É um diamante em bruto, mas que, bem
lapidado, pode virar um caso sério no futebol português. Ângelo Taveira tem apenas
19 anos, apareceu no futebol sénior nesta temporada e fez grande parte da
formação no modesto Odiáxere, mas é pela qualidade que demonstra e não pelo
currículo que vai dando que falar.
Vinculado ao Farense,
efetuou duas partidas na equipa
às ordens de Sérgio Vieira antes de ser emprestado ao vizinho Louletano, onde
tem vindo paulatinamente a conquistar o seu espaço no 3x4x3 de Zé Nando.
Começou por ser suplente utilizado nos primeiros jogos, mas hoje já é praticamente
um titular indiscutível e uma das grandes figuras da formação de Loulé.
A partir do flanco esquerdo, tem
tendência natural para fletir para a zona central com a bola colada ao pé
direito, mas nada ou pouco nele é previsível. Rápido e irreverente, não tem
medo de ir para cima dos defesas e causa desequilíbrios através do seu vasto
reportório de dribles e das suas repentinas acelerações.
Taveira é muito difícil de travar
quando muda de velocidade, revelando grande capacidade para conduzir o esférico
com rapidez e guiar de forma individual um contra-ataque. Também ataca bem a
profundidade e tem vindo algum protagonismo no remate e no último passe, tendo
estando em grande plano nos dois últimos jogos do Louletano antes da pausa do
futebol nacional devido ao covid-19, diante de Armacenenses (uma assistência) e
Real
SC (um golo).
Embora já seja o principal desequilibrador
da formação de Loulé, aquele de quem se está à espera que a qualquer momento
tire um coelho da cartola, erra muito e abusa muito do lance individual. É o
risco de quem se expõe, mas também a falta de maturidade de quem se sente capaz
de sair de uma cabine telefónica com a bola dominada e de quem usa e abusa do
drible quando há melhor soluções.
Se em breve conseguir aliar a
qualidade técnica, a velocidade e a irreverência que já patenteia a uma melhor
tomada de decisão, terá escancaradas as portas do plantel do Farense
e tornar-se-á certamente num ativo valioso para um clube que, à data da interrupção
dos campeonatos, estava bem encaminhado para regressar à I Liga após 18 anos de
ausência.
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