intermédio de Bruno Alves, através de um cabeceamento ao segundo poste na sequência de um cruzamento de Nani a partir do corredor direito (31’). Entretanto a Bósnia enviou várias bolas ao poste, mas a seleção então orientada por Carlos Queiroz segurou a vantagem até ao apito final.
 
“O Mundial de futebol está à distância de um jogo, mas será um jogo complicado de gerir. Portugal segue para Zenica com a vantagem de um golo e o pior que pode fazer é entrar em campo obcecado em defendê-lo. É que se ali se vir a equipa descomplexada, veloz e virada para a frente que encostou os bósnios à baliza de Hasagic entre os 50 e os 75 minutos da partida de ontem, a distância até à África do Sul fica bem mais curta. Mas se lá aparecer o onze receoso da primeira parte ou do último quarto de hora, com um bloco muito recuado, Pepe encostado aos centrais e Nani e Simão a baixarem excessivamente para perto dos médios, o mais certo é que a chuva de bolas na área de Eduardo se converta num problema complicadíssimo devido à estatura e à agressividade dos bósnios. Nesse caso, o melhor mesmo é Carlos Queiroz levar os postes das balizas da Luz, que ontem salvaram o empate por três vezes”, escreveu o jornal O Jogo.
 
 
 
Em Zenica, o resultado repetiu-se, com Portugal a sentenciar o triunfo no início da segunda parte, graças a um golo de Raúl Meireles no interior da área, mais uma vez com Nani na assistência (56’).
 
“Como cresceu esta equipa portuguesa. Num jogo difícil, com um ambiente escaldante, dos mais terríveis dos últimos anos, e com um relvado em péssimo estado, a Seleção Nacional deu uma prova de maturidade e já está no Mundial 2010. Ontem houve alma, concentração máxima, humildade, espírito de entreajuda e garra. Portugal foi uma verdadeira equipa! Faltou Cristiano Ronaldo, é certo, mas a equipa das Quinas não se ressentiu. A ausência de Deco do onze inicial também não foi notada. O Mágico só treinou na véspera do jogo, mas não estava a 100 por cento. Naquele relvado ainda era mais complicado. Carlos Queiroz colocou Tiago e ganhou a aposta. O médio da Juventus foi importante para lançar o ataque, mas também na hora de defender e de combater”, podia ler-se no jornal O Jogo.
 



 







 
 
 

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