sábado, 28 de novembro de 2020

Os 10 jogadores com mais jogos pelo Leixões na I Divisão

Dez futebolistas que brilharam com a camisola do Leixões
Fundado a 28 de novembro de 1907 no seio da elite aristocrática que frequentava Matosinhos no início do século XX, o Leixões Sport Club tornou-se não só num clube bastante popular como também num histórico do futebol português e do desporto nacional, tendo conquistado uma Taça de Portugal e somado 25 presenças na I Divisão.
 
Depois de se ter estreado entre os grandes em 1936-37, os bebés do mar viveram o período áureo da sua história nas décadas de 1960 e 1970, tendo participado consecutivamente no primeiro escalão ao longo de 18 épocas, alcançando a melhor classificação de sempre em 1962-63: o 5.º lugar. Duas temporadas antes tinha conquistado a Taça de Portugal, ao vencer o FC Porto em pleno Estádio das Antas.
 
Em 1977 os leixonenses desceram à II Divisão, mas têm conseguindo algumas façanhas desde então, como a caminhada até à final da Taça de Portugal e consequente apuramento para a Taça UEFA em 2002, quando se encontravam na II Divisão B, ou o título de campeão da II Liga em 2006-07.
 
Vale por isso a pena recordar os dez futebolistas com mais jogos pelo Leixões na I Divisão.
 
 

10. Ventura (155 Jogos)

Ventura
Avançado de posição, estreou-se pela equipa principal do Leixões em 1958-59, ano de subida à I Divisão.
Seguiram-se oito temporadas em Matosinhos, sempre a jogar no primeiro escalão. Nesse período apontou 18 golos em 155 jogos, tendo contribuído para a obtenção do histórico quinto lugar em 1962-63.
Paralelamente jogou a final da Taça de Portugal ganha ao FC Porto em 1960-61 e marcou um dos golos da reviravolta sobre os suíços do La Chaux-de-Fonds (5-0 após 2-6 na 1.ª mão) na Taça das Taças na época seguinte, precisamente na estreia europeia dos leixonenses.
Em 1968 deixou os bebés do Mar e rumou ao Ermesinde, então a militar nos distritais da AF Porto.
 

 

9. Vaqueiro (156 Jogos)

Nicolau Vaqueiro
Extremo direito natural de Matosinhos, surgiu na equipa principal do Leixões em 1969-70, época em que os bebés do Mar chegaram às meias-finais da Taça de Portugal.
Essa foi apenas a primeira de sete temporadas ao serviço do clube da terra que o viu nascer, assumindo um papel importante para remar contra uma maré que cada vez mais ia afastando os leixonenses dos lugares cimeiros. Entre 1969 e 1976 disputou um total de 156 jogos (127 a titular) e marcou onze golos na I Divisão, ajudando a evitar a despromoção nas liguilhas de 1970-71, 1971-72 e 1973-74.
Embora fosse titular indiscutível no Estádio do Mar, mudou-se para o Sp. Espinho, então na II Divisão, em 1976.
Depois tornou-se treinador, tendo dirigido os leixonenses em 1989 e em 1992-93.
 
 

8. Gentil (169 Jogos)

Gentil
Médio formado no Leixões, saltou dos juniores para a equipa principal em 1961-62, mas nos primeiros três anos não foi além de um total de cinco jogos (e um golo) na I Divisão.
Em 1965-66 foi ganhar rodagem no União de Lamas e depois voltou a Matosinhos para vingar, tornando-se num dos esteios do meio-campo leixonense ao longo de oito anos, entre 1966 e 1974, quando amealhou mais 164 partidas (160 a titular) e dois golos no primeiro escalão.
Nesse período ajudou os bebés do Mar a apurarem-se para a Taça das Cidades com Feiras em 1968 e a atingirem as meias-finais da Taça de Portugal em 1969-70.
Em 1974, numa altura em que começava a perder preponderância na equipa, mudou-se para o Sp. Espinho.
Haveria de falecer em agosto de 2019, aos 75 anos.
 
 

7. Nicolau (181 Jogos)

Nicolau
Defesa formado no clube e que apareceu na equipa principal do Leixões em 1965-66, foi ganhando paulatinamente o seu espaço numa altura em que a formação de Matosinhos começava a perder o ímpeto que a tinha guiado ao quinto lugar no campeonato e à conquista da Taça de Portugal em épocas anteriores.
Ainda assim, contribuiu para o apuramento para a Taça das Cidades com Feiras em 1968, para a caminhada até às meias-finais da Taça de Portugal em 1969-70 e para manter o clube no primeiro escalão. Entre 1965 e 1974 disputou 181 jogos (173 a titular) no campeonato e marcou um golo ao Belenenses logo na época de estreia.
Uma vez que coincidiu na equipa com outro Nicolau, guarda-redes e mais velho, na altura era mais conhecido por Nicolau II.
Em 1974 deixou os leixonenses para abraçar o projeto do Riopele, então na II Divisão.
 
 

6. Geraldinho (182 Jogos)

Geraldinho
Defesa brasileiro desde bastante jovem radicado em Portugal, fez praticamente toda a carreira no Leixões, clube que representou entre 1963 e 1973.
Nesse período disputou 182 jogos (161 a titular) e marcou dois golos na I Divisão, tendo contribuído para dois apuramentos para a Taça das Cidades com Feiras (1964 e 1968) e para a caminhada até às meias-finais da Taça de Portugal em 1969-70.
 

 

5. Bené (183 Jogos)

Bené
Mais um brasileiro com praticamente toda a carreira feita em Portugal, neste caso um centrocampista de características ofensivas.
Tal como Geraldinho, reforçou o emblema de Matosinhos no verão de 1963, contribuiu para os apuramentos para a Taça das Cidades com Feiras em 1964 e 1968 e para a caminhada até às meias-finais da Taça de Portugal em 1969-70, disputou 157 jogos e marcou onze golos na I Divisão, valorizou-se, e em 1970 deu o salto para o FC Porto.
Após quatro anos nas Antas numa altura ingrata para se jogar nos dragões e uma época no Sp. Espinho, Bené regressou ao Estádio do Mar em 1975-76 para jogar uma última temporada no primeiro escalão, aos 35 anos, para atuar em 26 partidas (25 a titular).
Depois mudou-se para o Lamego, mas em 1977-78 voltou ao Leixões para jogar na II Divisão.
 
 

4. Horácio (211 Jogos)

Horácio
O melhor marcador de sempre do Leixões na I Divisão, com 84 golos em 211 jogos (209 a titular) entre 1966 e 1975.
Avançado formado no clube e natural de Matosinhos, subiu à equipa principal em 1966-67 e explodiu logo na época seguinte, aos 20 anos, tendo apontado 17 golos no campeonato – apenas o benfiquista Eusébio (42 golos) e os estudantes Artur Jorge (28) e Ernesto (19) fizeram melhor -, ajudando a formação de Matosinhos a apurar-se para a Taça das Cidades com Feiras.
Voltaria a superar a dezena de golos em 1969-70, época em que os leixonenses atingiram as meias-finais da Taça de Portugal, tendo somado 15 remates certeiros no primeiro escalão – foi apenas superado pelo benfiquista Eusébio (20 golos) e pelo sportinguista Nélson (16).
Apesar dos bons registos, em 1975 mudou-se para o Varzim, então na II Divisão, ajudando os poveiros a regressar ao patamar maior do futebol português.
 
 

3. Adriano (248 Jogos)

Adriano Tato
Mais um filho da terra, neste caso um defesa central que surgiu na equipa principal do Leixões em 1966-67 e por lá se manteve até 1980.
Nesse período ainda foi a tempo de vivenciar algumas das melhores épocas da história do clube, participando no apuramento para a Taça das Cidades com Feiras em 1968 e na caminhada até às meias-finais da Taça de Portugal em 1969-60, mas também na despromoção que em 1977 colocou um ponto final numa série de 18 anos consecutivos na I Divisão.
Paralelamente, somou duas internacionalizações pela seleção nacional sub-21.
Em 1980, ao fim de três anos a tentar devolver os leixonenses ao primeiro escalão, mudou-se para o vizinho Infesta, então na III Divisão, numa fase em que já tinha 32 anos e era capitão de equipa há vários anos. Na hora da despedida, teve direito a uma homenagem no Estádio do Mar.
Haveria de falecer em setembro de 2015, aos 67 anos.

 

2. Esteves (261 Jogos)

Esteves
Para não variar, mais um filho da terra e um produto da mítica escola dos bebés do Mar, que subiu à equipa principal em 1963.
Ao longo da carreira, este extremo direito só conheceu um clube na carreira, o Leixões, tendo disputado 261 jogos (252 a titular) e apontado 65 golos na I Divisão, além de ter contribuído para feitos importantes na história do emblema matosinhense como os apuramentos para a Taça das Cidades com Feiras em 1965 e 1969 e a caminhada até às meias-finais da Taça de Portugal em 1969-70.
Quatro vezes internacional português pelos sub-18 – esteve nos treinos dos AA para o Mundial 1966, mas não foi convocado para o torneio - não atuou em qualquer partida na temporada que ficou marcada à descida à II Divisão, em 1977.
Haveria de pendurar as botas em 1979, aos 34 anos.
Entretanto tornou-se treinador, tendo orientado a equipa principal dos leixonenses em 1979-80, na II Divisão. Quase três décadas depois foi adjunto dos seniores e dirigiu de uma equipa de infantis do clube.
Haveria de falecer em dezembro de 2018, aos 73 anos.
 
 

1. Raúl Oliveira (404 Jogos)

Raúl Oliveira
Figura mítica no universo leixonense, este defesa esquerdo saltou dos juniores para a equipa principal em 1958 e por lá se manteve durante quase duas décadas, tendo guiado a formação de Matosinhos à I Divisão e competido no primeiro escalão ao longo de 17 épocas – curiosamente, os bebés do Mar desceram à II Divisão na temporada que a seguir à sua saída.
Ao longo desse período viveu os momentos áureos da história do clube: conquista da Taça de Portugal em 1960-61 – embora não tivesse jogado a final devido a problemas de saúde –, caminhada até aos quartos de final da Taça das Taças na época seguinte, obtenção do quinto lugar em 1962-63 e apuramento para a Taça das Cidades com Feiras em 1964 e 1968. No primeiro escalão foi titular em 401 dos 404 jogos que disputou e apontou três golos, dois dos quais na temporada de despedida.
Ao longo da década de 1970 chegou a desempenhar por várias vezes a função de jogador-treinador.















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