A minha primeira memória de… um jogo entre Fabril e Imortal

Fabril e Imortal protagonizaram jogo de loucos em outubro de 2007

Desde setembro de 2000 que sou sócio do Grupo Desportivo Fabril do Barreiro, antiga CUF e Quimigal. Desde então, até 2013, que fui presença habitual nas bancadas do Estádio Alfredo da Silva, ainda que a minha assiduidade tivesse alguns altos e baixos ao longo desse período. Curiosamente, uma das épocas em que o meu fervor fabrilista esteve nos pícaros foi a de 2007-08, marcada pelo regresso à III Divisão Nacional.

 

Nas duas primeiras vezes em que vivenciei participações da formação do Lavradio na III Divisão, as coisas não correram bem. Em 2000-01 e 2003-04 o desfecho foi o mesmo: a despromoção aos distritais. E à entrada para a 8.ª jornada de 2007-08 o destino parecia ser semelhante.

 

Integrado na Série F, o Fabril ocupava o 12.º lugar entre 14 equipas, com sete pontos em sete jornadas. O treinador era o antigo extremo Jorge Amaral, campeão mundial de sub-20 em 1989, uma eterna promessa que não vingou no Sporting nem no Benfica. No plantel não havia jogadores com carreira na I Divisão, os que tinham mais estatuto vinham a fazer um percurso interessante na II Divisão B, como o guarda-redes Descalço e o avançado Rui Dionísio, nesta fase já em fim de careira.

 

Já o Imortal, o visitante no Alfredo da Silva nessa tarde de domingo de 28 de outubro de 2007 e que meia dúzia de anos antes militava na II Liga, tinha mais dois pontos e estava na 10.ª posição. No plantel estava o médio internacional jovem português Carlos Mota, formado no Benfica e campeão europeu de sub-18 em 1999, talvez o nome mais sonante.

 

Recordo-me que o jogo ficou empatado a dois golos e que a reta final alucinante, mas fui obrigado a consultar uma espécie de artigo que escrevi na altura, quando tinha apenas 15 anos, para avivar a memória quando ao resto.

 

Após uma primeira parte sem golos, os algarvios inauguraram o marcador a meio do segundo tempo, ao aproveitar uma perda de bola do guardião Descalço na sequência de um livre favorável ao… Fabril, a meio do próprio meio-campo.

 

Entretanto o Fabril empatou, num lance confuso, mas pouco depois ficou reduzido a dez devido à expulsão do capitão David Martins, que agrediu um adversário.

 

Mesmo com menos uma unidade, os fabrilistas melhoraram de produção, devendo essa melhoria sobretudo à entrada do médio criativo Bruno Cruz, que mexeu com o jogo.

 

Já em tempo de compensação, o Imortal fez o 1-2 em mais um lance atribulado, num golo que festejado como se fosse o da vitória pelos jogadores da turma de Albufeira e que estava a ser vivido de forma trágica pelos jogadores e adeptos fabrilistas. No entanto, o Fabril restabeleceu a igualdade logo a seguir por intermédio de Nascimento e ainda esteve perto de conseguir o 3-2.

 

À exceção do jogo da segunda volta, disputado a 17 de fevereiro de 2008 no Algarve (outro 2-2), as duas equipas não se voltaram a defrontar até 2022-23, época em que voltaram a coexistir num campeonato.