Nuno Assis tenta fugir a um defesa escocês no Celtic Park |
Na época anterior, os encarnados tinham atingido os quartos de final, com Ronald Koeman ao leme, mas em 2006-07 não entraram bem na competição, uma vez que empataram a zero no terreno do Copenhaga na jornada inaugural e depois perderam em casa diante do Manchester United (0-1).
Já o Celtic
estava um pouco melhor, com três pontos, fruto do triunfo sobre o Copenhaga na
segunda jornada, depois de se ter esteado com uma derrota em Old Trafford
(2-3). A formação
de Glasgow já não tinha a principal figura da equipa que tinha chegado à
final da Taça UEFA em 2003, o sueco Henrik Larsson, e ainda não tinha
conseguido ultrapassar a fase de grupos da Champions.
Em termos europeus tinha perdido alguma força, mas contava ainda com alguns
jogadores internacionais, como o guarda-redes polaco Artur Boruc, o médio
defensivo checo Jiri Jarosík, o médio escocês Neil Lennon, o médio ofensivo
escocês Shaun Maloney, o médio ofensivo japonês Shunsuke Nakamura, o extremo
irlandês Aiden McGeady, o ponta de lança polaco Maciej Zurawski e o ponta de
lança escocês Kenny Miller. Os católicos
tinham ainda outra característica: eram incrivelmente fortes no Celtic Park e
extremamente frágeis a jogar fora.
Quando Celtic e Benfica se defrontaram em Glasgow a 17 de outubro de 2006, a maior capacidade técnica dos benfiquistas foi reconhecida, mas a atmosfera do Celtic Park foi fundamental para o desfecho do encontro.
Depois de segurar um empate a
zero até ao intervalo, o Benfica
viu o mundo a desabar durante a segunda parte. Aos 56 minutos, Miller esticou a
perna e emendou na área um cruzamento atrasado de Naylor a partir do lado
esquerdo que contou com um desvio pelo meio. Aos 68’ Miller bisou, desmarcado
pela direita por Maloney. E já ao cair do pano, Pearson fez o 3-0 numa jogada
de insistência e de bom envolvimento ofensivo dos escoceses.
“Benfica sai goleado e vê apuramento complicar-se. Uma derrota comprometedora em Glasgow. Faltam três jornadas para o final da fase de grupos da Liga dos Campeões, mas, com apenas um ponto somado, o Benfica terá de alterar quase tudo na sua postura se quer voltar a estar presente nos oitavos-de-final da competição. Frente ao Celtic, não só perdeu por 3-0, como ainda deixou uma imagem de uma equipa que, sem a influência das suas principais figuras, não encontra alternativas para vencer um conjunto que estava plenamente ao seu alcance. E na Champions continua sem marcar golos”, escreveu o Diário de Notícias.
Duas semanas depois os dois
conjuntos defrontaram-se na Luz e o desfecho foi diametralmente diferente: 3-0
a favor do Benfica.
Logo aos dez minutos os encarnados
colocaram-se em vantagem através de um autogolo de Caldwell, ao tentar que uma
bola cruzada por Nélson não chegasse a Nuno Gomes. Aos 22 minutos Quim
pontapeou longo na frente, Caldwell falhou o corte, mas, com um ligeiro toque
de cabeça, acabou por isolar Nuno Gomes, que fez o segundo golo do jogo. E a um
quarto de hora do fim o médio russo Karyaka sentenciou o triunfo através de um
remate a entrada da área na resposta a um passe atrasado de Nélson.
“Benfica
devolve a humilhação ao Celtic
e mantém a esperança dos oitavos. Exigia-se golos e estes apareceram em triplicado.
Exigia-se concentração defensiva e esta surgiu com escassa margem de erro.
Exigia-se um futebol dominador e a Luz conseguiu aplaudir os seus jogadores,
esquecendo a humilhação de Glasgow. Assim, com a vitória por números
expressivos, o Benfica
pode manter a esperança de se manter na Liga milionária, consciente de que pela
frente tem mais duas finais”, resumiu o Diário
de Notícias.
Na temporada seguinte as duas equipas voltaram a medir forças na fase de grupos da Liga dos Campeões e os dois resultados voltaram a ser idênticos: 1-0 para o Celtic em Glasgow, 1-0 para o Benfica na Luz.
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