Dez futebolistas que brilharam com a camisola do Leixões |
Fundado a 28 de novembro de 1907 no
seio da elite aristocrática que frequentava Matosinhos no início do século XX, o Leixões
Sport Club tornou-se não só num clube bastante popular como também num
histórico do futebol português e do desporto nacional, tendo conquistado uma Taça
de Portugal e somado 25 presenças na I
Divisão.
Depois de se ter estreado entre
os grandes em 1936-37, os bebés do mar viveram o período áureo da sua
história nas décadas de 1960 e 1970, tendo participado consecutivamente no primeiro
escalão ao longo de 18 épocas, alcançando a melhor classificação de sempre
em 1962-63: o 5.º lugar. Duas
temporadas antes tinha conquistado a Taça de Portugal, ao vencer o FC Porto em
pleno Estádio das Antas.
Em 1977 os leixonenses desceram à
II Divisão, mas têm conseguindo algumas façanhas desde então, como a caminhada
até à final da Taça
de Portugal e consequente apuramento para a Taça
UEFA em 2002, quando se encontravam na II Divisão B, ou o título de campeão
da II
Liga em 2006-07.
Vale por isso a pena recordar os
dez futebolistas com mais jogos pelo Leixões na I
Divisão.
Avançado de posição, estreou-se
pela equipa principal do Leixões em 1958-59, ano de subida à I
Divisão.
Seguiram-se oito temporadas em Matosinhos, sempre a jogar no primeiro escalão. Nesse período apontou 18 golos em 155 jogos, tendo contribuído para a obtenção do histórico quinto lugar em 1962-63.
Paralelamente jogou a final da Taça de Portugal ganha ao FC Porto em 1960-61 e marcou um dos golos da reviravolta sobre os suíços do La Chaux-de-Fonds (5-0 após 2-6 na 1.ª mão) na Taça das Taças na época seguinte, precisamente na estreia europeia dos leixonenses.
Em 1968 deixou os bebés do Mar e rumou ao Ermesinde, então a militar nos distritais da AF Porto.
Embora fosse titular indiscutível no Estádio do Mar, mudou-se para o Sp. Espinho, então na II Divisão, em 1976.
Depois tornou-se treinador, tendo dirigido os leixonenses em 1989 e em 1992-93.
Nesse período ajudou os bebés do Mar a apurarem-se para a Taça das Cidades com Feiras em 1968 e a atingirem as meias-finais da Taça de Portugal em 1969-70.
Em 1974, numa altura em que começava a perder preponderância na equipa, mudou-se para o Sp. Espinho.
Haveria de falecer em agosto de 2019, aos 75 anos.
Ainda assim, contribuiu para o
apuramento para a Taça
das Cidades com Feiras em 1968, para a caminhada até às meias-finais da Taça
de Portugal em 1969-70 e para manter o clube no primeiro
escalão. Entre 1965 e 1974 disputou 181 jogos (173 a titular) no campeonato
e marcou um golo ao Belenenses
logo na época de estreia.
Uma vez que coincidiu na equipa com outro Nicolau, guarda-redes e mais velho, na altura era mais conhecido por Nicolau II.
Em 1974 deixou os leixonenses para abraçar o projeto do Riopele, então na II Divisão.
Após quatro anos nas Antas numa altura ingrata para se jogar nos dragões e uma época no Sp. Espinho, Bené regressou ao Estádio do Mar em 1975-76 para jogar uma última temporada no primeiro escalão, aos 35 anos, para atuar em 26 partidas (25 a titular).
Depois mudou-se para o Lamego, mas em 1977-78 voltou ao Leixões para jogar na II Divisão.
Voltaria a superar a dezena de golos em 1969-70, época em que os leixonenses atingiram as meias-finais da Taça de Portugal, tendo somado 15 remates certeiros no primeiro escalão – foi apenas superado pelo benfiquista Eusébio (20 golos) e pelo sportinguista Nélson (16).
Apesar dos bons registos, em 1975 mudou-se para o Varzim, então na II Divisão, ajudando os poveiros a regressar ao patamar maior do futebol português.
Paralelamente, somou duas internacionalizações pela seleção nacional sub-21.
Em 1980, ao fim de três anos a tentar devolver os leixonenses ao primeiro escalão, mudou-se para o vizinho Infesta, então na III Divisão, numa fase em que já tinha 32 anos e era capitão de equipa há vários anos. Na hora da despedida, teve direito a uma homenagem no Estádio do Mar.
Haveria de falecer em setembro de 2015, aos 67 anos.
10. Ventura (155 Jogos)
Ventura |
Seguiram-se oito temporadas em Matosinhos, sempre a jogar no primeiro escalão. Nesse período apontou 18 golos em 155 jogos, tendo contribuído para a obtenção do histórico quinto lugar em 1962-63.
Paralelamente jogou a final da Taça de Portugal ganha ao FC Porto em 1960-61 e marcou um dos golos da reviravolta sobre os suíços do La Chaux-de-Fonds (5-0 após 2-6 na 1.ª mão) na Taça das Taças na época seguinte, precisamente na estreia europeia dos leixonenses.
Em 1968 deixou os bebés do Mar e rumou ao Ermesinde, então a militar nos distritais da AF Porto.
9. Vaqueiro (156 Jogos)
Nicolau Vaqueiro |
Extremo direito natural de
Matosinhos, surgiu na equipa principal do Leixões em 1969-70, época em que os
bebés do Mar chegaram às meias-finais da Taça
de Portugal.
Essa foi apenas a primeira de
sete temporadas ao serviço do clube da terra que o viu nascer, assumindo um
papel importante para remar contra uma maré que cada vez mais ia afastando os
leixonenses dos lugares cimeiros. Entre 1969 e 1976 disputou um total de 156
jogos (127 a titular) e marcou onze golos na I
Divisão, ajudando a evitar a despromoção nas liguilhas de 1970-71, 1971-72
e 1973-74.Embora fosse titular indiscutível no Estádio do Mar, mudou-se para o Sp. Espinho, então na II Divisão, em 1976.
Depois tornou-se treinador, tendo dirigido os leixonenses em 1989 e em 1992-93.
8. Gentil (169 Jogos)
Gentil |
Médio formado no Leixões, saltou
dos juniores para a equipa principal em 1961-62, mas nos primeiros três anos
não foi além de um total de cinco jogos (e um golo) na I
Divisão.
Em 1965-66 foi ganhar rodagem no
União de Lamas e depois voltou a Matosinhos para vingar, tornando-se num dos
esteios do meio-campo leixonense ao longo de oito anos, entre 1966 e 1974, quando
amealhou mais 164 partidas (160 a titular) e dois golos no primeiro
escalão.Nesse período ajudou os bebés do Mar a apurarem-se para a Taça das Cidades com Feiras em 1968 e a atingirem as meias-finais da Taça de Portugal em 1969-70.
Em 1974, numa altura em que começava a perder preponderância na equipa, mudou-se para o Sp. Espinho.
Haveria de falecer em agosto de 2019, aos 75 anos.
7. Nicolau (181 Jogos)
Nicolau |
Defesa formado no clube e que apareceu
na equipa principal do Leixões em 1965-66, foi ganhando paulatinamente o seu
espaço numa altura em que a formação de Matosinhos começava a perder o ímpeto
que a tinha guiado ao quinto lugar no campeonato e à conquista
da Taça de Portugal em épocas anteriores.
Uma vez que coincidiu na equipa com outro Nicolau, guarda-redes e mais velho, na altura era mais conhecido por Nicolau II.
Em 1974 deixou os leixonenses para abraçar o projeto do Riopele, então na II Divisão.
6. Geraldinho (182 Jogos)
Geraldinho |
Defesa brasileiro desde bastante
jovem radicado em Portugal, fez praticamente toda a carreira no Leixões, clube
que representou entre 1963 e 1973.
Nesse período disputou 182 jogos
(161 a titular) e marcou dois golos na I
Divisão, tendo contribuído para dois apuramentos para a Taça
das Cidades com Feiras (1964 e 1968) e para a caminhada até às meias-finais
da Taça
de Portugal em 1969-70.5. Bené (183 Jogos)
Bené |
Mais um brasileiro com
praticamente toda a carreira feita em Portugal, neste caso um centrocampista de
características ofensivas.
Tal como Geraldinho, reforçou o
emblema de Matosinhos no verão de 1963, contribuiu para os apuramentos para a Taça
das Cidades com Feiras em 1964 e 1968 e para a caminhada até às
meias-finais da Taça
de Portugal em 1969-70, disputou 157 jogos e marcou onze golos na I
Divisão, valorizou-se, e em 1970 deu o salto para o FC
Porto.Após quatro anos nas Antas numa altura ingrata para se jogar nos dragões e uma época no Sp. Espinho, Bené regressou ao Estádio do Mar em 1975-76 para jogar uma última temporada no primeiro escalão, aos 35 anos, para atuar em 26 partidas (25 a titular).
Depois mudou-se para o Lamego, mas em 1977-78 voltou ao Leixões para jogar na II Divisão.
4. Horácio (211 Jogos)
Horácio |
O melhor marcador de sempre do
Leixões na I
Divisão, com 84 golos em 211 jogos (209 a titular) entre 1966 e 1975.
Avançado formado no clube e
natural de Matosinhos, subiu à equipa principal em 1966-67 e explodiu logo na
época seguinte, aos 20 anos, tendo apontado 17 golos no campeonato – apenas o benfiquista
Eusébio (42 golos) e os estudantes Artur Jorge (28) e Ernesto (19) fizeram
melhor -, ajudando a formação de Matosinhos a apurar-se para a Taça
das Cidades com Feiras.Voltaria a superar a dezena de golos em 1969-70, época em que os leixonenses atingiram as meias-finais da Taça de Portugal, tendo somado 15 remates certeiros no primeiro escalão – foi apenas superado pelo benfiquista Eusébio (20 golos) e pelo sportinguista Nélson (16).
Apesar dos bons registos, em 1975 mudou-se para o Varzim, então na II Divisão, ajudando os poveiros a regressar ao patamar maior do futebol português.
3. Adriano (248 Jogos)
Adriano Tato |
Mais um filho da terra, neste
caso um defesa central que surgiu na equipa principal do Leixões em 1966-67 e
por lá se manteve até 1980.
Nesse período ainda foi a tempo
de vivenciar algumas das melhores épocas da história do clube, participando no
apuramento para a Taça
das Cidades com Feiras em 1968 e na caminhada até às meias-finais da Taça
de Portugal em 1969-60, mas também na despromoção que em 1977 colocou um
ponto final numa série de 18 anos consecutivos na I
Divisão.Paralelamente, somou duas internacionalizações pela seleção nacional sub-21.
Em 1980, ao fim de três anos a tentar devolver os leixonenses ao primeiro escalão, mudou-se para o vizinho Infesta, então na III Divisão, numa fase em que já tinha 32 anos e era capitão de equipa há vários anos. Na hora da despedida, teve direito a uma homenagem no Estádio do Mar.
Haveria de falecer em setembro de 2015, aos 67 anos.
2. Esteves (261 Jogos)
Esteves |
Para não variar, mais um filho da
terra e um produto da mítica escola dos bebés do Mar, que subiu à equipa
principal em 1963.
Ao longo da carreira, este
extremo direito só conheceu um clube na carreira, o Leixões, tendo disputado
261 jogos (252 a titular) e apontado 65 golos na I
Divisão, além de ter contribuído para feitos importantes na história do
emblema matosinhense como os apuramentos para a Taça
das Cidades com Feiras em 1965 e 1969 e a caminhada até às meias-finais da Taça
de Portugal em 1969-70.Quatro vezes internacional português pelos sub-18 – esteve nos treinos dos AA para o Mundial 1966, mas não foi convocado para o torneio - não atuou em qualquer partida na temporada que ficou marcada à descida à II Divisão, em 1977.
Haveria de pendurar as botas em 1979, aos 34 anos.
Entretanto tornou-se treinador, tendo orientado a equipa principal dos leixonenses em 1979-80, na II Divisão. Quase três décadas depois foi adjunto dos seniores e dirigiu de uma equipa de infantis do clube.
Haveria de falecer em dezembro de 2018, aos 73 anos.
1. Raúl Oliveira (404 Jogos)
Raúl Oliveira |
Figura mítica no universo
leixonense, este defesa esquerdo saltou dos juniores para a equipa principal em
1958 e por lá se manteve durante quase duas décadas, tendo guiado a formação de
Matosinhos à I
Divisão e competido no primeiro
escalão ao longo de 17 épocas – curiosamente, os bebés do Mar desceram à II
Divisão na temporada que a seguir à sua saída.
Ao longo desse período viveu os
momentos áureos da história do clube: conquista
da Taça de Portugal em 1960-61 – embora não tivesse jogado a final devido a
problemas de saúde –, caminhada até aos quartos de final da Taça das Taças na
época seguinte, obtenção do quinto lugar em 1962-63 e apuramento para a Taça
das Cidades com Feiras em 1964 e 1968. No primeiro
escalão foi titular em 401 dos 404 jogos que disputou e apontou três golos,
dois dos quais na temporada de despedida.Ao longo da década de 1970 chegou a desempenhar por várias vezes a função de jogador-treinador.
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