Aloísio Neto assinou por dois anos pelo Vitória FC |
Recrutado ao Marítimo na
sequência das boas campanhas ao serviço da equipa B dos madeirenses no
Campeonato
de Portugal, o brasileiro Aloísio Neto é defesa central, mas o
que quem conhece o reforço do Vitória
de Setúbal mais lhe destaca é a qualidade técnica. “Com a
qualidade técnica que tem, sempre lhe disse que não era defesa
central”, refere Diogo Firmino, que partilhou o balneário com o
novo jogador dos sadinos
no Marítimo B entre 2017 e 2021, crendo que o antigo companheiro de
equipa tem condições para jogar mais à frente.
“As principais
qualidades dele é a calma a sair a jogar e a maturidade que
apresenta”, descreve o atacante do Canelas
2010, questionado por O Blog do David. “É um bom
central, que joga com o pé esquerdo. As melhores atuações dele
foram quando a equipa jogava com três centrais, o que lhe dava
liberdade para subir muito no terreno e executar bons cruzamentos e
mudanças de flanco. É alto [1,86 m] e é forte no jogo aéreo”,
acrescenta o treinador que o orientou nas últimas cinco temporadas
nos bês madeirenses, Ludgero Castro.
Ainda que Aloísio chegue
ao Bonfim
a partir de uma divisão inferior, o Campeonato
de Portugal, o ex-treinador e o antigo companheiro de equipa
acreditam que o brasileiro se vai impor no eixo da defesa vitoriana.
“Na Liga 3 terá melhor rendimento, porque não tanta pressão nem
tanta porrada. Há mais espaço para jogar. De certeza que se vai
sair muito bem”, acredita Ludgero Castro, corroborado por Diogo
Firmino, que sabe bem o que é jogar na Liga 3: “Tenho a certeza de
que se vai impor muito facilmente, ainda por cima numa equipa como a do
Vitória.”
Ainda assim, Aloísio
Neto necessita de “melhorar a
agressividade e a comunicação, pois é muito calado no jogo”,
aponta o seu ex-treinador. “Embora seja bom no jogo aéreo, penso
que é o ponto que precisa mais de melhorar”, acrescenta o antigo
companheiro de equipa.
Em
termos de personalidade, Diogo Firmino elogia a “pessoa cinco
estrelas e que está sempre a sorrir”. Ludgero Castro também diz
que gosta muito do central brasileiro, uma “boa pessoa” e um “bom
profissional”, recordando que “não foi por acaso” que lhe deu
a braçadeira de sub-capitão. Contudo, o técnico recorda um amuo
que valeu ao defesa a expulsão de um treino e o pagamento de uma
multa. “Voltou muito bem, serviu de lição”, lembra o treinador
de 66 anos.
Um dos destaques do Campeonato de Portugal em 2021-22
Escolhido para o onze
ideal da temporada 2021-22 da Série do Campeonato
de Portugal pelas páginas Cem
Oportunidades e Campeonatos
das Oportunidades, Aloísio Neto foi objeto de rasgados elogios
por parte dos analistas responsáveis pela segunda. “Como dizem os
nossos amigos brasileiros: não tem como! É que não tem mesmo
maneira de perceber como é que Aloísio não tem lugar na equipa
principal do Marítimo. Há cinco épocas nos insulares, ainda só
fez cinco jogos e já foi há três anos. No entanto, este tempo todo
foi o melhor ou um dos melhores jogadores da equipa B. Central
canhoto com bastante mobilidade que se adapta muito bem a um esquema
de três centrais, jogando pela esquerda ou até mesmo a lateral, dá
qualidade ao futebol ofensivo. Se não for para ser aposta na equipa
principal, Aloísio precisa de outras conquistas”, pode ler-se.
Nascido a 16 de agosto de
1997 (24 anos), Aloísio Soares Neto nasceu em Niterói, no estado do
Rio de Janeiro, e entrou no futebol português pela porta dos
juniores do Nacional
em 2015-16. Na época seguinte representou o São Martinho, tendo
depois ingressado no Marítimo. Ao longo de cinco anos, o central
brasileiro atuou por 99 vezes pela equipa B e 16 pelos sub-23, além
de ter participado em cinco partidas da equipa principal, todas em
2018-19, às ordens de Cláudio Braga, primeiro, e Petit, depois.
Um indicador de um sistema de três centrais?
A contratação de
Aloísio Neto aumentou o número de defesas centrais no plantel do
Vitória
para quatro, num lote em que também constam os nomes de Adama François, Matheus Stockl e o igualmente reforço João Freitas.
Tendo em conta que a época foi planeada a contar com Bruno Almeida, que os
treinadores habitualmente gostam de um grupo com dois jogadores por posição, que José
Semedo também pode atuar no eixo defensivo, os elogios de
Ludgero Castro a Aloísio quando este jogava num sistema de três
centrais, a possibilidade de Tiago Melo também atuar como central
numa linha de três, as características ofensivas dos laterais
contratados e a experiência extremamente positiva do técnico Micael
Sequeira como adjunto de Rúben
Amorim de Sp.
Braga em 2019-20, serão estes sinais de que o Vitória
vai novamente apresentar-se num sistema com três centrais?
Recorde-se que uma estrutura idêntica já havia sido implementada
por Filipe Moreira na temporada passada, ainda que numa fase bastante
adiantada da época e sem que tivesse estabelecido algo que se
assemelhasse a um onze-base.
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